terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Unesco recusa tourada como patrimônio cultural imaterial da humanidade

 


Já é impressionante que a tourada ainda exista em 2020 e, ainda por cima, que haja quem proponha que esta prática cruel seja incluída no patrimônio cultural imaterial da humanidade. 

 

Felizmente, a UNESCO não aceitou.


Nem é preciso lembrar a crueldade das touradas, onde um homem, na figura do toureiro, deflagra golpes com lanças contra um touro, até a sua morte. O que é, cada vez, menos aceito como espetáculo, tendo em vista o crescente número de pessoas sensíveis ao bem-estar animal.

 

Durante esses meses de pandemia, as touradas sofreram várias interdições para evitar a aglomeração de pessoas, e centenas de touros foram salvos. Porém, neste período, a Asociación Intergubernamental de la Tauromaquia enviou um pedido à Unesco apelando para a “situação de emergência” que vivia a tourada na Espanha.

 

Pedido que foi prontamente combatido por algumas associações internacionais, reunidas na plataforma La Tortura No Es Cultura (LTNEC) e, também, pelo ativismo virtual  com o uso da hashtag #NoTauromaquiaEnUnesco que se tornou tendência nas redes sociais de Espanha, Portugal, Colômbia, Equador e Peru.

 

A Unesco, que deveria discutir o assunto em setembro, decidiu adiar para a reunião de outubro, onde o tema não fazia parte da pauta e, consequentemente, as touradas não foram incluídas entre “dossiês em curso de 2021”, examinado pelo Comitê agora em dezembro.

 

Assim comentou Marta Esteban, presidente da Ltnec:


 “Seria incompreensível que enquanto órgão das Nações Unidas, o Comitê dos Direitos da Criança, urge para proteger os jovens da violência das touradas, outro órgão das Nações Unidas, neste caso a UNESCO, o classifique como um patrimônio imaterial da humanidade a ser transmitido a essas mesmas crianças e jovens e subsidiado com dinheiro público. Nestes tempos difíceis em que vivemos, é fundamental defender as expressões culturais que promovem a vida, não a morte, e que facilitam a coesão da sociedade, e não o confronto entre os cidadãos, que é o protagonista do debate sobre as touradas”.

 

Na verdade, as touradas nem mesmo foram consideradas entre os possíveis ativos intangíveis protegidos pela UNESCO. E como poderia ser diferente, o sofrimento e a violência não podem, em caso algum, ser considerados patrimônios da humanidade!

 

Fontes: El Mundo/El diario

Imagem: filme animado O Touro Ferdinando  


Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão




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