segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Avanço da ciência? Primeiro transplante de rim de porco em humano é realizado.

 


A manchete enaltece que uma cirurgia “inédita e revolucionária” ocorreu num hospital em Nova York e que esse pode ser o passo inicial para mudar a realidade de quem espera por um transplante de rim. O procedimento aconteceu no dia 25 de setembro, quando uma equipe médica realizou um xenotransplante, o transplante de um órgão entre animais de espécies diferentes. Neste caso, o corpo de uma mulher recebeu o rim de um porco geneticamente modificado para apagar uma molécula que provoca rejeição em humanos.

 

Já nesse primeiro quesito, foi considerado o fato de que os porcos são os animais que mais se parecem com os seres humanos quanto à anatomia e ao funcionamento de órgãos. Prontamente, me recordo da questão ética levantada quanto à contradição do princípio dos testes em animais: “fazemos testes em animais porque eles se parecem conosco”, mas, quanto ao sofrimento a que são expostos, “eles são apenas animais”. Ou seja, os consideram insensíveis, meros objetos de estudo e, nesse caso, produção.

 

Pois bem, aqui traço um paralelo quanto ao uso de órgãos de porquinhos bebês, sim, a própria matéria se refere aos “porquinhos”, que serão mortos por um propósito exclusivamente humano, mais uma vez.

 

Sem pudor, exibem as cruéis celas de gestação, onde ficam confinadas as porcas mães a gerar, constantemente, pencas de filhotes para o abate, na indústria da carne, agora, para serem mortos por seus órgãos, para a ciência.

 

Em plena era digital, com o avanço da manipulação de células tronco e impressão 3D de órgãos, até mesmo do cérebro, é sério que é preciso movimentar uma cadeia de produção terrível que custe a exploração e morte de animais? Simplesmente por se tratar de animais, que também são seres sencientes, com direito à vida e seus próprios propósitos. 


Mesmo em se tratando da questão animal, a opinião pública ficaria tão confortável se o tal rim fosse retirado de um cão ou de um gato? O fato de ser um porco faz com que seja socialmente aceito? É cientificamente comprovado que porcos tem inteligência similar a crianças humanas de 04 anos, com noção de identidade e fortes laços afetivos e parentais. Mais uma vez, o que se apresenta é o especismo (julgar um ser por sua espécie).

 

É bem verdade que doentes renais, que precisam realizar regularmente procedimentos dolorosos e invasivos como a hemodiálise, estão em franco sofrimento. Diante disto é justo tentar promover a cura deste mal, no caso o transplante.

 

Mas, mais uma vez considero, não terão esses cientistas optado pelo caminho mais fácil, talvez mais barato, quando há uma gama de possibilidades.

 

Quando carnes são produzidas a partir de células animais, também os órgãos podem ser. E por que não produzir órgãos a partir de células humanas?

 

Não sou cientista, mas tenho algum conhecimento básico de muito do que vem sendo estudado sobre corpos humanos, produção de órgãos, inclusive transhumanismo.

 

Como defensora dos direitos dos animais, devo considerar ainda o fato de quantos humanos, com dietas à base de produtos de origem animal, tem problemas cardiovasculares, renais, dentre outros, e, quando adoecem recorrem, mais uma vez, à exploração animal, para encontrar a cura?

 

Quantos mais iram descuidar da prevenção por conta de uma possibilidade de reparo? Um ciclo vicioso de exploração que a mim não soa bem, não sem explorar outras possibilidades que permitam deixar os animais em paz e romper com o paradigma de que estão aqui ao nosso dispor, e para nosso proveito.


Informações técnicas a partir de matéria exibida no programa Fantástico da rede Globo. Considerações da redação do Blog.

  Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão

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