terça-feira, 31 de julho de 2018

Alimentação vegana e a complementação protéica


Alimentação vegana e a complementação protéica

É fácil reunir proteínas quando ingerirmos diferentes tipos de proteínas de origem vegetal ao mesmo tempo. Esse princípio é chamado de “complementaridade protéica”, Não é preciso saber muito acerca de nutrição para aplicá-lo. O agricultor que come seu feijão ou lentilha com arroz ou milho está praticando a complementaridade protéica. O mesmo está fazendo a mãe que dá ao filho um sanduíche com manteiga de amendoim e pão de farinha de trigo integral - uma combinação de amendoim e trigo, os quais contêm, ambos, proteína. 

As diferentes formas de proteína nos diferentes alimentos combinam-se de tal maneira que o organismo absorve mais proteína se forem ingeridas juntas do que se o fossem em separado. Entretanto, mesmo sem o efeito da complementaridade de combinar diferentes proteínas, a maioria dos alimentos de origem vegetal que ingerimos - não só nozes, ervilhas e feijões, mas também trigo, arroz e batatas - contêm proteína em quantidade suficiente para fornecer ao nosso organismo as proteínas das quais ele precisa. Quando evitamos “junk food ”, comidas ricas em açúcar e gordura e nada mais, a única maneira de não conseguirmos ingerir proteínas em quantidade que baste é se nossa dieta for insuficiente em calorias.

A proteína bem como os demais nutrientes podem todos ser facilmente obtidos de uma alimentação vegetariana sem qualquer cuidado especial. Os vegans, que não ingerem nenhum tipo de alimento de origem animal, precisam prestar atenção em um, e apenas um, nutriente necessário, que não está normalmente disponível em alimentos de origem vegetal, a vitamina B12. Ela que pode ser obtida de alguns tipos de algas marinhas, a partir de molho de soja feito pelo método japonês tradicional de fermentação, ou de tempê, um produto fermentado de soja, usado em algumas partes da Ásia e encontrado, com frequência, em lojas de produtos naturais no ocidente. Também é possível que seja produzida por microorganismos nos intestinos. 

Estudos de vegans que não tomaram nenhum suplemento de B12 por muitos anos mostram que, em seus níveis sanguíneos, essa vitamina ainda se encontra dentro da taxa normal. No entanto, para evitar-se alguma deficiência, com certeza, tomar vitamina B12 em cápsulas é simples e não dispendioso. A B12 contida nessas  cápsulas é obtida de bactérias cultivadas em alimentos de origem vegetal. Estudos com filhos de famílias vegans mostram que eles se desenvolvem normalmente com uma dieta vegan suplementada por B12, sem ingerir qualquer alimento de origem animal depois de desmamados.

trecho extraído do livro Libertação Animal de Peter Singer. 
ed. rev. - Porto Alegre, São Paulo: Lugano; 2004, (p. 206-207).


Dizy Ayala

Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Formanda em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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