quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Brasil: Apelo pelo fim do abate de vacas grávidas é negado. Entenda o caso e assine a petição pelo fim dessa crueldade.

 


Campanha junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) pede a proibição do abate de vacas grávidas.

Clique aqui para assinar

https://animalequality.org.br/participe/abate-vacas-prenhes

Iniciamos essa campanha após nossa investigação de campo ter identificado o abate de vacas em estado avançado de prenhez e após denúncias de fiscais agropecuários, que não se conformam com o aumento do número de animais gestantes abatidos, desde a mudança no RIISPOA.


Até 2017, o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) só permitia o abate de animais antes do terço final da gestação, proibindo e descartando as carcaças dos abatidos fora da norma. O descarte inibia o envio de vacas em estágio avançado para os matadouros, pois desta maneira, os fazendeiros ficavam com o prejuízo.

A atualização do Regulamento de 2017, flexibilizou a utilização das carcaças, permitindo o aproveitamento dos animais em boas condições de saúde, o que resultou em um aumento significativo do número de fêmeas gestantes abatidas.

De acordo com fiscais da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro), entre 2017 e 2020, o número de animais gestantes abatidos aumentou 1200%.

 

Em 2021, o MAPA emitiu o Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados (Portaria 365/2021), no qual são estabelecidos os parâmetros de abate humanitário.

O artigo 7º trouxe um retrocesso na questão de animais gestantes, pois o abate e utilização da carne in natura daqueles em estágio avançado de prenhez, para fins de alimentação humana, passaram a ser permitidos, além de estender o tempo permitido do terço final para 90% da gestação.

Em setembro de 2021, Animal Equality, Fórum Animal, Alianima, Sinergia Animal e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) entraram com uma Ação Civil Pública na 11ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, pedindo que a suspensão do artigo 7º e, consequentemente, o fim do abate de animais em estágio avançado de gestação.


Em 17 de julho de 2023, o TRF do Paraná publicou a decisão de indeferimento da Tutela antecipada, que solicitava a suspensão imediata do artigo 7º. A argumentação foi: "Aludido material (fetal serum bovine – FBS) possui larga aplicação na indústria farmacêutica e bioquímica, por conta do seu uso como suplemento de cultura de células, sendo também utilizado em medicamentos veterinários".


Embora tenha indeferido o pedido, o Juiz "ressalvou nova análise do tema no momento subsequente à realização de diligências probatórias, a fim de que as questões equacionadas na decisão sejam elucidadas".



Entenda porque o abate de vacas grávidas deve ser proibido.

Imagine um animal de 8 ou 9 meses de gestação viajando em pé, sem poder se sentar em momento algum, em um caminhão lotado, sem ventilação adequada, sem alimento e água por mais de 8 horas. É isso o que acontece com vacas grávidas no transporte até o abatedouro.


Quando a mãe morre, logo em seguida, o bezerro sofre asfixia (hipóxia), afinal, é o oxigênio que ela respira que mantém o seu filhote vivo. Assim que cortam o pescoço da vaca, é possível ver o desespero do bezerro dentro da barriga, se debatendo, até que ele, também, acaba morrendo e para de se mexer.

De acordo com os fiscais que trabalham nos frigoríficos, essa prática vem se tornando cada vez mais comum, apesar de ser um desrespeito aos preceitos de bem-estar animal e, por isso, eles se viram obrigados a denunciar este caso que, segundo eles, é uma situação que envolve maus-tratos.

Precisamos exigir que o Ministério da Agricultura imponha que o abate, bem como o transporte de vacas grávidas seja proibido. Assine e compartilhe a petição para impedir esse terrível abuso animal!

https://animalequality.org.br/participe/abate-vacas-prenhes

Quais são os próximos passos


A decisão do Juiz ainda não é definitiva em primeira instância. O indeferimento da Tutela Antecipada indica, apenas, que ele não julgou que existem informações suficientes para ter a certeza do mérito do pedido, mas ainda está pendente a decisão final sobre a ação. Será apresentado um recurso à decisão defendendo que a produção de soro bovino fetal não será, significativamente, afetada com a proibição, pois, afinal de contas, a proibição do abate de animais gestantes era a regra até 2017.


O que é o soro bovino fetal?


O soro bovino fetal é um subproduto do abate de animais gestantes, produzido a partir do sangue de bezerros não nascidos (fetos), que é utilizado para o cultivo de células com a finalidade de pesquisa e produção de medicamentos. Ele é produzido em condições muito específicas e não são todos os frigoríficos que atendem os requisitos técnicos para sua produção. Mas, a Portaria 365/2021 autoriza o abate em todos os frigoríficos, logo, podemos constatar que há uma grande parte de animais gestantes abatidos que não são utilizados para a produção de soro bovino fetal.

 
Como você pode ajudar?


Você pode ajudar compartilhando a nossa petição para que mais pessoas tomem conhecimento desse problema e façam uma transição alimentar, deixando de consumir alimentos de origem animal e adotando opções ricas e variadas em vegetais que, além de salvá-los, contribui para a boa saúde.

Apesar de ser uma decisão não favorável, ainda acreditamos no parecer final positivo. Vamos continuar cobrando.

PS: O TRF do Paraná publicou decisão de indeferimento da suspensão imediata do abate de vacas grávidas. Porém, o Juiz ressalvou que 'nova análise do tema' precisa ser feita, nos dando esperança de um parecer final favorável. Sua assinatura em nossa petição é um argumento para pressionar nesta decisão. Clique aqui para assinar.

https://animalequality.org.br/participe/abate-vacas-prenhes

Fonte: Animal Equality. A 
Animal Equality é uma organização internacional que trabalha com a sociedade, governo e empresas para acabar com a crueldade contra animais criados para alimentação.


Nota do Blog Ação pelos Direitos dos Animais

Com toda certeza, toda a bárbarie cometida contra os animais terá um fim se as pessoas não financiarem a exploração animal. A começar pela preferência por uma alimentação à base de plantas.

Também esteja atenta ao seu cosmético e certifique-se de que é vegano. A indústria cosmética, no geral, faz uso de muitas substâncias oriundas da exploração e crueldade com animais. Não seja cúmplice!

Do mesmo modo, a concepção de que há algum proveito no uso de substâncias obtidas a partir do intenso sofrimento animal para medicamentos, sem nenhuma comprovação científica.

A Medicina Tradicional Chinesa é um exemplo disso, por considerar animais como recurso, os explorando das maneiras mais hediondas para obtenção, por exemplo, de bile (de ursos), do eijão (dos jumentos), sêmen (das baleias), soro bovino fetal (sangue de bezerros), barbatanas (dos tubarões), entre outros.

Faça sua parte, retirando-se do ciclo da violência, fazendo escolhas conscientes e compassivas.

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão

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