segunda-feira, 11 de maio de 2015

Propaganda que promove bichinhos omite a exploração animal

Propaganda que promove bichinhos  

omite a exploração animal


11 de maio de 2015
Por Dizy Ayala

Retorno da famosa campanha publicitária "Mamíferos", sucesso na década de 1990, pretende fomentar o setor de lácteos no Brasil através da Parmalat.

Mais um capítulo da fraude do leite!

Após as mais de seis edições da chamada Operação do Leite Compensado que revelou inúmeras fraudes no setor de distribuição de leite com adulterações, onde foram adicionadas água oxigenada, uréia e até formol nos lotes de leite, agora, empresas autuadas como a Batavo e a Elegê fecham negócio com a Parmalat para movimentar o setor.

Com sede na Itália, a Parmalat, após um escândalo financeiro foi retirada do mercado em 2004.

Em 2011, a empresa francesa do setor alimentício Lactalis assumiu o controle do grupo italiano.

Em 2013, a Lácteos Brasil (LBR), pediu recuperação judicial.

A LBR, em 2014, teve lotes identificados pelo Ministério da Agricultura com problemas de contaminação no leite cru adquiridos de fornecedores do Rio Grande do Sul e foi notificada pelo Procom por não alertar aos consumidores sobre as consequências à saúde pela ingestão do produto.

Em setembro do ano passado, a empresa de alimentos BRF fechou um acordo para vender suas unidades e marcas de láteos para a Parmalat, por 1,8 bilhão.

A BRF é a 7a maior companhia de alimentos do mundo em valor de mercado, detentora das marcas Sadia, Perdigão, Qualy, Batavo e Elegê.

Houve um declínio acentuado no consumo de leite e seus derivados, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Leite, a Leite Brasil. Seja pelo esquema de irregularidades ou seja pela opção do consumidor por evitar alimentos de origem animal, há uma maior informação sobre os malefícios do leite na saúde humana e também sobre a exploração animal.

Através do ressurgimento da campanha dos mamíferos da Parmalat, com intenso apelo publicitário, pretendem mais uma vez fomentar as vendas.

Com o conceito "Todo mundo é fá de Parmalat", a campanha será veiculada na TV, na mídia impressa e nas redes sociais. Será lançado também um aplicativo chamado "Mamificator", que permite transformar os usuários em um dos mamíferos da propaganda.

A campanha publicitária foi produzida pela agência também francesa Betc, recém chegada ao Brasil. Os mascotes são de espécies típicas do Brasil, como o bicho-preguiça, lobo-guará, tatu e jaguatirica.

A mais de um década, a Parmalat lançou uma promoção de troca de brindes que distribuiu cerca de 17 milhões de mascotes de pelúcia, na troca das embalagens de leite. Está a considerar a possibilidade de relançar a promoção nessa nova edição.

E quem não se lembra dos mamíferos da Parmalat!
Adulto ou criança, todos foram cativados pela carinha linda dos bichinhos de pelúcia.

Também deu o que falar a origem irregular dessas pelúcias. O trabalho escravo na China! O que teria oportunizado o lucro nas vendas, uma vez que não tiveram custos de produção, nos brindes.

Naquela primeira edição, muitas das pelúcias eram animais de fazenda, interpretados pelas criancinhas vestindo fantasias. Porcos, vacas, ovelhas, entre outros.

Eu mesmo fui cativada por eles, antes de tomar conhecimento sobre a cruel indústria leiteira.

Enquanto esses bichinhos fictícios eram afagados no colo de adultos e crianças, os verdadeiros animais eram explorados nos currais pela indústria da carne e laticínios.

E mesmo agora, na nova edição, com animais silvestres representados, eu pergunto como é possível propor preservação da fauna à custa da exploração animal?

No que difere uma categoria de animais em relação aos outros, senão o especismo?

Especismo é determinar que algumas espécies animais sejam categorizadas como produtos, simples ingredientes, enquanto espécies selvagens, sejam preservadas. Ou os domesticados, cães e gatos, sejam tratados como membros da família.

São os animais de fazenda, submetidos à exploração para o consumo humano de produtos de origem animal.

Em se tratando especificamente do leite, o ser humano é a única espécie que pretende bebê-lo mesmo na idade adulta! 

A natureza concebeu que toda fêmea da espécie animal concebesse o leite materno para o seu próprio filhote! 

O leite da vaca é para o bezerro!





Não é apenas uma questão de intolerância ou não à lactose, a caseína, hormônio presente no leite, não foi feito para o metabolismo humano e sim para o bezerro.

Não há benefícios comprovados na obtenção de cálcio e ferro como amplamente divulgado, por conta da diferenciação na síntese desses componentes, no organismo humano.

Para saber mais assista o video do Dr. Lair Ribeiro, cardiologista e nutrólogo
O mito do leite! Por que estamos todos sendo enganados?







Contrariando a própria natureza, o ser humano tem retirado desses animais o direito de viver sua própria existência, os mantendo cativos em uma indústria cruel.

Para a produção do leite, vacas são separadas dos filhotes, pois seu leite será destinado aos humanos. Estarão constantemente grávidas, por meio de inseminação, uso de hormônios e antibióticos, sem nunca serem mães. Os bezerros, no confinamento se tornam anêmicos, até que sigam para a morte tornando-se carne de vitela ou baby beef.

É preciso quebrar a fantasia da fazendinha feliz. Hoje toda fazenda que pretende fazer parte da cadeia produtiva já faz uso do maquinário e manejo instituídos pela indústria leiteira.



Prefira leites vegetais, eles são nutritivos e funcionais e não maltratam os animais!

Há várias opções no mercado!







Defensora e Ativista dos Direitos dos Animais,
Acadêmica em Publicidade e Propaganda
Blogueira, Vegana.
Ação pelos Direitos dos Animais  no facebook

http://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com.br/


Dizy Ayala
Ação pelos Direitos dos Animais