O soro bovino fetal é um subproduto do abate de vacas grávidas, produzido a
partir do sangue de bezerros não nascidos (fetos), que é utilizado para o
cultivo de células, com a finalidade de pesquisa e produção de medicamentos.
Ele é produzido em condições
muito específicas e não são todos os frigoríficos que atendem os requisitos
técnicos para sua produção. Mas, a Portaria 365/2021 do Ministério da
Agricultura autoriza o abate em todos os frigoríficos, logo, podemos constatar
que há uma grande parte de animais gestantes abatidos, que não são utilizados
para a produção de soro bovino fetal.
Em 17 de julho de 2023, o TRF do
Paraná publicou a decisão de indeferimento da Tutela antecipada, que solicitava
a suspensão imediata do artigo 7º. A argumentação foi: "Aludido material
(fetal serum bovine – FBS) possui larga aplicação na indústria farmacêutica e
bioquímica, por conta do seu uso como suplemento de cultura de células, sendo
também utilizado em medicamentos veterinários".
O artigo 7º trouxe um retrocesso
na questão de animais gestantes, pois o abate e utilização da carne in natura
daqueles em estágio avançado de prenhez, para fins de alimentação humana,
passaram a ser permitidos, além de estender o tempo permitido do terço final
para 90% da gestação.
Em setembro de 2021, Animal Equality, Fórum Animal, Alianima, Sinergia Animal e
a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins
(CNTA) entraram com uma Ação Civil Pública na 11ª Vara Federal da Justiça
Federal de Curitiba, pedindo pela suspensão do artigo 7º e, consequentemente,
o fim do abate de animais em estágio avançado de gestação.
Entenda porque o abate de vacas
grávidas deve ser proibido
Imagine um animal de 8 ou 9 meses de gestação viajando em pé, sem poder se
sentar, em momento algum, em um caminhão lotado, sem ventilação adequada, sem
alimento e água, por mais de 8 horas. É isso o que acontece com vacas grávidas, no transporte até o abatedouro.
Quando a mãe morre, logo em seguida, o bezerro sofre asfixia (hipóxia), afinal,
é o oxigênio que ela respira, que mantém o seu filhote vivo. Assim que cortam o
pescoço da vaca, é possível ver o desespero do bezerro dentro da barriga, se
debatendo, até que ele, também, acaba morrendo e para de se mexer.
De acordo com os fiscais, que trabalham nos frigoríficos, essa prática vem se
tornando cada vez mais comum, apesar de ser um desrespeito aos preceitos de
bem-estar animal e, por isso, eles se viram obrigados a denunciar este caso
que, segundo eles, é uma situação que envolve maus-tratos.
Precisamos exigir que o Ministério da Agricultura imponha que o abate, bem como
o transporte de vacas grávidas, seja proibido. Assine e compartilhe a petição, para impedir esse terrível abuso animal!
https://animalequality.org.br/participe/abate-vacas-prenhes
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |