Por Dizy Ayala
31 de agosto de 2015
Teria sido um dia como outro qualquer, não tivesse tombado uma carreta de carga viva em um dos trechos mais movimentados do país, o Rodoanel em Osasco, São Paulo.
O que seria mais um acidente de trânsito, a gerar um enorme congestionamento, assumiu outras proporções.
Foi então que o incidente tomou proporções dramáticas!
Na tentativa de desvirar a carreta tombada, a força de tração não foi suficiente voltou a tombar. Foi então que diante dos gritos de terror e dor, sua carga foi revelada. As emissoras que transmitiram as primeiras imagens nem de longe fizeram juz ao som ambiente, de desespero e terror. Assim como todo sangue derramado na pista foi ignorado, ocultado com lonas, pelas câmeras.
Com o tombamento foi possível revelar o conteúdo da carreta e o que seria mais um acidente de trânsito, a gerar um enorme congestionamento, assumiu outras proporções.
Tombando pela segunda vez muitos
dos animais que já estavam feridos, foram esmagados e mutilados. Um verdadeiro
desastre! A aflição só aumentava com o passar das horas e nenhuma medida
efetiva foi adotada. Os corpos dos animais permaneciam
empilhados entre vivos e mortos, presos nas ferragens.
À medida que as informações iam
chegando, foram sendo compartilhadas na rede social, criando uma verdadeira
corrente solidária: notas de sensibilidade com a dor dos animais, a organização
de voluntários da causa animal que pudessem se deslocar ao local do acidente e
a pressão por medidas cabíveis de parte dos órgãos competentes, como por
exemplo, o envio de um caminhão para recolher os animais.
Toda movimentação foi transmitida
por uma central de notícias via web, em tempo real, sob a coordenação do portal
Vista-se, na pessoa de Fábio Chaves. Cada atualização ia sendo compartilhada
por ativistas, protetores e simpatizantes da causa animal e com isso aumentava
a repercussão do caso e a busca por soluções.
Foi então que teve início uma
nova negociação: que os animais sobreviventes fossem encaminhados a um
santuário.
É determinado por lei que animais
acidentados não sigam para o frigorífico e sim para o abate para produção de
ração. Mas o que interessava aos ativistas e protetores era resgatar todos os
animais com vida para refugiá-los.
A tarde avançava e após 14 horas transcorridas desde o momento do acidente, ocorrido na madrugada, foram necessários
três caminhões para recolher e separar animais mortos daqueles que mesmo
gravemente feridos ainda resistiam.
Fundamental o trabalho dos voluntários que sempre que tiveram a oportunidade ofertaram água aos animais sedentos e extremamente exaustos e estressados.
Fundamental o trabalho dos voluntários que sempre que tiveram a oportunidade ofertaram água aos animais sedentos e extremamente exaustos e estressados.
Foi só à noite, depois de ampla
negociação, sob a representação da Dra. Sandra
Limande Lopes (OAB/SP)
que o frigorífico aceitou o acordo de transporte dos animais vivos para o
santuário em São Roque.
Foi uma vitória para a causa
animal! A exemplo do resgate dos Beagles no Instituto Royal, agora foram os
porcos do Rodoanel! Muita alegria e euforia tomou os corações e as páginas de
todos envolvidos presencial ou virtualmente.
Porém, havia um desafio muito
grande ainda por enfrentar: tratar o mais breve e eficiente possível dos
ferimentos dos animais. Para isso foi preciso mobilizar uma equipe de veterinários
e voluntários para fazer o que estivesse ao alcance. Nesse sentido a atuação da
FAOs foi fundamental, pelo fato de já terem essa rede de parceiros organizada.
Quanto ao voluntariado há tantos anônimos que não temos como referenciar, mas ainda
assim temos como reverenciar. Foram muitas mãos solícitas e de outra parte
muita torcida e colaborações em dinheiro para que as ações tivesssem êxito.
Destaque para mais uma participação no resgate de animais vitimados por acidente de trânsito por parte do Rancho dos Gnomos, à Asseama, no amparo dos animais e ao Santuário dos Bichos na acolhida das porquinhas para sua nova vida, como seu novo lar.
Foi feito um verdadeiro trabalho
de campanha ao longo de toda a noite, para aliviar e tratar os ferimentos,
muitos deles bastante graves.
Ao amanhecer do dia seguinte, à medida que chegavam muitas doações, da parte de várias ONGs, quer fossem alimentos, medicamentos, colaborações, também foram constatadas as perdas.
Além dos ferimentos gerados pelo
acidente com a carreta, muitas das porcas, sim eram todas fêmeas, já estavam
vitimadas por doenças advindas da exploração no cativeiro. Como porcas reprodutoras
que são mantidas uma vida inteira numa cela para procriar, elas acabam por
desenvolver câncer, tumores, doenças cardíacas e de articulação.
Alguma coincidência com as doenças advindas do consumo de carne?
O homem está a adoecer os animais
para depois alimentar-se de seus corpos, toda dor e doença infligidos a eles.
Os números oficiais:
Animais na carreta que se acidentou:
110
Morreram no local do acidente: 21
Animais resgatados (no acidente e no
frigorífico): 89
Não resistiram aos ferimentos após o
resgate: 25
Vivos, adotados: 9*
Vivos, adotados: 9*
Vivos, no santuário: 55
* Nove animais que inspiram mais cuidados foram
adotados por uma veterinária vegana que ficou comovida com a situação deles
enquanto fazia o tratamento no santuário.
Fonte Vista-se
As porquinhas que melhor se
restabeleceram tiveram a oportunidade de pela primeira vez experimentar a
liberdade.
No dia seguinte nova negociação
para recuperar ainda 22 animais do tombamento que haviam sido recolhidos pelo
frigorífico. Os que faltavam para completar o número de 110 iniciais do total
da carga inicial.
O tempo de espera para liberação
destes últimos animais oportunizou aos ativistas, protetores e voluntários
presenciarem o entra e sai de outros caminhos lotados de vidas.
A frustração por não poder
libertar a todos trouxe sentimentos intensos e contraditórios. Comemorar a
primeira vez se pode salvar um número expressivo de uma só vez destes animais
diante dos holofotes e a dor de um sistema industrial que ceifa vidas sem
cessar.
Nesse sentido é que houve mais
uma vez o clamor na rede que procurava sensibilizar o maior número de pessoas, no
entendimento de que é pela escolha diária de cada um de nós que podemos retirar
a violência do prato, deixando de consumir produtos de origem animal.
É uma atitude consciente e comprometida
com a igualdade nos direitos humanos bem como nos direitos animais, que se
importa com a saúde de ambos, com um modo de produção que respeita o meio
ambiente e que trabalha em cooperação e não exploração e que por fim nos trás um
sentido de humanidade mais amplo e espiritualizado.
Gratidão! Diante de toda avalanche de emoções desde a notícia do acidente no Rodoanel com a carreta das porcas, a desastrosa atuação dos "técnicos", o emocionante empenho e resgate dos ativistas, a corrente do bem que se formou na rede pelo compartilhamento de informações, de quem transmitia e todos que compartilharam, a todos que se sensibilizaram e se propõe a rever seus hábitos. por um mundo mais compassivo e de paz, às curtidas nas publicações e na página, eu só tenho a agradecer a todos de Emoticon heart!
Para contribuir com o Santuário dos Bichos, lar das porquinhas resgatadas, acesse
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/santuario-terra-dos-bichos
Publicações
Para contribuir com o Santuário dos Bichos, lar das porquinhas resgatadas, acesse
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/santuario-terra-dos-bichos
Publicações
Leia o
depoimento emocionado de uma ativista sobre os porcos que não puderam ser
resgatados
Na porta do
inferno.
Repense seus hábitos e retire-se do ciclo da violência!
Toda carne vem de um animal que queria viver!
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http://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com.br/2014/08/mini-big-pig-e-petificacao-todos-tem.htmlDizy Ayala Ação pelos Direitos dos Animais |
Defensora e Ativista dos Direitos dos Animais,
Formanda em Publicidade e Propaganda
Blogueira, Vegana.
Grupo Ação pelos Direitos dos Animais no facebook
dizyayala@gmail.com
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dizyayala@gmail.com