quinta-feira, 26 de março de 2015

Audiência Pública sobre o fim do sacrifício de animais em cultos religiosos em Porto Alegre/RS

Audiência Pública sobre o fim do sacrifício de animais
em cultos religiosos em Porto Alegre/RS

Por Dizy Ayala
26 de março de 2015

Nos dias 24 e 25 de março, Porto Alegre, a capital do RS, teve em pauta a questão do sacrifício de animais em rituais religiosos. A Dep. Estadual pela causa animal, Regina Becker, solicitou a revogação do artigo do Projeto de Lei n° 21 que explicita dentro da liberdade de credo a permissão do sacrifício de animais em cultos religiosos.

Antes mesmo de apresentar a discussão na Assembleia Legislativa, a Dep. Regina já deixava claro que não se tratava de preconceito a nenhuma religião em específico, tendo em vista que a intenção não é de revogar o PL e sim apenas o artigo em específico. Houve inclusive um encontro com lideranças religiosas para deixar claro a intenção exclusiva da proteção animal.

Os ativistas da causa animal foram convocados para então comparecer nesta última terça para Audiência Pública sobre a questão.

Já pela manhã do dia 24, o PL foi distribuído em plenário. À tarde, houve manifestação no entorno da Assembleia, organizado pela ativista Luana Michels.

A Dep. Regina recebeu os ativistas às 17h30min em sala reservada para fórum e debates e às 18h  teve início a Audiência Pública.

Tanto a sala Dante Barone quanto a área no entorno da Assembleia tinha grande presença dos religiosos e simpatizantes de culto de raiz africana. De maneira que a opção por reunir-se em separado foi estratégia para evitar confrontos, tendo em vista que a orientação foi de manifestar pacificamente.

No caminho para Assembleia, já na Praça da Matriz, era possível ouvir, dentre cânticos próprios, a voz de uma das lideranças do movimento afirmar que estavam sendo vítimas de racismo. Foi dito também que estavam a perseguir as culturas afro descentes e sua liberdade de credo. Foi chocante perceber a hostilidade e fervor daqueles que pretendem manter tradições cruéis e manifestar o direito de torturar e matar.

A proposta como dito acima em nada discute cor da pele, tendo em vista que dentre os ativistas pelos direitos dos animais, há pessoas de diferentes etnias, crenças, profissões e classes sociais.
O que foi revindicado foi a defesa dos animais, vítimas de maus-tratos pelo direito à vida.

Nem mesmo o argumento de que os animais mortos em oferendas são usados para alimentação se sustenta. Há inúmeros relatos da agonia a que eles são submetidos para provocar a morte lenta e dolorosa, com cortes e perfurações e em alguns casos com o aproveitamento do sangue para rituais.

Para muitos dos manifestantes veganos presentes, evita-se qualquer tipo de exploração animal, seja nos testes de laboratório, entretenimento, cultura, cultos  e mesmo consumo de roupas, acessórios e alimentos de origem animal.



Houve manifestação dos ativistas em presença da Dep. Regina Becker no pateo em frente à Assembleia Legislativa. Estiveram representados várias ONGs de proteção animal, grupos e ativistas independentes. Vários perfis, algumas anônimas e valorosas vozes de senhoras protetoras que ao cair da tarde, ficavam mais vulneráveis para o retorno para casa. Aconselhamos uma em particular, para que fosse pelo lado oposto à praça, sem identificação do movimento, para evitar qualquer enfrentamento. Parece exagero mas havia por todo quarteirão pessoas distribuídas como que a reivindicar a propriedade de cada esquina das vias que são públicas. Há relatos de casos de agressão, quando desse corpo a corpo no acesso à Assembleia.



Casal Dizy Ayala e Juarez Rodolpho do grupo Ação pelos Direitos dos Animais





No dia seguinte, o plenário abriu mais uma vez suas portas agora com proposição de Audiência Pública presidida pela Dep. Manuela D'Ávila na intenção de defender a morte de animais em nome da religião.
...

O movimento pela abolição da crueldade animal, vem ganhando força no mundo todo.
Os Direitos Animais já elegem seus representantes para que as leis de proteção animal sejam uma realidade.
Há muitas demandas, e todas válidas! É preciso que se revise vários aspectos já enraizados da cultura humana, que se acostumou a ver-se com supremacia sobre as outras espécies. E por isso acaba por banalizar o sofrimento e a dor desses seres. Se fomos capazes de discutir a igualdade de raças, de sexo, é chegado o momento de discutir os direitos animais, seres sencientes que sentem e sofrem como a gente.

"O caminho da evolução se constrói pela compaixão e dentre tantas demandas que pretendem a absolvição dos animais de qualquer aflição e martírio imposto pela mão humana, essa continua a ser uma importante e necessária revisão de valores. Enquanto ainda se crê em deuses carentes do sacrifício como poderemos reclamar por misericórdia? Importante fazer o julgamento de nossas práticas diárias nesse caminho de evolução, para que sejamos nós absolvidos da culpa do pecado." Dizy Ayala 
Grupo APDA Ação pelos Direitos dos Animais


pronunciamento da Dep.Regina Becker no dia 25 de março (quinta-feira)
https://www.facebook.com/ReginaBeckerFortunati/photos/a.694259253968756.1073741828.693868430674505/871276122933734/?type=1&theater

Participe da petição on line! 
Para assinar é preciso clicar no link, preencher o formulário e confirmar!

Do site da Assembleia Legislativa:
Fotos da audiência pública do dia 24/03/15, convocada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente para discutir a respeito do PL 21/15 da deputada Regina Becker Fortunati.
Esta foi a audiência que não existiu de fato, onde somente os representantes das religiões de matriz africana puderam se manifestar, ferindo assim o principal objetivo da audiência publica, que é o debate e o contraditório. 
A mesa coordenadora não permitiu a participação do presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB/RJ, dr. Reynaldo Velloso, que veio do Rio de Janeiro especialmente para o evento, e a representante do Ministério Público do RS, dra. Anelise Steigleder.
Na mesa, os deputados Jorge Pozzobom, do PSDB, Altemir Tortelli, do PT e Tarcisio Zimmermann, do PT, juntamente com as lideranças religiosas.


A Audiência do dia 25/03/15 aconteceu. A mesa, composta por doze integrantes, tinha apenas uma representante dos direitos dos animais, dra. Sandra Royo, pelo MGDA, convidada no próprio dia 25 pela manhã, pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Gabriel Souza. Se não fosse esse convite de última hora, mais uma vez não haveria ninguém para falar em defesa dos animais. (fonte Movimento Gaúcho de Defesa Animal)



página Luana Michels - Direito dos Animais e Vulneráveis

edição do jornal Diário Gaúcho












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Dizy Ayala
Ação pelos Direitos dos Animais

domingo, 1 de março de 2015

O Direito Animal e a Evolução Humana



O Direito Animal e a Evolução Humana

por Dizy Ayala

O caminho da humanidade é a evolução!
E apesar de lento, a história é escrita em ciclos e a vida se transforma.

Por mais que a maioria, em geral, se acomode e se ajuste a modelos pré-determinados e mantenha o status quo, crendo na lei do mais forte, já dizia Darwin, na teoria da evolução das espécies, que o animal evoluído, não é o mais forte e sim o melhor adaptado.  Esta é uma visão que quando entendida, é revolucionária, pois não coloca o homem no comando ou como dono do ambiente e de outras espécies e sim como alguém que faz parte do todo e que precisa adaptar-se para tirar o melhor proveito.

É quando se retira da posição de parte de um todo que o ser humano passa a manipular o planeta, seus recursos e seus semelhantes, sem pudor e ponderação sobre as consequências de uma ação predatória.

No passado, seres humanos foram escravizados e discriminados por diferença de raça e gênero, sendo considerados incapazes de raciocínio lógico e eram mantidos em atitude subserviente, sem direito à educação ou qualquer outra atividade intelectual.

Por certo que nos dias de hoje ainda presenciamos, infelizmente, manifestações retrógradas quanto às diferenças, sejam elas, de raça, gênero e religião. Principal causa, no passado e,  ainda nos tempos atuais, dos principais e mais aterradores conflitos que a história nos conta.

Também nos dias de hoje, mantém-se o especismo quanto as outras espécies. Sempre que alguém se julga superior e afirma seu poder pela força, ele será opressor. E imagina que esse espírito audaz e conquistador, justifica qualquer forma de sacrifício e crueldade infligida ao oprimido.

Nesse sentido, os animais têm sido escravizados, torturados e explorados de todas as formas porque nem mesmo são considerados, pela maioria, seres de fato. É incongruente querer ser bem sucedido, quando por tantas vezes e de tantas maneiras, se desrespeita a vida de outros seres e se devasta o próprio planeta, que é o nosso lar.

Como é possível clamarmos aos céus por saúde, boa sorte, prosperidade e misericórdia a qualquer entidade superior, quando não a aplicamos em nossas próprias práticas?
Não há como o homem ser humano, se não repensar e mudar a forma como se relaciona com o planeta e os outros seres que o dividem conosco.

É preciso que se revisem vários aspectos já enraizados da cultura humana, que se acostumou a ver-se com supremacia sobre as outras espécies. E por isso acaba por banalizar o sofrimento e a dor desses seres. Se somos capazes de discutir a igualdade de raças, de sexo, é chegado o momento de discutir os direitos animais, seres sencientes que sentem e sofrem como a gente.

A boa nova é que como a vida caminha em ciclos, estamos sim vivendo a era dos direitos animais. Na França, eles estão no código civil e há pressão popular no mundo todo para que mais e mais nações façam o mesmo.

Cada vez mais pessoas estão despertando para o fato de que devemos construir o mundo que queremos ver, se não nós, nossos filhos e as gerações futuras.

Diante das crises energéticas, fruto de um mundo que vem sendo esgotado em seus recursos, em constante guerra, com o sacrifício de tantos inocentes, surge um clamor.
E para toda crise, há uma possibilidade de criar algo novo.

Chegamos até aqui com a noção de que algo deu errado. De que um modelo extrativista, que visa lucro a qualquer preço e que propõe um comportamento individualista tem afastado as pessoas entre si, tem as afastado da natureza e da qualidade de vida!

Os animais são seres vulneráveis, porém com as faculdades de sentir muito similares a nós e aí que reside a nossa responsabilidade. Se sentem e sofrem como nós, que direito temos de usufruir de suas vidas, senão lhes dar o direito natural de existir e seguir os seus próprios propósitos?

É chegado o momento de avançar não mais pela conquista de território, pela violência, conquista monetária. Urge que a humanidade esteja atenta aos valores morais e éticos para construir, enfim, uma civilização que se orgulhe de seus feitos não porque superou, submeteu e subjugou, mas porque foi capaz de se libertar do jugo da violência. Esse ciclo que pelas leis da própria física quântica, comprova a lei do retorno, conforme a energia vibracional.

Já dizia o profeta, A semeadura é livre, a colheita, obrigatória! 
Somos eco de nós mesmos, em nossas ações.





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Dizy Ayala
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