quarta-feira, 10 de junho de 2020

Um anjo chamado Zohra: menina de 8 anos teve sua vida ceifada por libertar pássaros

Crédito da imagem Revista Pazes


A história da menina paquistanesa Zohra Shah tem causado comoção e intensas reflexões sobre o mundo em que vivemos e quais os valores vigentes que carecem, com urgência, de uma profunda transformação. A menina que tinha somente 8 anos de idade foi morta por seu gesto de amor e compaixão, em um mundo de desamor e injustiça. ela libertou dois papagaios caros da gaiola.
Zohra fora mandada para a casa de uma família abastada, em um rico distrito de Rawalpindi, a quarta maior cidade do Paquistão, para trabalhar como empregada doméstica, apesar de sua pouca idade. Uma realidade cruel, porém frequente no Paquistão e em outros países, inclusive no Brasil. Uma atitude tomada de forma impensada pelos pais, quando confrontados com a pobreza generalizada e a falta de planejamento familiar.
A menina, que veio de Muzaffargarh, um distrito no sul de Punjab, localizado a cerca de 580 quilômetros da capital Islamabad, foi enviada pela famíla para viver e trabalhar para o casal e “receber uma boa educação”.
Ela trabalhava há quatro meses para a família de Hasan Siddiqui e sua esposa Umm Kulsoom. Mas, na última segunda-feira, dia 08/06, o homem confessou à polícia que sua esposa havia espancado Zohra porque a menina havia libertado seus papagaios.
“Siddiqui chutou a garota, havia hematomas por todo o corpo e ela estava sangrando”, disse o policial Mukhtar Ahmed, que está investigando o caso. Com o avanço das investigações, foi apurado que o casal foi responsável pelo espancamento. 
Depois de cometer a violência, os dois levaram a menina ao Hospital Memorial Begum Akhtar Rukhsana, onde a equipe confirmou sinais de violência, mas a menina não resistiu e faleceu em virtude dos graves ferimentos. O casal foi preso e confessou o crime.
O assassinato brutal provoca indignação geral e clamor por justiça para a menina Zohra. O ministro paquistanês de direitos humanos, Shireen Mazari, escreveu no Twitter que seu ministério está em contato com a polícia, acompanhando o caso e propondo reformas internas nas leis trabalhistas.
A Organização Internacional do Trabalho estima que existam pelo menos 8,5 milhões de trabalhadores domésticos no Paquistão, muitos dos quais são mulheres ou crianças. A situação de dezenas de milhares de crianças que trabalham no país é alarmante e a violência contra eles é comum.
No ano passado, a Assembleia do Punjab aprovou a Lei dos Trabalhadores Domésticos para regular o trabalho doméstico e registrar os funcionários, mas infelizmente isso não é suficiente para evitar assassinatos brutais como o de Zohra.
“Ainda um grande número de funcionários em Punjab não está registrado, faz trabalho não remunerado e crianças são torturadas até a morte”, disse Arooma Shahzad, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos.
Nota da redação: este é mais um caso onde se relacionam diretamente o clamor pela libertação humana e animal.
Na sua face mais vulnerável, crianças e animais. Por sua inocência e sentimento genuíno de amor incondicional, a menina Zohra inquietou-se com a liberdade cerceada dos pássaros, assim como a sua também fora cerceada, e os libertou. Com seu gesto altruísta, foi sentenciada à morte por ação da face mais brutal da (des)humanidade. A apropriação de uma vida. A da criança indefesa, a dos pássaros...
Zohra queria ver os pássaros livres a voar pelos ares. Que as asas dos anjos a acolham e a amparem em um outro plano, de amor e amparo aos vulneráveis. Que a compaixão prevaleça nos corações endurecidos nesse mundo triste e cruel. Sejamos todos agentes da tão necessária transição planetária.
Texto adaptado via Revista Pazes
Fontes de referência: GreenMe, Nacional, Justgiving.

Dizy Ayala
Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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Ação pelos Direitos dos Animais  
dizyayala@gmail.com




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6 comentários:

  1. Que notícia mais triste!!
    Mais uma! Violência, intransigência, intolerância, crueldade, desamor, uso indevido da força e da coerção. Até quando estas serão as mais fortes, vergonhosas e brutais características dos [des]humanos adultos???
    "Que as asas dos anjos a acolham e a amparem em um outro plano, de amor e amparo aos vulneráveis. Que a compaixão prevaleça nos corações endurecidos nesse mundo triste e cruel. Sejamos todos agentes da tão necessária transição planetária."

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    1. Grata por seu comentário, querida Marise!
      Muito triste mesmo! Sejamos todos agentes de Amor e Compaixão!

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  2. Respostas
    1. Muito triste mesmo!Ainda mais se pensarmos em quantas mais crianças e animais vem sendo escravizados e explorados no mundo. Que esta triste história seja um farol de reflexão e transformação da normatização hoje instituída da vida desses seres inocentes. _/\_

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  3. Estamos com vcs. GEAAC Campinas. 19992810750

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