quinta-feira, 27 de junho de 2019

Irlanda será o 15º país na UE a eliminar a prática de confinar e matar animais por suas peles.



Irlanda irá acabar com fábricas de peles, poupando milhares de martas de uma "vida miserável".

O governo irlandês tem enfrentado uma pressão crescente, particularmente dos defensores dos animais, para seguir o exemplo de outros 14 países da UE, da Noruega à Sérvia, que terminaram ou estão pondo fim à produção de peles.

As três fazendas de peles da Irlanda: em Donegal, Kerry e Laois, abrigam cerca de 200.000 martas, amontoadas em minúsculas gaiolas de arame. Os animais são gaseados até a morte e esfolados quando têm seis meses de idade.

Michael Creed, o ministro da Agricultura tem enfrentado pressões de membros do parlamento irlandês, do Partido Trabalhista, do Independents 4 Change, do Partido Verde e dos Social democratas, por um projeto de lei.
Os defensores dos animais congratularam-se com o movimento, junto à Sociedade Irlandesa para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, pelo fim do comércio "cruel", aguardado há muito tempo.
Andrew Kelly, chefe da ISPCA (Irish Society for Prevention of Cruelty to Animals), disse que ferimentos e o comportamento estereotipado são comuns em animais criados em fábricas de peles, que nada tem a ver com seu comportamento normal.
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Jo Swabe, da Humane Society Europe, afirma: “Com tantos países proibindo a produção de peles, o Reino Unido está sob pressão para proibir a venda de peles e com cada vez mais designers evitando peles animais em suas coleções, esperamos que o sofrimento causado seja logo relegado aos livros de história”.

Ou seja, o pleno progresso quanto a essa prática cruel significaria proibir a venda de peles, não apenas na produção, que poderia mudar para o exterior, mas também a comercialização de peles animais.
Uma pesquisa realizada na Irlanda em outubro mostrou que quatro em cada cinco pessoas apoiam o fim das fazendas de peles.
A criação de peles parou na Inglaterra e no País de Gales em 2000, e na Escócia e na Irlanda do Norte dois anos depois.  
A Lituânia, a Polônia e a Ucrânia estão considerando encerrá-lo, de acordo com a Fur Free Alliance. 
Designers incluindo Gucci, Versace, Jimmy Choo e Chanel estão livres de peles animais. Mas Saint Laurent e Dolce & Gabbana ainda vendem peles.
Infos site The Independent

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Dizy Ayala

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Sobre mães e filhos. As confissões chocantes de um trabalhador de matadouro que se tornou ativista pelos direitos dos animais.





Mauricio Pereira denunciou o tratamento cruel no maior matadouro da França, em 2016. Virou ativista, vai abrir um restaurante vegetariano e conta tudo em livro.
        
texto
Daniel Vidal

Mauricio García Pereira era só mais um funcionário num dos maiores matadouros da França. O espanhol tinha apenas um trabalho: retirar as vísceras dos corpos dos animais abatidos. Num dia como outro qualquer, sentiu algo de estranho entre os órgãos que lhe chegavam despejados num tapete rolante. No meio do sangue, reparou num pequeno órgão estranho, cor de rosa vivo. Agarrou-o, ainda quente. Quando percebeu do que se tratava, ficou incrédulo, largou a faca e praguejou. Era o feto de um bezerro ainda com vida. Confrontou o chefe que simplesmente ordenou que fizesse o que fazem sempre: tudo para o caixote do lixo.

Quando fez as primeiras denuncias em 2016, as suas revelações provocaram uma onda de indignação na França. Antigo trabalhador do matadouro de Limoges, o espanhol desvendou as condições tenebrosas em que os animais eram mortos. Agora resume tudo em “Maus-tratos Animais, Sofrimento Humano”, publicado na França em 2018 e lançado em 04 de junho em sua versão espanhola – ainda não existe versão em português.

“Quem vem trabalhar por aqui não pode ter escrúpulos”, chegou a dizer a Mauricio o diretor do matadouro de Limoges. O espanhol manteve-se no posto durante quase sete anos, período em que fez questão de registrar e fotografar os comportamentos mais chocantes. Passou a ser uma espécie de agente infiltrado e as imagens que captou com uma câmara oferecida pela L214 – uma associação fundada em 2008 e que luta pelo fim dos maus-tratos animais – correram o mundo.

Apesar de toda a polêmica, tudo se manteve na mesma. “Falei com antigos colegas do matadouro e pouca coisa mudou. Fizeram obras para melhorar a maneira de receber e matar os animais, mas a cadência é a mesma e continuam a matar vacas prenhas”. Durante a sua passagem pelo matadouro, todos os dias eram abatidos entre 20 a 30 bezerros ainda nas placentas, revelou em entrevista ao jornal espanhol “Público”. A denúncia custou-lhe o emprego, embora admita que o voltaria a fazer tantas vezes quantas fossem necessárias.

O espanhol, nascido na Alemanha, era um ávido consumidor de carne. Comia chouriços e presunto todos os dias. Hoje, são raras as ocasiões em que come “um pouco de frango, uma vez por outra”, confessou em entrevista ao “El Mundo”. O trauma de sete anos a atirar bezerros para o lixo tornaram Mauricio um ativista, embora negue que seja possível um “abate ético dos animais”. “Ético não, mas com menos sofrimento, sim, é possível”.

No livro, Mauricio revela a sua própria experiência traumática no matadouro de Limoges para que sirva de denúncia e também de exemplo. Começou a operar numa cadeia onde passavam 35 vacas abatidas por hora. “Soava um ruído e o tapete avançava. Recordo o som e o odor de sangue seco que te obrigam a aprender a respirar pela boca”, explicou ao diário espanhol.

Fechado em salas claustrofóbicas, sem janelas e rodeado de odores intensos e ruídos, Mauricio fez de tudo: de limpar medulas a furar cabeças de bezerros com uma pistola de ar comprimido – tudo para que flutuassem na água a ferver.
A vida numa destas fábricas da morte não é fácil. O próprio confessa ter sido obrigado a recorrer à medicação para conseguir dormir. Quando nada funcionava, refugiava-se no álcool. “Tinha de tomar drogas e álcool, sobretudo álcool, para poder dormir sem pesadelos durante sete horas seguidas”.

“Podes tapar os ouvidos, mas acabas sempre por ouvir o ruído das mães a chamarem pelos bezerros”.

“Nem todos podem trabalhar num matadouro. Podes tapar os ouvidos, mas acabas sempre por ouvir os gritos dos animais, o ruído das mães a chamarem pelos bezerros (…) e os guinchos agudos dos porcos”, conta ao “Público”.

Apesar de ter deixado de vez a indústria alimentar, prepara-se para abrir um restaurante, precisamente em Limoges. No cardápio, não haverá qualquer vestígio de carne: será um espaço vegetariano. O nome transparece a sua experiência de vida, irá chamar-se A Transição. “A minha mentalidade deu uma volta enorme”, diz quando confrontado com a hipótese de voltar a trabalhar num matadouro, ao que nega de pronto.

Hoje, Mauricio dá palestras por toda a Europa e continua a lutar por melhores condições no abate dos animais. Quanto às consequências que este consumo desenfreado pode ter no meio-ambiente, mantém-se otimista. “Os jovens têm uma consciência ecológica que não existia antigamente. A sociedade começa a perceber que ou mudamos as coisas, ou a este ritmo não vemos o próximo milênio”.
        
Reportagem revista 4MEN



Dizy Ayala

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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Nos próximos 20 anos, 60% da carne consumida no mundo não será mais de origem animal.



É o que sugere um novo estudo. Só em 2018, quase US$ 1 bilhão foi investido em carnes à base de plantas.

Exemplo disso é o Impossible Burger, produzido pela Impossible Foods, um burger de origem vegetal que imita o sabor e a aparência da carne bovina, lançado em 2018, resultado de nove anos de pesquisa e US$ 250 milhões de investimento.

Em um ano, o Impossible Burger, que primeiramente era distribuído apenas em pequenas lanchonetes, passou a fazer parte  do cardápio de algumas filiais americanas do Burger King, uma das maiores redes de fast food do mundo, compondo o chamado “Impossible Whopper”, que está à venda em quatro cidades dos Estados Unidos.

Com base no rápido crescimento do mercado de carnes de origem vegetal ou produzidas em laboratório, foi divulgado um novo relatório sobre o assunto, agora em junho, elaborado pela consultoria ATKearney.

O estudo aponta para a forte tendência da mudança de comportamento das pessoas quanto à alimentação, com um aumento progressivo no número de veganos e vegetarianos, incluindo o grande público, cada vez mais atentos aos impactos ambientais da agropecuária e à crueldade sofrida pelos animais tidos como de produção.

O relatório sugere que dos 60% da carne alternativa, parte será cultiva em laboratório, a partir de células tronco de um animal adulto (porco, vaca, frango), cultivadas em um reator biológico para se multiplicaram, de modo que uma parte vira gordura e outra músculo. Ou seja, ainda que sejam reduzidos os rebanhos de animais, a exploração continua para as matrizes de células tronco. Mais uma vez, animais são explorados, a exemplo daqueles que são usados em laboratórios científicos, tendo suas vidas privadas do direito à liberdade e seus corpos objetificados para um capricho do paladar.

Porém, outra parte, bem mais promissora, que atende ao cuidado com as questões ambientais, da saúde humana e preservação de vidas animais, são as opções veganas, como a do Impossible Burger, que valendo-se da tecnologia, na engenharia de alimentos, combina proteínas de origem vegetal, com temperos, cores e sabores, que lhe conferem o gosto característico do convencional.

O estudo listou 27 empresas que já trabalham em projetos nesse segmento, que recebeu, ao todo, US$ 950 milhões em investimentos em 2018, inclusive de grandes produtoras de carne animal.

A tendência já chegou ao Brasil com o Futuro Burger, feito com proteínas de soja, ervilha e grão de bico, que já pode ser comprado em algumas redes de supermercados, como o grupo Pão de Açúcar e em alguns empórios e lanchonetes.

Alimentos de origem animal, além de serem responsáveis por 70% das doenças modernas, como câncer, diabetes e cardiovasculares, tem um enorme impacto ambiental. Segundo a FAO, divisão da ONU para alimentação e agricultura, mais de 70% da soja produzida no mundo serve para alimentação de animais de fazenda. Dos quais, 20 bilhões são aves, 1,4 bilhão são bovinos, 1 bilhão de porcos e 1,9 bilhão de ovinos e caprinos, produzidos no planeta. Bilhões de vidas produzidas, constantemente, por inseminação artificial, exploradas e sacrificadas para obtenção de proteína, facilmente obtida a partir de grãos e hortaliças.

Vastas áreas são degradadas pelos dejetos desses animais, poluindo solos e rios, também o ar, por conta dos gases do efeito estufa emitidos, como o dióxido de carbono, responsável pelas mudanças climáticas e o desmatamento. Por conta disso, o relatório apoia a ideia de que o consumo de carne vai se tornar mais consciente.

Ainda, de acordo com o estudo, a mudança tende a ser gradual, em um setor que movimenta US$ 1 trilhão por ano. Portanto, agir com consciência, na produção e consumo de alimentos, é fundamental para diminuir os impactos e garantir a proteção dos recursos naturais, de vidas animais e da saúde das pessoas.

Infos reportagem Superinteressante.

Pode interessar
Conheça as 4 dicas para uma alimentação saudável, sem carne, indicadas pela ONU.
http://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2017/03/conheca-as-4-dicas-para-uma-alimentacao.html


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terça-feira, 4 de junho de 2019

Sacerdote de religião africana faz campanha no Brasil contra o sacrifício de animais



Dagoberto Isaac, conhecido como Alawowwo, é um sacerdote do culto de Yezan, uma religião africana com mais de 4.500 anos, similar à umbanda e ao candomblé, que nunca fez sacrifício de animais.
Alawowwo veio ao Brasil com a esposa, com a missão de apresentar o culto a pais e mães de santo brasileiros, no sentido de parar com o sacrifícios de animais, sem ferir os ritos das religiões afro. O convite foi feito por Solange Buonocore, que é dona de um terreiro de candomblé em Guarulhos, São Paulo.
“Todas as religiões um dia fizeram sacrifício animais, os cristãos, os muçulmanos, os budistas. Mas se adaptaram às mudanças da sociedade e não fazem mais isso. Até hoje nas missas católicas os padres falam ‘o sangue de Cristo’ quando levantam o copo, mas não é mais sangue que tem ali. Agora está na hora das religiões de origem africana se adequarem aos tempos modernos”, disse Alawowwo, em entrevista à Folha de São Paulo.
“Na Europa já é proibido matar animais em cerimônias religiosas. As religiões africanas no mundo todo estão sob pressão das organizações de defesa dos animais e dos governos, e o culto de Yezan é um caminho”, concluiu.
Infos Folha de São Paulo, Portal Vista-se e Radar Amazônico.
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