segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Plano mundial visa proteger ao menos metade do planeta, em terra e mar, até 2030.

 


A meta de proteger e restaurar sistemas naturais em grande escala é compartilhada por vários grupos e indivíduos. A Wyss Campaign for Nature está trabalhando em parceria com a National Geographic Society para apoiar os objetivos do movimento "30x30", uma iniciativa ambiciosa que visa proteger 30% do planeta, em terra e mar, até 2030.

 

Outra organização chamada Nature Needs Half atraiu cientistas e grupos conservacionistas, incluindo o Sierra Club, para pressionar pela proteção de 50% do planeta até 2030.

 

À medida que o homem continua a expandir rapidamente seu domínio sobre a natureza — desmatando e incendiando florestas, exterminando espécies e interrompendo funções do ecossistema — um número cada vez maior de cientistas e conservacionistas influentes acredita que proteger metade do Planeta de alguma forma será a solução para mantê-lo habitável.

 

A ideia ganhou notoriedade pela primeira vez em 2016, quando Edward O. Wilson, o lendário biólogo conservacionista de 90 anos, publicou a sugestão no livro Da Terra Metade: O nosso planeta luta pela vida.

 

"Agora temos medições suficientes das taxas de extinção e das prováveis taxas no futuro para saber que está se aproximando mil vezes do patamar que existia antes do surgimento da humanidade", afirmou Edward, em entrevista ao jornal americano The New York Times em 2016.

 

Antes considerada uma mera aspiração, essa ideia tem sido levada a sério por muita gente — não apenas como um sistema de segurança para proteger a biodiversidade, mas também para mitigar o aquecimento global.

 

Uma das principais razões para a adoção dessas metas extremas de preservação é um relatório de 2019, da Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), que descobriu que mais de 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção.

 

Conduzido por centenas de pesquisadores ao redor do mundo, o estudo é considerado a análise mais abrangente já realizada da situação da biodiversidade mundial. Esse relatório concluiu, no entanto, que não são apenas as espécies que estão correndo risco. A infinidade de funções essenciais à vida que essas espécies e ecossistemas exercem também estão ameaçadas — desde água e ar limpos até controle de enchentes e regulação do clima, assim como fornecimento de alimentos e uma série de outros serviços.

 

Além disso, alguns cientistas têm receio de que a superfície da Terra tenha sido tão alterada que o ecossistema global possa estar perto de um ponto crítico, que desestabilizaria o clima e os sistemas biológicos que sustentam a vida, causando uma instabilidade ambiental generalizada — e talvez até desastrosa.

 

O Parlamento Europeu se comprometeu a proteger 30% do território da União Europeia, a restaurar ecossistemas degradados, adicionar metas de biodiversidade a todas as políticas do bloco e destinar 10% do orçamento para a melhoria da biodiversidade.

 

Nos EUA, políticos que trabalham com organizações conservacionistas introduziram recentemente uma resolução para angariar apoio para a proteção de 30% das áreas terrestres e marinhas do país.

 

A defesa dos direitos dos povos indígenas é fundamental para a proteção de alguns habitats naturais de maior biodiversidade do mundo, como a Amazônia brasileira

 

Todos os olhos estão voltados agora para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um tratado multilateral criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para elaborar um plano de 10 anos para a biodiversidade.

A convenção de 2010 fez um apelo para que 17% das terras e 10% dos oceanos do planeta fossem protegidos de alguma forma até 2020. Essa meta não foi alcançada — cerca de 16% da superfície terrestre e menos de 8% dos ecossistemas marinhos foram protegidas.

 

Portanto, atingir a meta de 2030 exigiria quase o dobro de áreas protegidas em terra, e quatro vezes mais nos mares — tudo isso na próxima década.

É um desafio assustador, mesmo que haja boa vontade, uma vez que alguns países — sobretudo Brasil e Estados Unidos — se movem na direção contrária.

 

O presidente Jair Bolsonaro tomou medidas que podem abrir a Floresta Amazônica para uma onda de desmatamento, exploração madeireira e desenvolvimento agrícola. E, no ano passado, o governo do presidente Donald Trump acabou com o Landscape Conservation Cooperative Network, um programa da era Obama que criou 22 centros de pesquisa para combater problemas de conservação no país.

 

Estima-se que os EUA, sozinho, perde um campo de futebol de natureza a cada 30 segundos. Muito mais terras estão sendo perdidas na Amazônia brasileira, com mais de 25 quilômetros quadrados de floresta tropical sendo queimados ou desmatados todos os dias.

 

Mesmo assim, há motivo para ser otimista. Os relatos de mudanças climáticas em grande escala, incluindo o derretimento do gelo marinho do Ártico, assim como os holofotes voltados para a ativista climática sueca Greta Thunberg, de 17 anos, parecem ter despertado de alguma forma as pessoas.

 

"Os jovens em geral estão focando nas questões ambientais", diz Brian O'Donnell, diretor da Campaign for Nature. "E estamos vendo muito menos uma abordagem isolada, aqueles que trabalham com clima e aqueles que trabalham com conservação estão trabalhando mais juntos".

 

As metas ambiciosas de campanhas como 30x30 e Half Earth enfrentaram críticas. Alguns questionam se o foco em preservar até metade da superfície da Terra contribuirá o bastante para proteger a biodiversidade remanescente.

 

"Quando o IPBES foi lançado, dizia que 1 milhão de espécies estavam ameaçadas", afirma Gary Tabor, presidente do Center for Large Landscape Conservation em Bozeman, Montana, nos EUA.


"Não se trata apenas de salvar espécies, trata-se de manter os processos ecológicos que sustentam toda a vida na Terra. São 1 milhão de espécies interagindo entre si que limpam sua água, fornecem solo fértil, que eliminam o CO2 do ar — é isso que você perde".

 

A prevenção de doenças, por exemplo, é um importante serviço prestado pelo ecossistema de sistemas naturais intactos.

Conforme as pessoas desmatam terras selvagens ou comem animais selvagens, as doenças que essas criaturas carregam podem ultrapassar a barreira das espécies e se espalhar para as sociedades humanas. A pandemia de coronavírus, por exemplo, pode ter se originado em morcegos.

Segundo Tabor, a natureza também precisa ser integrada aos lugares onde as pessoas vivem.

 

"O maior mal entendido sobre o Half Earth é de que haverá uma construção bizarra onde as pessoas vivem de um lado e a natureza do outro", diz ele.

"Isso não funciona em termos de função ecológica, e não funciona porque há valor de conservação fora das áreas protegidas."

 

Conservacionistas afirmam ainda que grande parte de alcançar as metas de 30% ou 50% se refere a apoiar terras indígenas e áreas de conservação comunitárias.

Os povos indígenas ocupam ou controlam 28% das terras do planeta, e mais de 40% das áreas protegidas, segundo o relatório do IPBES, copresidido por Sandra Díaz, professora de ecologia da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina.

 

Quais são as principais barreiras para reservar 30%, quem sabe até 50%, do planeta para a natureza, mesmo com a população global crescendo rapidamente?

"A maneira como nosso sistema agrícola mundial funciona", diz O'Donnell, da Wyss Campaign for Nature."Incentiva o uso cada vez maior de terras para pecuária e agricultura. Esse é um fator-chave".

 

A Wyss Campaign for Nature está priorizando soluções de financiamento para proteção ambiental. "Estamos estudando o custo da proteção e também observando qual seria o custo se você não protegesse essa quantidade de terra, em termos de serviços ambientais perdidos, água limpa e atividade pesqueira", explica O'Donnell.

 

"Há um custo para conservar a terra, e outro custo se não conservarmos".

E transformar terras em reserva ambiental não é de forma alguma o fim da história. A Campaign for Nature está estudando possíveis fontes de financiamento para que os países possam pagar pelos custos de gerenciamento e proteção dessas terras.

 

Entre as muitas ameaças que grandes extensões de terra enfrentam, incluindo aquelas ostensivamente sob proteção, estão a construção de estradas e a fragmentação. Segundo Tabor, o número de estradas pavimentadas deverá dobrar nos próximos 25 anos, abrindo grandes áreas para a exploração ilegal de recursos, caça clandestina e outras ameaças.

 

"As pessoas irão primeiro para a [floresta] boreal ou para a África Central", para proteger grandes extensões da natureza, acrescenta ele.


"Mas a maior parte onde há biodiversidade está em áreas fragmentadas. Para ter natureza efetiva nessas áreas, teremos que ter uma estratégia de conectividade". O'Donnell concorda que há enormes desafios.


"Assim como a crise climática exige grandes mudanças sistemáticas nas próximas décadas, o mesmo acontece com a biodiversidade", diz ele.

"Há muitas outras coisas competindo por dinheiro e atenção".

 

* Este artigo foi publicado originalmente pela revista americana Yale e360 e republicado pela BBC Future com autorização.


Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Unesco recusa tourada como patrimônio cultural imaterial da humanidade

 


Já é impressionante que a tourada ainda exista em 2020 e, ainda por cima, que haja quem proponha que esta prática cruel seja incluída no patrimônio cultural imaterial da humanidade. 

 

Felizmente, a UNESCO não aceitou.


Nem é preciso lembrar a crueldade das touradas, onde um homem, na figura do toureiro, deflagra golpes com lanças contra um touro, até a sua morte. O que é, cada vez, menos aceito como espetáculo, tendo em vista o crescente número de pessoas sensíveis ao bem-estar animal.

 

Durante esses meses de pandemia, as touradas sofreram várias interdições para evitar a aglomeração de pessoas, e centenas de touros foram salvos. Porém, neste período, a Asociación Intergubernamental de la Tauromaquia enviou um pedido à Unesco apelando para a “situação de emergência” que vivia a tourada na Espanha.

 

Pedido que foi prontamente combatido por algumas associações internacionais, reunidas na plataforma La Tortura No Es Cultura (LTNEC) e, também, pelo ativismo virtual  com o uso da hashtag #NoTauromaquiaEnUnesco que se tornou tendência nas redes sociais de Espanha, Portugal, Colômbia, Equador e Peru.

 

A Unesco, que deveria discutir o assunto em setembro, decidiu adiar para a reunião de outubro, onde o tema não fazia parte da pauta e, consequentemente, as touradas não foram incluídas entre “dossiês em curso de 2021”, examinado pelo Comitê agora em dezembro.

 

Assim comentou Marta Esteban, presidente da Ltnec:


 “Seria incompreensível que enquanto órgão das Nações Unidas, o Comitê dos Direitos da Criança, urge para proteger os jovens da violência das touradas, outro órgão das Nações Unidas, neste caso a UNESCO, o classifique como um patrimônio imaterial da humanidade a ser transmitido a essas mesmas crianças e jovens e subsidiado com dinheiro público. Nestes tempos difíceis em que vivemos, é fundamental defender as expressões culturais que promovem a vida, não a morte, e que facilitam a coesão da sociedade, e não o confronto entre os cidadãos, que é o protagonista do debate sobre as touradas”.

 

Na verdade, as touradas nem mesmo foram consideradas entre os possíveis ativos intangíveis protegidos pela UNESCO. E como poderia ser diferente, o sofrimento e a violência não podem, em caso algum, ser considerados patrimônios da humanidade!

 

Fontes: El Mundo/El diario

Imagem: filme animado O Touro Ferdinando  


Dizy Ayala

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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

França anuncia o fim da criação de visons, de animais em circos, de orcas e golfinhos em zoos e aquários.

Ministra da Transição Ecológica na França anuncia diversas medidas para o fim de animais em cativeiro. O Governo francês decretou a proibição "progressiva" do uso de animais selvagens em circos e o fim da criação de visons em cinco anos, dentro de uma série de medidas a favor do bem-estar dos animais.

A reprodução em cativeiro de orcas e golfinhos, ou a sua introdução em zoológicos ou aquários, também será proibida, anunciou a ministra da Transição Ecológica, Bárbara Pompili.

Além disso, trabalhará com zoológicos para melhorar as condições de vida dos animais em cativeiro.

A ministra não detalhou um cronograma preciso para a implementação da proibição de circos itinerantes e aquários. "Definir a data não resolve todos os problemas, prefiro iniciar um processo para que termine o mais rápido possível", explicou a ministra, em conferência de imprensa.

O Governo contribuirá com oito milhões de euros para a conversão de circos e aquários, com ajudas específicas para a formação do pessoal afetado para novas profissões.

Pelos cálculos oficiais, os circos mantêm cerca de 500 animais silvestres em todo o país, para os quais serão estudadas soluções "caso a caso", uma vez que não podem ser libertados.

Para as orcas e golfinhos dos três aquários do país, Pompili explicou que estão a estudar a criação de um "santuário" no qual possam ficar até ao final de suas vidas e calculou que levará até dez anos para os últimos golfinhos deixarem os aquários.

A ministra lembrou que mais de 400 localidades em todo o país já proibiram ou limitaram as exibições de animais.

A associação L214, que se opõe à criação de animais para a utilização das peles, congratulou-se com o anúncio do Governo. A França atualmente tem quatro locais de criação de visons para produção de peles. E lembrou que outros países europeus, antes grandes produtores, como Áustria, Noruega, Holanda ou Bélgica, já proibiram essa prática e outros estão em processo de legislar no mesmo sentido.

Fonte: Lusa

Dizy Ayala

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sábado, 28 de novembro de 2020

Sancionada lei que proíbe testes em animais para cosméticos e produtos de higiene, no Distrito Federal.

 

Foi sancionada no Distrito Federal, lei que proíbe a utilização de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos e de higiene pessoal, perfumes e seus componentes. A lei passa a vigorar 24 meses após sua publicação.

Felizmente, o número de estados brasileiros que veta este tipo de exploração animal vem aumentando, graças à pressão e atuação de ONGs pró-libertação animal e ativistas.

Na União Europeia, a prática é proibida desde 2009, e a comercialização de produtos testados em animais desde 2013.

A proibição de testes em animais não é suficiente para que o sofrimento resultante da indústria de cosméticos acabe. É importante compreender que as leis estaduais proíbem esses testes, mas não proíbem a comercialização de produtos testados em animais. As marcas podem obter sua matéria prima ou componentes de seus produtos de empresas localizadas onde testes em animais sejam permitidos ou manter seus laboratórios e centros de pesquisa em estados que não proíbem.

A solução seria PROIBIR A COMERCIALIZAÇÃO de produtos testados em animais, como é o caso da Lei Nº 7814 promulgada no Rio de Janeiro, em 2017.

Redação: Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal

 

Nota do Blog: Fique atento aos rótulos de embalagens de cosméticos, buscando os que não realizam testes em animais. Se houver dúvida, é importante entrar em contato com o SAC (serviço de atendimento ao cliente) das empresas fabricantes para se certificar que os produtos não foram testados em animais.

Confira abaixo lista de produtos cruelty free e veganos

http://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2016/04/lista-de-produtos-nao-testados-em.html

As menções de “não testado em animais”, “cruelty free” ou “dermatologicamente testados” nas embalagens costumam ser indicativos de que não são testados em animais.

Alguns produtos são cruelty free por não ser testado em animais não implica, enquanto outros são veganos porque além de não testar não contém nenhum ingrediente de origem animal.

Prefira sempre o uso de produtos sem exploração animal.

Os animais e o meio ambiente agradecem.


Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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