quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Coreia do Sul proíbe o abate e a venda de cães para consumo no país

 


A legislação visa encerrar a prática do consumo de carne de cachorro e está prevista para entrar em vigor, de forma gradual, até 2027. De acordo com a nova lei, o consumo da carne de cachorro em si não será ilegal - apenas o abate e a venda.

 

O guisado de carne de cachorro, chamado "boshintang", é considerado uma iguaria por alguns sul-coreanos mais velhos, mas a carne perdeu popularidade entre os jovens.

 

Segundo uma pesquisa da Gallup, no ano passado, apenas 8% das pessoas disseram ter experimentado carne de cachorro nos últimos 12 meses, uma queda em relação aos 27% em 2015. Menos de um quinto dos entrevistados afirmou apoiar o consumo dessa carne.

 

Lee Chae-yeon, uma estudante de 22 anos, afirmou que a proibição é necessária para promover os direitos dos animais.

 

"Mais pessoas têm animais de estimação hoje em dia", disse ela à BBC em Seul. "Os cães são como parte da família agora, e não é certo comer nossa própria família".

 

A nova lei foca no comércio de carne de cachorro – aqueles que abaterem cachorros serão condenados até três anos de prisão, enquanto pessoas consideradas culpadas de criar cães para carne, ou vender carne de cachorro, poderão cumprir no máximo dois anos.

 

Os proprietários de restaurantes têm três anos para encontrar fontes alternativas de emprego e renda, antes de a lei entrar em vigor.

 

Segundo estatísticas do governo, a Coreia do Sul tinha cerca de 1.600 restaurantes de carne de cachorro e 1.150 fazendas de cães em 2023. Agora, todas terão de apresentar às autoridades um plano para encerrar suas atividades.

 

O governo prometeu apoiar integralmente os produtores, açougueiros e proprietários de restaurantes de carne de cachorro, cujos negócios serão forçados a fechar, embora detalhes sobre a compensação oferecida ainda não tenham sido finalizados.

 

Governos anteriores, desde a década de 1980, prometeram proibir a carne de cachorro, mas não conseguiram progredir.

 

O atual presidente, Yoon Suk Yeol, e a primeira-dama, Kim Keon Hee, são conhecidos amantes de animais - eles têm seis cães, e a senhora Kim pediu o fim da prática de comer cães.

 

Grupos de defesa dos direitos dos animais, que há muito tempo defendem a proibição, elogiaram o resultado da votação da última terça-feira.

 

Jung Ah Chae, diretora-executiva da Humane Society na Coreia, disse estar surpresa por ver a proibição em sua vida.

 

"Embora meu coração esteja partido por todos os milhões de cães para os quais essa mudança chegou tarde demais, estou radiante que a Coreia do Sul agora possa encerrar este capítulo miserável em nossa história e abraçar um futuro amigável aos cães", afirmou.

 

Nota do Blog: Lamentamos o fato de levar mais três anos para que a lei tenha efeito. Ainda assim é digno de comemoração que cachorros sejam reconhecidos como família e não comida.

Desejamos que chegue logo o dia em que as pessoas, no mundo todo, reconheçam que, assim como cães e gatos, todos os animais, ditos de produção, são seres sencientes, que sentem e sofrem como a gente. E que, por isso, devem estar fora dos nossos pratos. Para alimentação, temos uma infinidade de alimentos à base de plantas, inclusive carnes vegetais, com sabor e sem crueldade.   


 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e da Natureza.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão

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