Getty Images
No começo de janeiro de 2020, em Flandres (uma das três regiões da Bélgica), uma norma proibiu a matança de animais sem que eles tenham sido previamente insensibilizados. A insensibilização tem o objetivo de deixar o animal inconsciente, para que ele possa ser abatido sem dor.
Porém, as comunidades muçulmana e judia ficaram contrariadas diante da nova lei, pois seguem preceitos religiosos em que vacas, cabras, ovelhas ou aves de curral devem ser sacrificados com um corte na garganta e deixados sangrando, por horas, até a morte. Dessa forma, de acordo com o Alcorão e a Torá, os livros sagrados do islã e do judaísmo, respectivamente, a carne obtida cumpre com os ensinamentos e a lei religiosa, uma prática ancestral e generalizada entre judeus e muçulmanos.
Esse rito, com pequenas diferenças, é ilegal em 11 países europeus. Enquanto a Suécia, Noruega, Dinamarca, Eslovênia e Islândia, e agora a Bélgica, exigem que se aplique um sistema que garanta ao animal perder a consciência antes que se passe a faca em seu pescoço, a Suíça e Liechtenstein permitiram exceções em relação às aves de curral.
Já na França, na Alemanha, no Reino
Unido, na Ucrânia e na Rússia, onde vivem a grande maioria dos judeus da
Europa, o abate ritualístico de animais ainda é permitido, embora existam
exceções.
No Brasil, o maior exportador de carne halal do mundo, há centenas de funcionários de países árabes trabalhando em grandes frigoríficos para garantir que as regras sejam cumpridas para que o produto seja qualificado como tal. Os frigoríficos costumam ser monitorados por fiscais dos países importadores.
Os grandes frigoríficos brasileiros aplicam a insensibilização no abate de frangos, porque acreditam que a medida aumenta em até mais de 20% a produtividade do processo - pois evita que o animal se movimente em demasia durante o abate. Mas, o setor vinha sendo pressionado pelo maior importador de frango brasileiro, a Arábia Saudita, que passou a exigir que os animais não fossem insensibilizados antes do abate.
Sob pretexto de que a lei estaria
atentando contra a liberdade religiosa, muçulmanos e judeus argumentam que o
corte rápido na garganta é a forma de produzir menos sofrimento ao animal no
momento de sua morte.
"A palavra (halal) poderia ser
traduzida como 'autorizado, recomendável, saudável, ético ou não abusivo'. Os
muçulmanos de hoje entendem o termo como um estilo de vida", explica em
sua página o Instituto Halal, entidade encarregada de certificar os produtos e
serviços aptos para consumo por muçulmanos na Espanha e no México. No caso dos
judeus, o equivalente de halal é kosher.
Já o partido Nova Aliança Flamenca, que apoiou a lei em Flandres, questionou a ética por trás do sacrifício de animais, argumentando que a morte nesse ritual é brutal porque aumenta muito o estresse e a agonia do animal antes de ele ser morto.
Nas duas religiões, a figura do
abatedor é chave.
Para os judeus, a pessoa denominada
"shojet", tem que ser um religioso, estar saudável e ter se preparado
para exercer o trabalho.
No caso do Islã, o abatedor deve pronunciar o nome de Deus antes de fazer o corte com um movimento contínuo da faca afiada. O animal não deve ver a faca e sua face tem de estar voltada para Meca.
"Eles querem continuar vivendo na Idade Média e querem continuar sacrificando sem insensibilizar o animal e sem obedecer a lei. Bom, lamento: na Bélgica, a lei está por cima da religião e assim permanecerá", disse ao jornal The New York Times, Ann de Greef, diretora da associação GAIA (sigla em inglês para Ação Global pelos Interesses dos Animais).
Alguns rabinos ortodoxos permitem a insensibilização “posterior” ao corte, uma técnica em que os pescoços dos animais são cortados “quase” ao mesmo tempo em que ficam inconscientes. (?)
Fonte: https://www.bbc.com/
Verdade
seja dita, o abate de animais, seres sencientes, em pleno século 21, era
tecnológica, com tantas alternativas ao consumo de carne de origem animal, já é
um absurdo. No que diz respeito a culturas milenares, muçulmanas, judias,
africanistas, que continuam a se apegar a leis antiquadas, nada compassivas, em
nome de “Deus”, é ainda mais alarmante. Temos de evoluir a tradição em
compaixão.
Deixar
os animais à parte das crenças humanas de supremacia, crendo que outras vidas
existem meramente para lhes servir ou a seus deuses.
Do
ponto de vista da legislação europeia, torcemos para que mais países adotem
medidas em prol de minimizar o sofrimento animal. Desejo absoluto é o de que
seu martírio nas mãos humanas tenha fim.
Quanto
à economia, as boas notícias vindas da Europa, representam uma oportunidade
comercial para o Brasil. Esta é a parte terrível da história. Eles param de
produzir, mas como ainda tem mercado consumidor, mais carne halal é produzida
no Brasil. Muitos mais navios NADA (maior embarcação do mundo para transporte de
animais vivos) serão conduzidos dos portos de Rio Grande no RS e São Sebastião
em SP, dentre outros, com destino aos países árabes.
Ou seja, a nível global, esse tormento só terá fim quando corações e mentes se abrirem à compaixão. Por hora, nos irmanamos com todos aqueles que vem lutando pelos direitos dos animais, que também são criaturas divinas, para que sejam poupados do sofrimento por conta de um Deus nada misericordioso.
Emirados Árabes lança alternativas ao consumo de carne de origem animal
Saiba mais no link
http://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2021/01/burger-de-proteina-de-girassol-e.html
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |
História terrível. Não sabia que ainda era assim.
ResponderExcluirPois é! Verdade seja dita, o abate de animais, seres sencientes, em pleno século 21, era tecnológica, com tantas alternativas ao consumo de carne de origem animal, já é um absurdo. No que diz respeito a culturas milenares, muçulmanas, judias, africanistas, que continuam a se apegar a leis antiquadas, nada compassivas, em nome de “Deus”, é ainda mais alarmante. Temos de evoluir a tradição em compaixão.
Excluir