Foto: KHALIL MAZRAAWI / AFP
Na cidade histórica, carrinhos elétricos começam a substituir as charretes puxadas a cavalos, enquanto ainda convivem com os passeios a camelo.
Em Petra, na Jordânia, a paisagem milenar
de construções esculpidas nas rochas vem ganhando ares mais modernos. O governo
local iniciou um processo de substituição de charretes de tração animal por
veículos elétricos, em resposta a pressões sofridas por parte de movimentos de
defesa dos direitos dos animais e, também, numa tentativa de tornar a visitação
mais confortável para os turistas.
Até agora, 12 charretes puxadas por
cavalos e mulas saíram de circulação. Em seu lugar, uma frota de dez carrinhos,
tipo os de golfe, começaram a transportar os visitantes entre o centro da
cidade e o sítio arqueológico.
Há tempos grupos de defesa dos animais,
como o PETA, já vinham pressionando as autoridades jordanianas pelo fim do uso
de animais como locomoção em Petra, seja puxando charretes, seja carregando
pessoas. Ao menos a primeira solicitação começou a ser atendida. Mas, por
enquanto, ainda não se fala em substituir os passeios a cavalo ou a camelo por
veículos elétricos. Pelo contrário, alega-se que os animais restantes ajudam a
preservar o aspecto original do lugar, que é um Patrimônio Mundial pela Unesco.
Para o chefe da Autoridade Regional de
Desenvolvimento e Turismo de Petra, Suleiman Farajat, o benefício da mudança
vai além do fim da exploração animal. À agência AFP, ele explicou que as
charretes puxadas por cavalos e mulas deixavam um grande mau cheiro pelo
caminho e suas rodas, frequentemente, batiam contra os paredões da Siq, o
corredor rochoso pelo qual se chega à cidade histórica.
Veículo elétrico transporta turistas pelo Siq, o corredor rochoso que leva à cidade histórica de Petra, na Jordânia. Foto: KHALIL MAZRAAWI / AFP
"Era uma experiência desagradável
para os turistas, para os cavalos e para nós", disse Farajat, que
completou exaltando o aspecto ecologicamente correto dos novos veículos:
"Não há poluição ou fumaça".
A novidade foi saudada por muitos
turistas, sobretudo os com maior dificuldade de locomoção, como idosos e
cadeirantes. E, também, por quem vive do turismo na região. À AFP, o presidente
da associação de proprietários de cavalo, Mohammad Amarat, responsável por
esses passeios, afirmou que a troca tem sido mais lucrativa para os condutores,
já que os carrinhos transportam até cinco passageiros em vez de dois, como as
charretes, e levam menos tempo para cumprir o percurso.
O grupo de proteção animal PETA também
comemorou a medida, que classificou à AFP como "um grande primeiro passo
para proteger os animais que trabalham", e disse que espera poder colaborar
junto ao governo local para que haja apenas transporte livre de animais em
Petra.
Notícia O Globo
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |