quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Petra, na Jordânia, começa a substituir tração animal por carros elétricos

Foto: KHALIL MAZRAAWI / AFP

Na cidade histórica, carrinhos elétricos começam a substituir as charretes puxadas a cavalos, enquanto ainda convivem com os passeios a camelo.

Em Petra, na Jordânia, a paisagem milenar de construções esculpidas nas rochas vem ganhando ares mais modernos. O governo local iniciou um processo de substituição de charretes de tração animal por veículos elétricos, em resposta a pressões sofridas por parte de movimentos de defesa dos direitos dos animais e, também, numa tentativa de tornar a visitação mais confortável para os turistas.

Até agora, 12 charretes puxadas por cavalos e mulas saíram de circulação. Em seu lugar, uma frota de dez carrinhos, tipo os de golfe, começaram a transportar os visitantes entre o centro da cidade e o sítio arqueológico.

Há tempos grupos de defesa dos animais, como o PETA, já vinham pressionando as autoridades jordanianas pelo fim do uso de animais como locomoção em Petra, seja puxando charretes, seja carregando pessoas. Ao menos a primeira solicitação começou a ser atendida. Mas, por enquanto, ainda não se fala em substituir os passeios a cavalo ou a camelo por veículos elétricos. Pelo contrário, alega-se que os animais restantes ajudam a preservar o aspecto original do lugar, que é um Patrimônio Mundial pela Unesco.

Para o chefe da Autoridade Regional de Desenvolvimento e Turismo de Petra, Suleiman Farajat, o benefício da mudança vai além do fim da exploração animal. À agência AFP, ele explicou que as charretes puxadas por cavalos e mulas deixavam um grande mau cheiro pelo caminho e suas rodas, frequentemente, batiam contra os paredões da Siq, o corredor rochoso pelo qual se chega à cidade histórica.

Veículo elétrico transporta turistas pelo Siq, o corredor rochoso que leva à cidade histórica de Petra, na Jordânia. Foto: KHALIL MAZRAAWI / AFP

"Era uma experiência desagradável para os turistas, para os cavalos e para nós", disse Farajat, que completou exaltando o aspecto ecologicamente correto dos novos veículos: "Não há poluição ou fumaça".

A novidade foi saudada por muitos turistas, sobretudo os com maior dificuldade de locomoção, como idosos e cadeirantes. E, também, por quem vive do turismo na região. À AFP, o presidente da associação de proprietários de cavalo, Mohammad Amarat, responsável por esses passeios, afirmou que a troca tem sido mais lucrativa para os condutores, já que os carrinhos transportam até cinco passageiros em vez de dois, como as charretes, e levam menos tempo para cumprir o percurso.

O grupo de proteção animal PETA também comemorou a medida, que classificou à AFP como "um grande primeiro passo para proteger os animais que trabalham", e disse que espera poder colaborar junto ao governo local para que haja apenas transporte livre de animais em Petra.

Notícia O Globo 

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

África do Sul irá acabar com a reprodução de leões em cativeiro para caça e turismo interativo

 


Foto: Blood Lions

A Ministra do Departamento de Silvicultura, Pesca e Meio Ambiente da África do Sul, Barbara Creecy, anunciou que planeja acabar com a indústria multibilionária de criação de leões em cativeiro. 

A decisão veio após a publicação dos resultados de um estudo de dois anos, que resultou em um relatório de quase 600 páginas. Desenvolvido por um comitê consultivo especial nomeado pelo governo, o objetivo era revisar as políticas, legislações e práticas do país quanto à reprodução, à caça, ao comércio e ao manejo de elefantes, leões, leopardos e rinocerontes.

"O comitê identificou que a indústria de leões em cativeiro é um risco para a sustentabilidade da conservação de leões selvagens", disse a Barbara Creecy. "A recomendação é que a África do Sul não crie, reproduza ou mantenha leões e outros felinos em cativeiro para fins comerciais. Por isso, solicitei ao Departamento que tome as medidas necessárias para garantir que isso aconteça", acrescentou a ministra.

Esse passo é crucial para mudar a vida de milhares de leões que são criados em cativeiro no país. 

Atualmente, existem entre 8.000 e 12.000 leões e milhares de outros grandes felinos - incluindo tigres e chitas -  que são reproduzidos e mantidos em cativeiro, em mais de 350 fazendas na África do Sul. Em contrapartida, existem apenas 3.500 leões que vivem livres, na natureza.


Nessa indústria, os animais são reproduzidos e explorados, exclusivamente, para fins comerciais para alimentar a demanda do turismo interativo (como acariciar filhotes e tirar selfs com grandes felinos), da "caça enlatada" ("canned hunting", em inglês) - que nada mais é do que uma caça injusta de animais em cativeiro, que ficam em uma área cercada, sem conseguir escapar -, do comércio de venda de ossos de leão e da exportação de animais vivos.

"Milhares de leões nascem em cativeiro na África do Sul e enfrentam uma vida inteira de sofrimento. Esse movimento do governo africano é corajoso e é o primeiro passo para que se comprometam com uma mudança significativa e duradoura. É uma vitória para a vida selvagem", comentou Edith Kabesiime, nossa gerente de campanha de animais silvestres da África.

Uma vitória compartilhada

A parceira Blood Lions tem feito campanha contra a indústria de leões em cativeiro na África do Sul há muitos anos. 

Em 2020, a Animal World Protection juntou-se a eles e outras organizações para disponibilizar, ao comitê, evidências científicas, escritas e orais, que provassem o quão cruel e antiética tem sido essa indústria.

"Lutar contra essa indústria tem sido uma longa jornada. Nosso objetivo final sempre foi acabar com a reprodução de leões em cativeiro. Depois de tantos contratempos, finalmente, sentimos uma importante mudança de atitude. Aplaudimos a Ministra, seu Departamento e o comitê. No futuro, esperamos poder ajudá-los a fechar essa indústria ", comentou Ian Michler e Pippa Hankinson, diretores da Blood Lions.

Entre os motivos listados que justificavam o fim da criação comercial de leões em cativeiro, estão: o risco de zoonoses, preocupações com bem-estar animal, a falta de regulamentação da indústria, as políticas fragmentadas do setor, além de danos ao turismo da África do Sul e ameaças à população de leões selvagens devido à caça furtiva.

"Trabalhando juntos, podemos garantir que os leões permaneçam no local a que pertencem: a natureza. Estamos prontos para oferecer nossa experiência, trabalhando em colaboração com governos, ONGs e a indústria do turismo, para encontrar soluções práticas para a África do Sul", disse Edith Kabesiime.

Ao implementar a proibição de criar leões e outros felinos em cativeiro, em conjunto com a proibição de reproduzir e o fim imediato de todas as atividades que envolvem leões criados em cativeiro, o Departamento de Silvicultura, Pesca e Meio Ambiente da África do Sul irá, efetivamente, assumir a liderança em direção a um país mais verde e responsável.

Nós, a Proteção Animal Mundial e a Blood Lions parabenizamos a Ministra Barbara por essas medidas.


Matéria World Animal Protection

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

A cruel indústria de bile de urso chega ao fim no Vietnã


No Vietnã, assim como em outros países asiáticos, como Mianmar, Laos e Coreia do Sul é tradição extrair bile da vesícula biliar de ursos selvagens, criados em cativeiro, para o tratamento de simples males como resfriados e hematomas! 


A China é de longe o maior explorador de bile, abastecido por milhares de ursos em fazendas, segundo a Animals Asia. Inclusive, em março de 2020, o governo chinês promoveu o uso de uma injeção contendo bile de urso como tratamento para casos graves de covid-19.

 

Nas terríveis fazendas de bile, ursos são confinados por uma vida inteira em jaulas para que a bile seja extraída de seus corpos, tendo sua produção forçada, inclusive, pela introdução de pedras em seus estômagos. 


A bile é drenada por meio de cateteres ou agulhas inseridas na vesícula biliar dos animais, um procedimento doloroso por vezes repetido diariamente. Uma vida de sofrimento atroz em condições desumanas, exposta pela Ong Animals Asia, que atua regularmente em prol da libertação dos ursos.

 

Em 2005, o Vietnã proibiu a venda e extração de bile de urso e, desde então, o governo anunciou sua intenção de fechar as fazendas de extração de bile até 2025. 


Apesar da proibição, os produtores foram autorizados a manter seus ursos, desde que possuíssem microchips e houvessem sido registrados antes de 2005. Uma década e meia após a proibição entrar em vigor, mais de 300 ursos ainda são propriedade privada em mais de uma centena de fazendas. 150 deles são mantidos em Hanói, capital do Vietnã.


Alguns dos exploradores desses animais mataram de fome ou abateram os ursos de suas fazendas porque a manutenção era muito cara, de acordo com o grupo de bem-estar animal Free the Bears


Outros mantêm seus ursos para abastecer ilegalmente o mercado de bile, afirma Barbara van Genne, chefe de resgate de animais silvestres e de defesa da Four Paws, organização internacional sem fins lucrativos. No passado, a falta de fiscalização pelo Departamento de Proteção Florestal do Vietnã permitiu que a bile de urso permanecesse disponível para venda, conta ela.

 

Hoje, a bile de urso está ficando escassa no Vietnã. Há maior fiscalização do governo e redução na demanda, que baixou o preço da bile extraída nesses locais e, por conta disso, muitos ursos desses criadouros morreram por negligência ou saúde precária.

“Considerando o longo tempo que esses ursos sofreram em fazendas de bile, seu uso poderia ter acabado há muito tempo, sobretudo diante da indiferença das pessoas com a substância”, observa Crudge. “É um motivo a menos para manter os ursos nas fazendas, já que as pessoas estão dispostas a utilizar alternativas”.

Por mais de uma década, Tuan Bendixsen, diretor da Animals Asia no Vietnã, tem liderado uma campanha para promover tratamentos com ervas em vez de bile de urso. Bendixsen, que não participou do novo estudo, revela que foi bastante reconfortante saber que 15,7% dos entrevistados relataram utilizar uma alternativa vegetal, denominada c mtgu, ou “planta de bile de urso”, para o tratamento de hematomas e inflamações. 


A Animals Asia foi informada desse substituto pela Associação de Medicina Tradicional do Vietnã, que prometeu que seus médicos interromperiam as prescrições de bile de urso, já desde 2020.


A equipe de Bendixsen compilou e divulgou um livro que apresenta alternativas à bile de urso (incluindo canela, cardo da espécie Cirsium japonicum e ruibarbo) para o tratamento de males como resfriados, gripes e dores nas articulações. Foram abertas clínicas de saúde gratuitas e plantados jardins de ervas.

 

O estudo conduzido pela equipe de Crudge “nos encorajou ao indicar que estamos no caminho certo”, conta ele. “Nosso trabalho começa a render bons frutos”.

Diante dos resultados no Vietnã, onde a bile de urso “antes era considerada um remédio essencial nas residências”, afirma Crudge, o potencial para reduzir a demanda por bile deve ser considerado em outros países. 

As pessoas na China estariam dispostas a aceitar substitutos? “Acredito que há potencial para expandir a pesquisa e verificar”, prossegue ele.

Matéria National Geographic Brasil

 

Nota do Blog: 

Nota do Blog: Nenhum benefício à saúde humana pode advir do sofrimento infligido aos inocentes animais. Em nome da “ciência”, esses animais são torturados e adoecem em função dos maus tratos e as pessoas, realmente, acreditam que disso pode resultar um remédio para cura de algum mal?

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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