VEGANISMO, ÉTICA E MOVIMENTOS SOCIAIS
Por Dizy Ayala
Movimentos,
com base em questões éticas, culturais e ideológicas, deram início a
reivindicações quanto aos direitos humanos bem como quanto aos direitos dos
animais.
A
evolução do pensamento que, de acordo com Naconecy (2006), está associada ao
“progresso da civilização humana sob a forma de um círculo em expansão da
consciência moral”.
A
partir dos anos 60, passaram a ser discutidos o racismo, o sexicismo e o
especismo, entre outros. Momento em que aflorou o clamor por justiça, igualdade
e compaixão em contraponto à discriminação e às atrocidades cometidas na 2ª
Guerra e Guerra do Vietnã.
Surgiram
diversos movimentos: pela paz, pela igualdade racial, os movimentos feministas,
dos homossexuais, ambientalistas e pelos direitos dos animais, entre outros. Inspirados
em ícones como: Mahatma Gandhi que tornou-se um exemplo do uso da ação
não-violenta, em suas manifestações pela Independência da Índia.
E Martin Luther
King Jr., cuja filosofia inspirada em Gandhi, defendia que todos deviam ser
tratados com amor e respeito – ele que passou a ser um representante do amor universal e
incondicional, valores defendidos também pelos defensores
dos animais.
Inclusive, o filho, Dexter, e Corretta, esposa
do Dr. King, tornaram-se veganos, ainda nos anos 90. Ou seja, a família King, e também vários de seus apoiadores, veganos,
reconheceram as interseções dos direitos humanos e animais, e seus objetivos
comuns.
"O veganismo me deu
um nível mais elevado de consciência e espiritualidade porque a energia
associada à alimentação mudou para outras áreas". Dexter declarou ao Vegetarian Times em 1995.
Em
1968, a chamada Revolución, desencadeada
por estudantes franceses, chega a outros países e envolve as chamadas minorias
políticas. Nessa
época, o movimento feminista adota a palavra de ordem “o corpo é nosso” em
alusão à independência feminina, lema que passou a ser uma bandeira inclusive
para o movimento feminista vegano.
O
ecofeminismo, a partir dos anos 70, passou a evidenciar a forte ligação entre a
exploração da natureza e das mulheres, demonstrando a analogia entre sexismo e
especismo. Na
perspectiva do veganismo, “animais não existem para serem explorados pelos
humanos, assim como o negro não existe para servir o branco, nem a mulher para
o homem”, conforme declarou Alice Walker, autora do livro A Cor Púrpura, e feminista.
Nesta
mesma época, Peter Singer, publica o livro Libertação Animal, (1975). Que
destaca a discussão do especismo, a discriminação de uma espécie para outra, e propõe
que os animais são dignos de igual consideração. E Tom
Regan, também filósofo, autor de Jaulas Vazias (2006) defende que os animais
possuem direitos, pois são “sujeitos-de-uma-vida” e que devem ser considerados
como “agentes morais”.
Os
dois defendem que TODOS os animais são seres sencientes, capazes de vivenciar diversas
emoções, e por isso a sociedade tem o dever moral de os defender. Ambos são
grandes referências para o movimento de defesa dos animais.
Segundo Naconecy (2006), a maior parte
do sofrimento a que os animais são expostos pela mão humana não ocorre pela
crueldade e sim pelo uso sistêmico, considerado normal e socialmente aceito.
Exemplo disso é relatado por
Alex Hershaft, sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz, que tornou-se ativista
pelos direitos dos animais e fundador da FARM (Movimento dos Direitos Animais
de Fazenda nos EUA):
"Notei
muitas semelhanças entre a forma como os nazistas nos trataram e como nós
tratamos os animais, especialmente aqueles criados para alimentação. Entre elas
estão o uso de vagões para transporte; o tratamento cruel diante ao iminente abate,
a eficiência de processamento, destacamento emocional dos autores, e as pilhas
de partes do corpo sortidas".
De acordo com ele a opressão de qualquer ser vivo senciente deve ser
erradicada ”onde quer que eleve sua cabeça feia” tanto para seres humanos como
não humanos. “É tudo parte da mesma luta”.
Por
certo que nos dias de hoje ainda presenciamos, infelizmente, manifestações retrógradas
quanto às diferenças. Principal causa, no passado e, ainda hoje, dos mais
terríveis conflitos que a história nos conta. Também o especismo permanece. Sempre
que haja a crença em uma “superioridade” para justificar a crueldade infligida
ao oprimido.
“Os
melhores reformadores”, todos os que primeiro se opuseram ao tráfico de
escravos, a guerras nacionalistas, à discriminação de mulheres e à exploração
do trabalho de crianças, - “todos foram considerados excêntricos” por aqueles
que tinham interesses na exploração. (SINGER, 2004).
Na
última década, houve uma grande mudança quanto à formação de dezenas de novos
grupos de Defesa dos Animais, o que aumentou e muito, a consciência das pessoas
com relação a “imensa e sistemática crueldade praticada na produção intensiva,
nos laboratórios, nos circos, nos zoológicos e na caça”.
Particularmente,
com o advento das mídias digitas é possível comunicar campanhas em defesa dos
animais, o empreendedorismo, com novos produtos, alimentação saudável e eventos
culturais a um número cada vez maior de pessoas. Para o movimento pelos
direitos dos animais, a contribuição de cada pessoa é relevante, de variadas formas.
Vários
grupos constroem movimentos sociais com valores que vão gerar consciência e
reflexão acerca das nossas escolhas. Escolhas que irão movimentar a cidadania,
a cultura, a economia e novas diretrizes mundiais com impactos globais.
Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Formanda em Publicidade e Propaganda -
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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