quarta-feira, 23 de março de 2022

Espanha proíbe zoológicos, dentre outras medidas, com sua primeira lei de direitos dos animais

 


A Espanha fez grandes progressos no reconhecimento dos direitos dos animais, em primeiro lugar, mudando o status legal de cães e gatos, de objetos para seres vivos e sencientes, e, agora, uma proposta de lei de direitos dos animais, que banirá zoológicos e lojas de animais, trará penas de prisão mais duras para os abusadores de animais.

 

Apesar de tudo isso, as touradas, inexplicavelmente, permanecem sem controle. O histórico da Espanha quando se trata de justiça animal nunca foi bom, mas vários movimentos legislativos, nos últimos meses, podem ser indicativos de uma mudança no cenário político que, até agora, protegeu a cultura e as tradições manchadas pela exploração animal.

 

Em dezembro, a Espanha juntou-se a países como França, Portugal, Alemanha e Áustria ao reconhecer certos animais como seres vivos e sencientes, em vez de simples objetos, aos olhos da lei. Em vez de vir de um lugar de pura compaixão, no entanto, essa mudança foi, em grande parte, mais por conveniência legal, esclarecendo como cães e gatos seriam tratados em casos de separação familiar - digamos, se um casal se divorciasse, os cães, agora, seriam considerados semelhantes às crianças em casos de custódia.

 

Assim sendo, a Espanha não considera mais os animais como "objetos" com a aprovação da nova lei de senciência, mas as touradas continuam. Independentemente disso, para um país como a Espanha, cuja essência cultural parece estar nas touradas e em espetáculos rurais de corrida de touros - esta alteração do estatuto jurídico de alguns animais, tornando-os comparáveis a humanos, é muito importante. Até porque pode servir de precedente para mais reformas.

 

A nova legislação foi apresentada pela imprensa como a primeira "lei de direitos dos animais" da Espanha. Porém, a redação exata do projeto de lei ainda não foi vista. Segundo a agência de notícias Reuters, ainda é uma redação prévia decorrente de uma audiência pública, aguardando outra leitura no gabinete e uma votação parlamentar, mas, provisoriamente, é pelo menos um passo na direção certa.

 

Sob a legislação proposta, as lojas de animais seriam proibidas, os zoológicos e aquários seriam transformados em centros de recuperação de vida selvagem, apenas para espécies nativas, e sentenças de prisão para pessoas condenadas por abusar os seus animais de estimação seriam estendidas para até 18 meses, e 24 meses no caso de morte do animal. Animais selvagens em circos, também, seriam proibidos, assim como matar animais de estimação, exceto na necessidade de eutanásia realizada por veterinários.


Via Leslie Austin


Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

VITÓRIA! Sandro vai para o Santuário Elefantes Brasil!

 

Segundo reportagem do Portal G1, a Prefeitura de Sorocaba (SP) acatou a recomendação do Ministério Público e vai fazer a transferência do elefante Sandro, do Zoológico "Quinzinho de Barros" para o Santuário de Elefantes Brasil, na Chapada dos Guimarães (MT). A informação foi confirmada pela própria prefeitura na noite da última sexta-feira (11) A transferência ainda não tem data definida.

 

A recomendação do MP foi feita após a morte de Haisa, que foi companheira do animal por 20 anos. Sandro está sendo monitorado pela equipe do zoo desde a partida da elefanta, no dia 18 de novembro de 2020. O caso é acompanhado pelo promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum.

 

O anúncio da morte da elefanta Haisa foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) horas depois do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal ter entrado na Justiça para pedir uma apuração da situação do animal, que sofria de artrose, em novembro de 2020. Além da ONG, o Ministério Público abriu um procedimento preparatório. Antes da morte de Haisa, vídeos publicados nas redes sociais mostraram a situação do animal, que não conseguia caminhar ou se alimentar e tinha machucados pelo corpo.

 

De acordo com a prefeitura, a decisão da transferência do elefante Sandro visa buscar o melhor para o bem-estar do animal, em razão da necessidade de convívio com outros indivíduos da sua espécie. Agora, estão sendo preparados os trâmites legais e, também, está sendo estudada a forma de transporte.

 

Cabe ressaltar que os acontecimentos recentes envolvendo as Girafas do @bioparquedorio deixam claro que a prioridade para tal instituição não é o bem-estar dos animais, mas sim a perpetuação da exploração de vidas animais inocentes para servirem de atrativo para pessoas que não fazem ideia ou não se importam com o sofrimento a que tais animais estão sujeitos.

 

Por isso, tamanha a importância de toda a mobilização que foi realizada através das redes sociais. Graças ao esforço de todos foi possível demonstrar para os órgãos competentes que o Santuário é o que Sandro merece após uma vida inteira de exploração.

 

Fonte: forum.animal

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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quinta-feira, 10 de março de 2022

Tratado global sobre o plástico, Papa Francisco e o papel das corporações

Foto arquivo pessoal 

Em recente entrevista, o Papa Francisco voltou a expressar sua preocupação sobre poluição, plásticos e destruição do meio ambiente.

 

Será que os CEOs e acionistas da Coca-Cola e Pepsico, duas corporações multibilionárias do ramo das bebidas adoçadas e produtos ultraprocessados, ouviram o chamado?

 

É que - além de lucrar com o adoecimento das pessoas que consomem seus produtos - elas são as corporações que mais poluem o meio ambiente de acordo com o relatório da corporação Break Free From Plastic.

 

"Não importa o quanto nós tentemos evitar comprar plástico e não importa o quanto nós reciclemos, nunca será o suficiente. A quantidade de combustíveis fósseis extraídos para que as empresas fabriquem mais embalagens plásticas sempre prejudicará nossos esforços individuais", chama atenção o relatório.

 

“Jogar plástico em mares e rios é uma atitude criminosa – e precisa ser interrompida se a humanidade quiser salvar o planeta para as próximas gerações”. Essa frase contundente não foi dita pela ativista Greta Thunberg ou por nenhum diretor de ONG de meio ambiente, mas pelo Papa Francisco, em uma recente entrevista ao canal de TV italiano RAI.

Essa não é a primeira demonstração de preocupação por parte do Papa e da Igreja Católica com a conservação do meio ambiente e, consequentemente, com a poluição por plásticos.

De acordo com o site oficial Vatican News, na encíclica “Laudato si“, o Papa Francisco destaca que: “a educação para a responsabilidade ambiental pode encorajar vários comportamentos que têm um impacto direto e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o uso de plástico ou papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar somente o que pode ser razoavelmente comido, tratar outros seres vivos com cuidado, usar o transporte público ou compartilhar o mesmo veículo entre várias pessoas, plantar árvores, apagar luzes desnecessárias, e assim por diante. Tudo isso faz parte de uma criatividade generosa e digna que mostra o melhor do ser humano”.

O papel das corporações

E será que o Papa Francisco estava falando apenas com seus fiéis ou com os acionistas das empresas que lucram com a produção desenfreada de plástico?

Para além de influenciar atitudes individuais, organizações da sociedade civil vem dando “nome aos bois”, ou seja, investigando e sistematizando informações a respeito de quem produz o plástico, com o objetivo de responsabilizá-las, e cobrar políticas públicas dos Estados. 

É o caso da coligação internacional Break Free From Plastic que, pelo quarto ano consecutivo, lançou um relatório mostrando as campeãs da poluição do plástico em 2021: mais uma vez a Coca-Cola, seguida da Pepsico, são as corporações que mais poluem o meio ambiente com plástico. Grandes indústrias de produtos ultraprocessados como Nestlé, Mondelez, Danone e Mars também estão nesse ranking vergonhoso e perigoso para o planeta.  Além de fazer mal à saúde, fazem mal ao meio ambiente, nenhuma novidade.

E qual foi a metodologia utilizada pelo levantamento? Graças aos 11.184 voluntários de 45 países, foram realizadas 440 auditorias de marca em seis continentes. É uma iniciativa que envolve a contagem e documentação das marcas encontradas nos resíduos de plástico para ajudar a identificar as empresas responsáveis pela poluição plástica.

“Não importa o quanto nós tentemos evitar comprar plástico e não importa o quanto nós reciclemos, nunca será o suficiente. A quantidade de combustíveis fósseis extraídos para que as empresas fabriquem mais embalagens plásticas sempre prejudicará nossos esforços individuais. Para solucionar de verdade o problema do plástico, em primeiro lugar é preciso que essas companhias interrompam a enorme produção de plástico desnecessário e para uso único, as corporações precisam avançar para soluções reais que eliminem completamente a necessidade de embalagens plásticas”, afirma o texto do Break Free from Plastic.

 

Por conta disso, está em curso a proposta de um tratado global sobre o plástico para que países firmem o compromisso de acabar com a produção de plástico. O plástico é tóxico desde o momento em que sua produção começa. Ele é feito a partir dos mesmos combustíveis fósseis sujos que estão provocando a crise climática. E ele não se decompõe! Uma garrafa de plástico se parte em minúsculos pedaços invisíveis que podem viajar pelo mundo através da água e do ar, contaminando nossos mares, nossos rios, e até mesmo nossos oceanos.

 

Chama a atenção, também, a poluição causada pelos filtros de cigarros, as chamadas guimbas ou bitucas.

De acordo com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, a cada ano a indústria do tabaco produz seis trilhões de cigarros, consumidos por um bilhão de fumantes, em todo o planeta. Esses cigarros contêm componentes de microplásticos, como fibras de acetato que, quando descartadas de forma imprópria, liberam metais pesados e várias outras substâncias químicas, impactando ecossistemas e a saúde.

Os filtros são os dejetos mais descartados globalmente, somando aproximadamente 766.6 milhões de quilos de lixo tóxico, a cada ano. São considerados os resíduos plásticos mais comumente encontrados nas praias, fazendo com que o ecossistema marinho seja o mais suscetível.

Quando ingerido, as partículas químicas presentes nos microplásticos causam mortalidade a longo prazo na vida marinha, incluindo pássaros, peixes, mamíferos, répteis e plantas. Estes microplásticos passam a fazer parte da cadeia alimentar e estão associados a sérios impactos na saúde humana, que incluem mudanças genéticas, desenvolvimento cerebral e taxas de respiração, entre outras. 

Fonte: ACT Promoção da Saúde

 Dizy Ayala

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segunda-feira, 7 de março de 2022

Ativistas unem esforços para retirar animais de zoos da Ucrânia


crédito da foto: ASHRAF SHAZLY / AFP

Desde a semana passada, animais que vivem no Zoológico de Kiev estão em perigo por conta de o local estar situado em uma das zonas do conflito armado entre Rússia e Ucrânia, o que tem gerado grande preocupação com o bem-estar dos animais.

 

O zoo, que está fechado para visitantes, abriga cerca de 4 mil animais de mais de 200 espécies, incluindo elefantes, camelos e o único gorila da Ucrânia. O estoque de comida deve durar apenas dez dias, calcula a administração.

 

“É quase impossível evacuar os animais, porque é impossível fornecer serviço veterinário e transporte adequados”, afirmou Kyrylo Trantin, chefe do zoológico, segundo o site Euronews.

 

Elefantes e outras espécies vulneráveis ao estresse gerado por explosões e tiroteios ​​estão recebendo sedativos.

 

“A guerra está causando tanto estresse aos animais que alguns foram realocados para recintos fechados e galerias subterrâneas”, acrescenta Trantin. Funcionários do zoo passam as noites vigiando o bem-estar dos animais.

 

Animais de grande porte, como o elefante asiático Horace, está vivendo à base de sedativos. Zebras estão presas em pequenos cercados e se debatem em desespero quando escutam os sons das bombas.

 

A lémure Maya, que acabou de dar à luz um bebê, abandonou o próprio filhote em razão do estresse. Após 10 dias de confronto, os suprimentos estão acabando e não há nenhuma expectativa de conseguir retirar os animais que se tornaram alvos fáceis e correm risco iminente de morte.

 

Durante a invasão russa, alguns zoológicos ucranianos conseguiram evacuar seus animais para países vizinhos.

 

Até o momento, seis leões, seis tigres, um cachorro selvagem e um macaco foram retirados em segurança.

 

Animais do santuário de ursos Save Wild, perto de Kiev, foram transportados para a Polônia, onde o zoológico de Poznan lhes ofereceu refúgio durante a guerra.

 

Apesar de estar cercado por tanques russos no caminho, o comboio de cinco ursos atravessou a linha de ocupação e chegou em segurança ao seu destino, provocando alegações de um “milagre” por parte dos funcionários do zoológico.

 Dizy Ayala

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