segunda-feira, 22 de julho de 2019

Indústria da carne e laticínios está entre as maiores responsáveis pelas mudanças climáticas, segundo o IATP.



Juntas, as cinco maiores empresas de carne e laticínios do mundo já são responsáveis por mais emissões de gases do efeito estufa do que as empresas petrolíferas isoladas, como Exxon-Mobil, Shell ou BP, aponta estudo.

A brasileira JBS e as quatro principais concorrentes já produzem mais gases do efeito estufa do que Exxon ou Shell. Se o consumo de carne aumentar ainda mais, a meta do Acordo de Paris está em risco. É o que afirma um estudo do Instituto de Agricultura e Política Comercial (IATP) e da organização ambiental Grain, que inclui a indústria de carne e laticínios entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global.

"O relatório mostra o papel fundamental que essas empresas desempenham na mudança climática", diz Shefali Sharma, diretora do IATP (Instituto para Política Agrícola e Comercial).

Se a indústria da carne não alterar seu curso e continuar a crescer como previsto, sua participação nas emissões globais de gases de efeito estufa aumentará para 27% em 2030 e para quase 80% em 2050, avaliam os pesquisadores.

A brasileira JBS, maior empresa de carnes do mundo, lidera a lista dos maiores produtores de CO2 do estudo, seguida por três corporações americanas: Tyson Foods, Cargill e Dairy Farmers. A maior empresa de laticínios da Alemanha, a DMK, está na posição 21, e a empresa de carnes Tönnies – também alemã – está em 24º lugar.

Segundo o estudo, as metas de crescimento da JBS estão em desacordo com o objetivo do Acordo de Paris, de impedir que a temperatura média global suba mais de 2ºC. A gigante brasileira afirmou a seus acionistas que o consumo de carne global aumentará em 30%, de 37 quilos per capita anuais, em 1999, para 48 quilos de carne por pessoa em 2030.

Estimativas do Greenpeace apontam que o consumo mundial de carne mundial teria que cair para 22 quilos anuais por pessoa até 2030 e até 16 quilos por pessoa até 2050 para impedir que as temperaturas mundiais subam para níveis perigosos.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) também alerta já há algum tempo para as consequências ambientais negativas do alto consumo de carne e leite.

A IATP e a Grain acusam as principais companhias do ramo de não se interessarem pela proteção climática. A maioria das 35 maiores empresas de carne e laticínios listadas não revela suas emissões de gases de efeito estufa ou o faz apenas de forma parcial.

O estudo argumenta que a emissão de gases nocivos ao clima que ocorre, por exemplo, dentro da cadeia de fornecimento (correspondente por 80 a 90% das emissões totais, segundo o estudo) é frequentemente excluída dos cálculos dessas empresas.

Apenas quatro companhias divulgam estimativas abrangentes de suas emissões: Nestlé (Suíça), Danone (França), Friesland/Campina (Holanda) e NH Foods (Japão), afirma o relatório.

Já a JBS reporta que suas emissões anuais são equivalentes a 8,9 milhões de toneladas de CO2, mas, considerando toda a cadeia de produção, a cifra real seria 30 vezes maior: em torno de 280 milhões de toneladas, de acordo com os pesquisadores.

As emissões humanas de gases do efeito estufa devem ser drasticamente reduzidas para que seja possível atingir a meta de aquecimento de 1,5ºC, estipulada no Acordo de Paris.

"A produção de carne e laticínios deve ser reduzida significativamente nos países em que os 35 maiores gigantes da carne são particularmente ativos", afirmou Devlin Kuyek, da Grain, se referindo aos países da União Europeia, EUA, Canadá, Brasil, Argentina, Austrália, Nova Zelândia e China.

Matéria da Deutsche Welle. A Deutsche Welle é emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.

Dizy Ayala


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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Projeto 'Animal não é coisa' irá para o Senado e quer que animais sejam tratados como seres com sentimentos.



Texto passou pela Comissão de Meio Ambiente e vai à votação no Plenário em agosto.

Uma consulta pública também está aberta no site do Senado para saber a sua opinião sobre o assunto. Acesse o site, vote SIM e coloque a cidadania em favor dos animais: https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria….
A cena não é rara. Ana Paula Vasconcellos, advogada do Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais , que reúne 130 entidades no país, está numa audiência jurídica e precisa convencer o magistrado de que um animal, vítima de maus tratos, tem sentimentos e que, portanto, sofreu. Ela costuma ouvir a réplica: “Animal não sente, animal é coisa”.
É desta forma, afinal, que a legislação brasileira entende o animal: como um bem móvel, de acordo com o artigo 82 do Código Civil . Um projeto de lei, aprovado na semana passada pela Comissão do Meio Ambiente do Senado e que vai a votação no Plenário em agosto, pretende mudar isso. 
Apelidado de “Animal não é coisa” , o texto propõe que os bichos sejam entendidos como seres sencientes, ou seja, capazes de sentir dor, prazer e outros sentimentos. Se aprovada a lei, eles passam a ter inclusive uma personalidade jurídica, podendo, por exemplo, receber habeas corpus ou outros instrumentos legais úteis para sua proteção. 
— É a construção de uma sociedade mais solidária com seus animais. O principal ponto filosófico da lei é afastar a ideia utilitarista que a sociedade construiu acerca dos animais. Vamos reconhecer, enfim, que o que os difere do ser humano é racionalidade e comunicação verbal. No mais, eles são como nós mesmos — afirma Ana Paula Vasconcellos. Ela acrescenta que a lei será um mecanismo para pleitear na Justiça mais direitos aos bichos.
— Hoje, quando vou para uma audiência de maus tratos, preciso sensibilizar o juiz e, embora haja jurisprudência para entender que os animais sentem, na letra fria da lei, eles são coisas.  
Se entendidos como coisas, os animais não conseguem receber medidas de proteção rápidas na Justiça. O presidente da Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais da  Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) , Reynaldo Velloso, cita um caso emblemático recente, o da ursa Marsha. Siberiana, ela ganhou a alcunha de “a ursa mais triste do mundo” por viver no calor tórrido do Piauí e aguardar, sob sol escaldante depois de décadas de trabalho em circos, a decisão da Justiça sobre sua transferência para um santuário no interior de São Paulo. Hoje, Marsha mudou de nome — agora é Rowena —  e, há dez meses, habita uma área com piscina e gramado num rancho na cidade de Joanópolis. (No último mês de julho, a querida Rowena veio a falecer em decorrência de tumores no ovário e no cerébro, possivelmente decorrentes do período de maus-tratos no circo e no zoológico).
— Se a ursa tivesse sido considerada um ser senciente pelos tribunais, a transferência, que levou quase um ano, poderia sair em dias, com um habeas corpus, por exemplo — explica Velloso. 
A saga de Rowena foi contada no livro infantil “Amiga Ursa” (editora Globinho) pela cantora Rita Lee . Defensora de longa data da causa animal, ela comemora o andamento do projeto no Senado:  
— Houve uma época em que a humanidade escravizava seres humanos e dizia que não tinham alma e, por isso, eram apenas objetos de uso pessoal. Essa mesma mentalidade tacanha ainda acontece hoje em relação aos maus-tratos que o reino animal vem sofrendo. Todos os bichos têm os mesmos sentimentos que os humanos e cabe a nós dar voz a eles. Abaixo a escravidão animal!
'Marco civilizatório'
O projeto que vai à votação no Senado começou a ser gestado há pelo menos seis anos, na Câmara, com texto do deputado Ricardo Izar (PP-SP) e que teve a participação de 30 comissões regionais de Defesa dos Animais da OAB. Reynaldo Velloso, da comissão nacional, lembra que a aprovação da lei pode abrir caminho para outros projetos, entre eles, o que aumenta a pena por crime de maus tratos. Atualmente prevista na Lei de Crimes Ambientais (de 1998), a punição vai de três meses a um ano. Um projeto de lei caminha no Senado para ampliá-la para o período de um a quatro anos.  
— Temos uma aberração jurídica hoje: no Código Civil, o animal é dado como coisa; no Código Penal, com a Lei de Crimes Ambientais e a punição para maus tratos, o entendimento acaba sendo diferente. O projeto “animal não é coisa” corrige essa aberração, além de ser um marco civilizatório, que abre caminho para outros direitos dos animais — completa Velloso. 
Se aprovado o projeto, será preciso rever, entre outras questões, as formas de comercialização de animais.  
— Ora, se eles deixam de ser entendidos como coisas, como podem ser comercializados? — questiona Rogério Rocco, especialista em direito ambiental. — Vai ser um conflito a ser resolvido, regulamentado. Aos poucos, vamos equiparar os animais não humanos aos humanos. Os animais passarão a fazer parte de um regime jurídico que não depende apenas da tipificação criminal de maus tratos, ou seja, antes do crime, eles terão direitos. 
Rocco lembra que animais silvestres já estão no escopo de proteção legal, prevista na Lei de Proteção à Fauna (de 1967) que, “na verdade, também trata o animal na perspectiva humana”.  
— A lei protege, sim, o animal silvestre, mas a partir de uma série de regras para o uso desses animais, ou seja, define modalidades de caça permitidas, como a caça esportiva, regras gerais para montagens de criadouros, conservacionistas ou comerciais. Mas tudo o que a gente tem de legislação animal estabelece regras que se referem ao interesse humano de uso desses animais. É uma proteção na perspectiva antropocêntrica, não biocêntrica — diz o especialista. 
Os bichos na Justiça de outros países
Outros países já transformaram suas legislações para a tal perspectiva biocêntrica. Na Áustria, desde 1988, os animais não são coisas. Na Holanda, desde 2011; na França, desde 2015, e, em Portugal, 2017. É da vizinha Argentina o primeiro habeas corpus do mundo dado a um chimpanzé. A primata Cecilia conseguiu, em abril de 2017, sua transferência de um zoológico argentino, onde nasceu e viveu por 19 anos, para um santuário no Brasil, valendo-se do instrumento jurídico obtido na Justiça portenha. 
Para Leandro Mello Frota, professor de Direito Ambiental da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), se aprovada, a lei será uma “atualização legislativa necessária ao Brasil”.  
— Esta já é uma discussão feita há muito tempo pelos ambientalistas e que vem ganhando mais espaço na sociedade, com os controversos testes em animais, os confinamentos, os parques temáticos. Tudo isso terá de ser reavaliado a partir da concepção de que os animais sentem e sofrem como nós, os humanos.
Matéria do Jornal O Globo por Audrey Furlaneto

Dizy Ayala

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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Veganismo em alta atinge fazendas de criação ao diminuir demanda por carne.


Por conta de uma maior conscientização das pessoas quanto à crueldade animal envolvida nas fazendas de criação e os danos do consumo de produtos de origem animal à saúde e ao meio ambiente, a indústria da carne está em declínio no mundo todo.
O exemplo mais recente disso são os produtores de carne em Bristol (Inglaterra) que, de acordo com especialistas, já estão sentindo o impacto causado pela ascensão do veganismo.
Alex Demetriou, diretor administrativo da Regency, que abastece a indústria de carne de Catering, do Reino Unido, diz que a demanda por carne de bovina caiu 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ele citou vários fatores para o declínio, incluindo o impacto do iminente Brexit (saída da Inglaterra da União Europeia) e a expansão do vegetarianismo e veganismo.

“Parece que isso foi impulsionado pelo movimento vegano, vegetariano e flexitário, que está se tornando cada vez mais popular como uma escolha de estilo de vida, em vez de qualquer tipo de tendência passageira”, disse Demetriou ao Bristol Live.
Produtores de carne no vermelho
De acordo com o periódico do setor de produção, Farmers Weekly, o declínio na produção de carne animal se espalhou para além de Bristol.
Ela afirma que a queda na demanda é resultado do fato de os consumidores receberem “uma variedade de mensagens negativas sobre carne vermelha, incluindo advertências sobre obesidade, câncer e o efeito da criação de animais sobre o meio ambiente”.
Mensagens essas fundamentadas através de inúmeros estudos realizados por especialistas, médicos, nutricionistas, cientistas e pesquisadores.
Ele diz que isso está levando à queda da demanda nos setores de varejo e cita Sam Chesney, presidente do conselho de carne de boi e cordeiro da Ulster Farmers Union: “Eu diria que a maioria dos produtores de carne está definitivamente no vermelho”.

É tempo de considerar alternativas ao consumo de carne animal, com um mercado em ascensão de carnes de origem vegetal, muitas delas com mesmo gosto e aspecto da animal, levando em conta a prevenção de diversas doenças e a preservação do meio ambiente e da vida animal. 
Pode interessar

Nos próximos 20 anos, 60% da carne consumida no mundo não será mais de origem animal.

https://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2019/06/nos-proximos-20-anos-60-da-carne.html


As confissões chocantes de um trabalhador de matadouro que se tornou ativista pelos direitos dos animais.

https://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2019/06/sobre-maes-e-filhos-as-confissoes.html?spref=fb&fbclid=IwAR3-qvMMBYjlwVLTo0GwRozdqyU4PN-0di5cFIVBIYUVqb4R8TyPvQNf054


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