A partir de um julgamento de grande repercussão no país, o tribunal de Oslo decidiu pela proibição da criação das raças Buldogue Inglês e Cavalier King Charles Spaniel, que, por terem características físicas como focinho achatado e crânio pequeno, afetam, diretamente, o bem-estar dos animais provocando sofrimentos incompatíveis com a lei de proteção aos animais.
Em entrevista aos jornais locais, Åshild Roaldset, presidente da Sociedade Protetora dos Animais norueguesa, declarou: "Muitas raças reprodutoras são muito endogâmicas e carregam muitas doenças". Ele entrou em processo contra empresas do setor e criadores particulares. Ao final da entrevista, Åshild Roaldset declarou: "Temos que mudar a maneira como criamos os cães. A forma como fazemos isso, talvez, fosse aceitável há 50 anos, mas não agora".
Essa decisão é mais um importante passo para a proteção animal e para o combate à criação abusiva e cruel de cães visando apenas o lucro e não a qualidade de vida desses animais.
Está claro que criação de algumas raças em específico visa, exclusivamente, interesses humanos, tais como:
• Animais mais dóceis, mais peludos ou enrugados,
• menores e de patas curtas,
• com orelhas grandes e caídas ou curtas e eretas,
• com olhos saltados e focinhos pequenos/achatados.
Tudo isso para que, aos olhos de algumas pessoas, esses animais pareçam mais fofos e/ou infantilizados.
MAS, ESTE É O RESULTADO:
Após séculos de endogamia e consanguinidade, ambas as raças acima citadas desenvolveram doenças hereditárias que comprometem, significativamente, seu bem-estar e qualidade de vida.
O bulldog inglês possui graves problemas respiratórios devido ao seu crânio braquicefálico. (Pode-se dizer o mesmo da raça Pug).
A braquicefalia (que significa crânio quebrado)caracteriza-se por focinhos, extremamente, achatados/encurtados, crânios pequenos e olhos arregalados, e carrega um conjunto de seleções genéticas problemáticas como orifícios nasais menores, desenvolvimento incompleto da traqueia, baixa produção de lágrimas pela glândula lacrimal, maior predisposição à traumas oculares e à hipertermia, já que um focinho mais curto prejudica as trocas de calor e pode levar até mesmo a óbito.
Além disso, os bulldogs têm maior predisposição genética a problemas de pele, reprodutivos e ortopédicos.
“A incapacidade da raça para parir, naturalmente, é
uma das razões pelas quais o bulldog não pode ser mais usado para reprodução”,
consideram os juízes.
Já o Cavalier King Charles sofre com dores de
cabeça, insuficiência cardíaca e problemas oftalmológicos, também devido às
condições do crânio braquicefálico.
Via Fórum Animal
Matéria: Natalia Zagonel
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |
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