Moda Sustentável, muito mais que uma tendência, é um estilo de vida.
Público consumidor adota novo
comportamento de consumo no mundo da moda e passa a investir em projetos de
reciclagem e coleções feitas com tecidos tecnológicos.
Marcas veganas de produção artesanal e pequena escala ganham projeção nacional, com atenção especial à cadeia produtiva, respeitando tanto quem compra quanto quem cria e produz as peças.
Marcas veganas de produção artesanal e pequena escala ganham projeção nacional, com atenção especial à cadeia produtiva, respeitando tanto quem compra quanto quem cria e produz as peças.
A Pantone
escolheu o verde como cor do ano, de maneira a suscitar um olhar mais atento à
natureza.
Esse novo estilo
de vida revela um consumo consciente engajado com a sustentabilidade no mundo
da moda. Para isso, se faz necessário procurar conhecer os produtos consumidos,
sua origem e escolher aqueles que estão inseridos nessa visão sustentável.
O conceito
chamado slow fashion é definido por alguns
questionamentos na hora da compra, tais como:
Quem é o
fabricante?
De que
material ele é feito?
Quanto tempo
vai durar?
Preciso mesmo
disso?
Se não se
trata de uma necessidade, mas ainda assim é um objeto de desejo, há algo que
possa me desfazer, doar ou vender para não acumular mais coisas em meu
guarda-roupa?
Dica: as peças podem ser doadas diretamente para instituições beneficentes ou para brechós que aplicam valores acessíveis à população carente que serão revertidos para assistência de animais em situação de vulnerabilidade.
DÁ PARA GOSTAR DE MODA E TER
ESCOLHAS CONSCIENTES?
Em recente matéria publicada na revista Elle,
assinada por @isadora_a |isadora.almeida@abril.com.br foram colhidos os seguintes depoimentos:
Bárbara Mattivy é uma das fundadoras da
marca vegana Insecta Shoes, que produz sapatos superestilosos a
partir do reuso de materiais, desde a sola até o tecido do calçado. Ela declara
sua preferência por brechós na hora das compras: “Me divirto neles, e ainda
economizo. Também tento ao máximo comprar de marcas locais, brasileiras e em feirinhas”.
Para Marina Colerato, do site
Modefica, uma de suas prioridades quando vai adquirir algo novo é
que a peça combine com o resto do seu guarda-roupa e que, preferencialmente,
venha de “marcas de mulheres brasileiras que estão aí esquentando o mercado de
maneira independente”.
Cristal
Muniz do blog Um
Ano sem Lixo reforça: “Não
adianta ter um guarda-roupa com 400 peças orgânicas, verdes, sustentáveis ou
com tecido de reuso. Não é sustentável ter essa quantidade de peças. Moda sustentável tem a ver com o produto, mas
também com o jeito como a gente consome“.
CUSTO X SUSTENTABILIDADE
Ainda segundo a
matéria:
Quando comparados aos preços de
fast fashion, os produtos que foram feitos a partir de preocupações com
questões humanas e ambientais costumam ser mais caros. E Carla Lemos explica
didaticamente o motivo disso: “A moda é uma indústria muito grande que envolve
lojas, fábricas e plantações. É uma cadeia gigante, totalmente dependente do
trabalho manual, e com uma carga tributária alta. Quando você começa a colocar
no papel todas as pontas, você vê que é impossível uma blusinha ser vendida por
19 reais no Brasil, tendo sido produzida no sul da Ásia e percorrendo estradas
e oceanos para chegar até a arara do shopping mais perto de casa”.
“Eu passei a entender que uma peça que custa R$ 20 não é normal ao passo que uma que custa R$ 20 mil também não. Hoje, eu prefiro comprar peças com valores medianos de marcas que sei que estão tentando trabalhar de maneira justa”, pondera Marina Colerato.
A estilista Flávia Aranha, que prima pelo uso de tecidos e pigmentos vegetais, explica: “É caro e inacessível para grande
parte da população. Então é necessário entendermos que o volume precisa ser
repensado e que a qualidade precisa ser boa, para que os produtos que a gente
compre durem mais também”.
A vlogger Nátaly Neri, do canal Afros e Afins, também aponta
que o preço pode dizer muito sobre uma peça, mas é preciso ter cuidado. “Claro
que nem toda peça cara é sinônimo de processo justo, vide grandes marcas que
são sempre denunciadas. Vale a pena buscar saber mais sobre os processos
produtivos dos locais em que escolher comprar”.
André Carvalhal acaba de lançar o livro “Moda com Propósito”, em que ele
disserta sobre toda esta nova fase do consumo consciente. Para ele, seguir este
estilo de vida é “garantir a sobrevivência dos nossos descendentes”. “O planeta
está doente. As pessoas estão doentes em níveis físicos, mentais e energéticos.
Se continuarmos com o nosso estilo de vida atual, dependendo do consumo
desenfreado e inconsciente, vamos criar condições desfavoráveis à nossa
sobrevivência”, explica.
Joanna Moura, dona do blog Um Ano Sem Zara,
acredita que não há um futuro sem empatia, por isso esta luta é tão
importante: “Sustentabilidade nada mais é do que empatia
pelo mundo e pelo restante da raça humana”.
DICAS PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO
A dica de André para o primeiro passo neste movimento é simples:
pesquisar. “Existem sites, eventos, feiras e muitos conteúdos específicos
direcionados ao tema. As opções não param de crescer”, ele afirma. “São várias
ações em conjunto, mas todas vêm da consciência de que ter uma vida mais
preocupada com as pessoas e o meio ambiente volta a nosso favor”.
A fundadora da Insecta Shoes
também reforça: “Existem ótimas leituras e documentários sobre o assunto, que
esclarecem de forma bem didática os problemas na cadeia de moda e como ela é
poluente. Acho que uma das maiores referências atuais nesse assunto é o
documentário The True Cost, que
dá um panorama muito completo sobre a gravidade da situação toda”.
Os questionamentos são uma grande parte para dar um passo maior
rumo ao consumo sustentável como Nátaly Neri relembra: “Precisamos ter 30
blusinhas diferentes, que são descartadas a cada nova tendência? Ou podemos
investir em algo bacana e bonito, que respeita o trabalho dos outros e
contribui para um mundo melhor e mais justo?”.
Joanna Moura ainda ajuda a
desmistificar o termo: “A palavra sustentabilidade parece complicada,
mas não é. Tem um monte de coisas simples que você pode mudar na sua rotina
agora mesmo pra tornar a sua vida mais sustentável. Depois que
comecei a me interessar pelo assunto percebi que mudar não é difícil: passei a
reciclar o lixo, evito produtos descartáveis, compro mais a granel, opto por
produtos locais e orgânicos, consumo menos carne. Enfim, é um contínuo processo
de olhar para a sua rotina e entender: como posso melhorar?“.
Carla Lemos finaliza com um
lembrete importante: “Respira e não pira. A
gente ainda vive em um mundo que não foi feito para você ser sustentável.
E você vai encontrar muitas barreiras e frustrações no caminho, mas o
importante é ter consciência e ajudar a espalhá-la”.
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Matéria-prima vegetal vira tendência na indústria
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