O chinês Zhi
Xiang, 51 anos, é um monge que ama os animais e faz uso do budismo para
esse propósito.
Duas vezes por
semana, Xiang vai ao canil onde a polícia amontoa os cachorros capturados na
rua. O monge leva cerca de 100 animais de cada vez.
Atualmente, em um
templo nos subúrbios de Xangai, a maior cidade da China,
Xiang cuida de, aproximadamente, 8 mil cães.
Sem a intervenção
do monge, os animais do canil seriam sacrificados ou poderiam parar na mesa de
algum chinês que se alimenta de carne de cachorro.
“Tenho que
resgatá-los porque, se não fizer isso, tenho certeza que morrerão“, explica
Xiang, em conversa com a agência France-Presse.
“Não é culpa das
pessoas que não gostam de cachorros, nem do Estado: é culpa dos chamados
‘amigos dos animais’ que não sabem cuidar deles“, lamenta o monge.
Em 2019, a imprensa chinesa calculou que o país asiático possuía 50 milhões de animais de rua.
Nos últimos anos, o mercado de animais de estimação disparou e as lojas vendem cachorros de raça pura a preços altos nas grandes metrópoles.
Infelizmente, muitos destes animais são abandonados, onde se reproduzem muito rápido, aumentando o número de cachorros vivendo nas ruas chinesas.
O objetivo de Zhi
Xiang é encontrar lares amorosos para esses animais, mas isso não é um desejo
alcançável para todos. Tanto é que aproximadamente um terço dos cães e gatos
acolhidos no templo morrem em decorrência de doenças antes que o sonho de ter
uma família se realize.
No templo de Bao’en, Zhi Xiang abriga não só cães e gatos, mas também galinhas, gansos e pavões. Dedicado aos animais, Zhi Xiang acorda às 4h da manhã, todos os dias, para cuidar deles. E investe mais de 12 milhões de yuanes (310 mil dólares) por ano para comprar ração, já que os animais consomem 60 toneladas por mês.
Para arcar com esse valor, o monge
depende de doações de fiéis, incluindo seus pais, e não recebe ajuda do governo.
“O problema é que não posso mais pedir emprestado”, lamentou.
Tantas dificuldades e obstáculos, entretanto, nunca o impediram de continuar ajudando os animais. Desde 2019, por volta de 300 cachorros foram encaminhados para outros países da Europa e da América do Norte para viver com seus novos tutores.
Graças ao
empenho de Zhi Xiang, essas adoções transformaram a vida desses animais,
livrando-os da morte e dando a eles uma segunda chance.
Fonte: Renova Mídia Fotos: Hector Retamal/AFP
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |
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