sábado, 24 de fevereiro de 2018

POR QUE AGORA? Por que discutir o transporte de carga viva no Brasil?


POR QUE AGORA? Por que discutir o transporte de carga viva no Brasil?

Por Dizy Ayala

Assistindo ao debate no Canal Rural, me ative a um ponto em particular que foi levantado...
POR QUE AGORA?
Por que discutir agora, tendo em vista que há 20 anos já existe o transporte de carga viva no Brasil?
Para assistir o debate acesse http://www.canalrural.com.br/noticias/bancada-rural/polemica-envolvendo-exportacao-animais-vivos-72265

Além do fato de ter sido um número vultuoso, expressivo e ainda muito maior do que qualquer outro navio, o NADA tem capacidade para o transporte de até 30.000 bois.


O que é que mudou?
A opinião pública mudou!

Em pleno século 21, as pessoas têm mais acesso à informação e estão mais esclarecidas acerca de tudo que envolve a principal atividade econômica do Brasil.

Em um momento em que cada vez mais pessoas estão despertando para novos hábitos alimentares, a máxima “se você parar de comer, eles param de matar” se vê brutalmente atingida quando o país busca outros países para comercializar os animais vivos que estamos retirando da alimentação.

O fato de o Brasil ser maior produtor de carne do mundo é que faz com que empresários e políticos ligados a esse setor estejam na contramão de países desenvolvidos e que se espantem diante da opinião pública, que julgam equivocadamente ser uma minoria, uma meia dúzia.  E argumentos como vai quebrar a economia, vai gerar desemprego, não “colam” mais, a economia já quebrou, o desemprego já é o maior dos últimos anos e definitivamente a exploração animal da indústria da carne, está maculada para além do sangue dos inocentes, de corrupção financeira, da falta de saúde da população, vivemos a maior crise de saúde relacionada à má alimentação de toda a história e também os efeitos da degradação do meio ambiente.

POR QUE AGORA?
Porque hoje cada vez mais pessoas tomam conhecimento dos estudos realizados por pesquisadores, cientistas, ambientalistas, climatologistas, médicos e nutricionistas. Não é “uma minoria” que aponta os danos à saúde pelo consumo da carne (não, não é preciso matar animais para alimentar as pessoas), aliás, em pleno século 21, a tecnologia permite às pessoas continuar a comer carne. Países da Europa, Oriente Médio, Estados Unidos e Canadá estão produzindo carne à base de plantas. O Brasil é que está na contramão por conta de interesses de um específico grupo investidor. 

Não, o novo mercado consumidor não está quebrando a economia, aliás, os empreendedores veganos são responsáveis por boa parte do seu crescimento, em tempos de grandes transformações no mercado.

Quanto ao meio ambiente, não é papo de “eco chato” falar em sustentabilidade. Desde a Convenção de Kyoto, em 1996, estão sendo demonstrados os efeitos de degradação do meio ambiente por parte de atividades exploratórias, e sim, conforme dito no debate, vamos discutir o petróleo, o impacto ambiental de tudo, SIM, é isso que vários países de todo o mundo estão fazendo! Discutindo e implementando potencial energético de energias limpas e renováveis e por mais que evitem admitir, a pecuária é a maior responsável pela degradação do planeta. Todo excremento, fezes, urina e sangue dos animais está a poluir o solo, os rios e mares. 

Quanto maiores os rebanhos, maior nível de poluição, em proporções avassaladoras. Onde nos curtumes, são descartados mais de 50 químicos de alta toxicidade no leito dos rios. A preciosa água, já tão escassa, está repleta de dejetos e químicos.

Já temos o desafio de atenuar o que foi feito, é preciso reduzir drasticamente atividades que promovem dano ambiental e que repercutem diretamente na saúde das pessoas.

Isso não é só papo de vegano . É preocupação de toda pessoa sensata, seja ela vegana, vegetariana e até carnista. Não vamos esquecer que boa parte dos veganos e vegetarianos de hoje, já foram consumidores de carne um dia. E porque se informaram, mudaram seus hábitos.

POR QUE AGORA?
Mesmo pessoas que ainda consomem carne e alimentos derivados de origem animal, estão diminuindo o consumo, porque estão se informando acerca dos benefícios para sua saúde, para o meio ambiente e porque, em pleno século 21, não querem compactuar com uma indústria que explora e mata animais. Não precisamos matar para viver.

O que mudou é que as pessoass estão mais informadas e estão optando por um modelo de consumo que preserva a natureza, a vida dos animais (comprovadamente, seres que sentem e sofrem como a gente) e também sua própria saúde.

Se engana quem pensa que essa é uma briga entre quem come e quem não come carne, estamos todos no mesmo barco. Todos nós, consumidores, estamos interessados em qualidade de visa, saúde, com os impactos ambientais, mudanças climáticas, escassez de água e alimentos.

Não se trata apenas de uma questão econômica, é uma questão de consciência, afinal somos todos consumidores e cabe a nós movimentar a economia. E não gerar dividendos a quem interessa apenas lucrar à custa da vida de inocentes animais, da saúde das pessoas e dos recursos do planeta, que é o lar de todos nós!



Dizy Ayala

Blogueira, Revisora, Escritora, 
Vegana.
Formanda em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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