Em 18 de outubro de 2013, um grupo de ativistas, que deu início a uma
campanha de defesa dos animais, acampando em frente ao Instituto Royal, em São
Roque (SP), invadiu, na madrugada daquele dia, a sede do laboratório, que
realizava pesquisas nos setores farmacêutico e veterinário, retirando de lá 178
cães da raça Beagle, o que gerou uma grande comoção da opinião pública e um
grande impacto na mídia.
O resgate dos cães despertou debates importantes no Brasil, que geraram impactos
significativos na proteção animal, de acordo com o Fórum Animal:
Conscientização
O episódio fomentou a importância de restrições mais rigorosas ao uso de
animais no ensino. A imagem dos beagles resgatados tocou pessoas que
desconheciam a prática de pesquisa com animais no Brasil. Isso deu visibilidade
às questões éticas e de bem-estar animal, influenciando as iniciativas
posteriores de maior proteção.
Normas mais rigorosas
Em 2016, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal
(CONCEA) proibiu o uso de animais em aulas demonstrativas. A entidade publicou
a Resolução Normativa (RN 38), posteriormente, substituída pela RN 53,
proibindo o uso de animais em aulas demonstrativas e recomendando o uso de
métodos alternativos.
Nos últimos 10 anos, 13 estados proibiram testes em animais para
cosméticos, incluindo São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Amazonas, Minas
Gerais, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, dentre outros. E há um Projeto de
Lei, a nível federal, tramitando com o mesmo objetivo (PL 3062/2022).
Mais métodos alternativos
Instituições brasileiras intensificaram pesquisas em métodos
substitutivos e foi criado o Centro Brasileiro para Validação de Métodos
Alternativos (BracCVAM). Desde então, foram reconhecidos 41 métodos
alternativos pelo CONCEA, com a publicação de, ao menos, 4 Resoluções
Normativas. Quando a entidade reconhece um método alternativo para certa
finalidade, torna-se proibido usar animais para este mesmo objetivo.
Fortalecimento da proteção animal
A visibilidade gerada pelo episódio fortaleceu movimentos de proteção
animal. O Fórum Animal, por exemplo, atua no tema, especialmente, com o projeto
"Ciência sem Jaulas", que visa a substituição do uso de animais em
experimentos científicos e o engajamento da sociedade na ética da
experimentação animal.
Nota do
Blog:
Cabe
ressaltar, ainda, que, a partir da comoção gerada pela revelação de práticas
cruéis com animais, realizadas em laboratórios de pesquisa, houve uma expansão desse
olhar mais compassivo, para outros modos de exploração animal. Isso fortaleceu
e consolidou o movimento vegano, que passou a contar com mais adesão e repercussão,
e que repercutiu em muitas mudanças nas escolhas de consumo, de maneira que sejam
sem crueldade animal.
Por tudo
isso, esse episódio foi um marco, pois dele decorreram transformações
importantes, na última década, na maneira de pensar e agir das pessoas, em
favor dos direitos dos animais.
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |
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