terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Punção, o método macabro de produção de hormônios para indústria farmacêutica e pecuária.


Punção – retirada do sangue de animais vivos - 
o método macabro de produção de hormônios 
para indústria farmacêutica e pecuária.


Alguns anos atrás, tomei conhecimento sobre o chamado método de punção, enquanto fazia uma pesquisa sobre o queijo. Fiquei sabendo que o coalho usado na produção de queijos pode ser de origem vegetal e o é, em alguns países europeus. Porém, para a ampla maioria da indústria, não bastasse toda a crueldade da indústria leiteira, os bezerros, que são, para essa linha de “produção”, um descarte, tem retirado de suas vesículas, ainda vivos, um hormônio que é utilizado para a produção do coalho usado nos queijos, a quimosina.


Em outros casos, dependendo o propósito da fazenda, os bebês bezerros, antes mesmo do seu nascimento, ainda no ventre de suas mães vacas, tem introduzidas válvulas que sugam seu sangue a partir do coração para produção de hormônio para medicamentos, a maioria deles para controle hormonal em mulheres. Eis a chamada punção.

Confesso que, por algum tempo, não tive condições de escrever sobre esse tema, que ainda agora faço com dificuldade. Hoje, tendo chegado a mim a petição da Avazz sobre a extração de sangue de éguas prenhas vivas para obtenção de hormônio para produção de porcos, eu enfim, decidi que iria escrever. A desumanidade de nossa especie é algo que fere profundamente.

E, agora, retomo esse assunto pela notícia divulgada ontem no Jornal Nacional sobre a fundação brasileira Fiocruz estar usando cavalos para obter anticorpos para o Covid-19. E a manchete não saiu da minha cabeça, "24 litros de sangue são retirados, por dia, dos cavalos inoculados com o vírus". Como defesa, argumentam que os animais não são infectados com a doença. Já sabemos que o vírus atinge humanos, não animais, apesar de, eventualmente, já terem sido relatados casos de tigres infectados em um zoológico e martas em uma fazenda de peles.

E a justificativa para tal procedimento é a de que o cavalo é capaz de produzir 40x mais anticorpos do que uma pessoa infectada. E, mais uma vez, um problema humano, gerado por humanos, busca soluções na exploração animal. Enquanto o ser humano não deixar de usar de sua suposta "supremacia" para explorar outros seres vivos, não haverá cura para a humanidade.

Quando alguns dizem: “eu prefiro não saber”, em parte concordo, seria bem menos doloroso, porém uma vez que a dor do outro dói em mim, por um sentimento de compaixão por tantas vidas inocentes que são brutalizadas e de maneira tão vil, violentadas, é preciso comunicar. Aliás, tenho me dedicado, particularmente, a esse papel, o de comunicadora, porque creio que assim como eu não sabia e só recentemente tomei conhecimento de tamanhas bestialidades que não constam em nenhum rótulo, também outras pessoas, de bem, não sabem e não querem compactuar com esse atroz modelo de exploração e tortura de animais.

Já não bastasse o ato de matar ser desnecessário, tendo em vista que somos uma sociedade evoluída tecnologicamente e com uma Terra pródiga em alimentos vegetais, desnecessário é o fato de a indústria alimentar e também farmacêutica ter “coisificado” vidas animais a tal ponto. Extrair delas o maior potencial de recursos para, mais uma vez, interferir na natureza de seus corpos para que sirvam de alimento e medicamento?

Eu peço ao caro leitor, independente de sua condição, carnista ou não, avalie qual o valor de compactuar com esse ciclo de violência? Qual o real benefício poderá haver em uma alimentação manipulada por hormônios, antibióticos, do cruzamento da genética de bovinos com suínos, isso tudo atuando na fisiologia do corpo humano? Não é de surpreender o aumento e agravamento das doenças modernas, cardiovasculares, variados tipos de câncer, obesidade, que longe de ser uma questão estética, é fator de risco à saúde e pode desencadear outras doenças como o diabetes e a pressão alta.

Não há benefício algum, e nem poderia, porque como espécie mais inteligente temos o dever de discernir sobre o que é certo e errado e não agir apenas motivados pela ideia equivocada de que podemos tirar proveito de outras vidas, apenas pelo fato de serem animais não humanos. 

Quantos segredos macabros que se escondem sob as paredes do confinamento em fazendas industriais e nos matadouros? Aqui, mesmo no Brasil, onde o cavalo é considerado animal de companhia, já foi divulgado o quanto está disseminada a venda de sua carne junto à produção de carne bovina e suína. Afinal, carne é carne. Deixe de consumir e não seja cúmplice da crueldade. Uma vez que você para de comprar, eles param de produzir.

Posicionamento: Ainda que para medicamentos sou contra testes em animais, como, recentemente, foi feito com macacos, porcos e outros animais para testar vacinais contra o coronavírus. A Índia, por exemplo, produziu a vacina sem testes em animais. Ela foi testada direto em pessoas doentes. E a obtenção de princípios ativos, a exemplo da tradicional medicina chinesa e o caso recente relatado nesta matéria, sobre anticorpos gerados no sangue dos cavalos, também. Temos tecnologia e métodos avançados para produzir alternativas ao uso de animais, se isso não é feito, é apenas por conveniência de uma crença equivocada de que eles estão aqui para nos servir.



Artigo escrito em 2017, revisado e ampliado.


Eis o texto original da Avazz

Aos membros do Parlamento, Comissão e Conselho Europeus:
"Pedimos que seja banida a importação para a Europa de quaisquer produtos obtidos por meio de técnicas consideradas cruéis e que causem sofrimento aos animais. Como líder mundial em bem-estar animal, a Europa deve aplicar os seus próprios padrões aos produtos que importa."

Mais informações:

Parece um filme de terror: centenas de éguas prenhas presas em máquinas de extração de sangue! Algumas ficam tão fracas que entram em colapso e morrem. Mas podemos acabar com isso agora. 

A tortura industrial de cavalos é impulsionada por empresas farmacêuticas européias – elas usam o hormônio do sangue para acelerar a reprodução de animais na pecuária industrializada. Embora a União Europeia diga estar considerando medidas, até agora nenhuma foi tomada. 

Nem mais uma égua precisa morrer! Os ministros se reúnem daqui a duas semanas: vamos sacudir a União Europeia com um milhão de assinaturas pela proibição do comércio abusivo de sangue de éguas prenhas. Assine a petição e compartilhe com todos!





Dizy Ayala

Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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Uma Escolha pela Vida
Ação pelos Direitos dos Animais  
dizyayala@gmail.com

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