Pelo fim dos zoológicos e aquários no mundo
Por Dizy Ayala
Todos os anos, animais são capturados, retirados de seu habitat natural e de seu grupo familiar. Muitas vezes bebês são separados de suas mães, para viver uma vida de clausura e privação.
Há
uma intensa discussão quanto à importância dos zoológicos e aquários como
unidades de preservação, entretanto, por própria definição, essas instituições
existem com fins lucrativos e para tanto, precisam do valor dos ingressos de
visitantes para se manter em funcionamento. Uma vez que os animais estão
confinados em lugares estreitos e expostos à visitação já são vítimas de abuso.
Estão sendo violados seus direitos à liberdade e privacidade. Em consequência
disso, os animais ficam sujeitos a uma série de complicações para sua saúde
física e mental. Um exemplo disso são as baleias do Sea World, que já nasciam
com deformação na barbatana por conta do confinamento.
R.I.P. Tilikum
R.I.P. Tilikum
A maior orca em cativeiro do
mundo faleceu no Sea World, em Orlando, na última sexta-feira, 06 de janeiro,
2017, devido á uma infecção nos pulmões. Havia causado a morte de três
treinadores, por conta do estresse do confinamento. Como exposto no documentário
Blackfish, disponível no Netflix, a verdadeira razão da violência das chamadas
baleias assassinas é revelada. Tilikum foi capturada ainda filhote e viveu 33
anos, presa na mesma área restrita, sob as vitrines envidraçadas do aquário.
https://www.facebook.com/PlayGroundBR/videos/313015729093412/?pnref=story
Do
ponto de vista da preservação de espécies ameaçadas, também há controvérsias. Tendo
em vista que animais em cativeiro têm dificuldade em se reproduzir, alguns
indivíduos animais são expostos a sucessivas tentativas de reprodução por parte
dos veterinários e biólogos, estressando a até mesmo adoecendo algumas dessas
possíveis matrizes.
Retirar
indivíduos de espécies ameaçadas de seu habitat natural sob o pretexto de
protegê-los também prejudica os animais que permanecem na natureza, pois a
diversidade genética diminui, comprometendo ainda mais a espécie.
Não
há como argumentar que pelo cuidado com a alimentação, estejam sendo atendidos
todos os requisitos quanto ao bem-estar animal, uma vez que estão sendo
privados de exercer suas funções habituais como percorrer maiores espaços,
refugiar-se e socializar.
Aliás,
socializar é função primordial para manter o equilíbrio e boa saúde dos
animais.
Muitas
espécies vivem em grupos e muitas vezes esses grupos familiares não são
respeitados quando frequentemente zoológicos ou aquários vendem ou enviam
membros da família, em separado, para outras instituições, acabando por
comprometer as relações familiares. É o que acontece, por exemplo, com muitos filhotes,
que atraem visitantes e a atenção da mídia e, portanto, mais dinheiro. Entretanto,
quando o animal cresce, ele pode ser vendido para outras unidades, circos ou
até mesmo podem ser sacrificados.
Outro
argumento que não se sustenta é o de cunho educativo. Zoológicos e aquários não
cumprem essa função, muito antes pelo contrário, quando crianças são levadas a
esses locais, elas se deparam com o sofrimento animal e acabam por acreditar
que isso é normal e aceitável. Os pequenos devem ser estimulados a respeitar a
vida em suas variadas formas e entender que espécies selvagens têm seu lugar na
natureza e não no confinamento.
É
certo que muitos animais são vitimados por acidentes, pelo tráfico ou por
situação de maus-tratos e por isso não poderão mais ser inseridos em seu
habitat natural e para acolhê-los é que se fazem necessários espaços que se
aproximem ao máximo do ambiente natural desses animais, como nos santuários.
Os
santuários são formados com a finalidade de acolher exatamente esse perfil de
animais vitimados, jamais animais que sejam retirados da natureza para serem
exibidos para fins comerciais. Eles cumprem com a missão de amparar e
preservar!
No
Brasil, dentre tantos abrigos heroicamente mantidos por recursos próprios,
doações e trabalho de voluntários junto aos profissionais, dedicamos especial
destaque ao primoroso trabalho do Rancho dos Gnomos, que desde 1991 vem
acolhendo inúmeros animais da fauna silvestre, animais vitimados pelos
maus-tratos em circos, com uma reserva para felinos de grande porte e também
animais de fazenda.
Dizy Ayala |
Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Páginas no facebookUma Escolha pela Vida
dizyayala@gmail.com
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adorei e ate compartilhei...
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