segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Parlamento do Havaí proíbe testes cosméticos em animais


Aprovada pelos parlamentares havaianos, a ação impede que animais sejam submetidos a testes para a certificação de produtos da indústria de cosméticos e proíbe a venda de novos produtos testados em animais a partir de 1º de janeiro de 2022.

A medida segue o exemplo de países como Colômbia, Reino Unido e Israel e de outros estados americanos, como Califórnia, Nevada, Illinois, Virginia e Maryland. A ação do Havaí em prol de Cosméticos Livres de Crueldade (cruelty free) deve ser promulgada como lei assim que for assinada pelo governador do estado norte-americano, David Ige.


O senador democrata Mike Gabbard já havia apresentado o projeto de lei em 2018 e, desde então, vinha tentando fazer com que o mesmo fosse aprovado pela Câmara do estado. Este ano, Gabbard recebeu o apoio da representante da Câmara havaiana, Della Au Bellati. "As pessoas no Havaí e em todo o país se preocupam com os animais e procuram, cada vez mais, cosméticos que sejam livres de crueldade", disse Gabbard ao The Beet.


A conscientização de líderes de diferentes países sobre a crueldade dos testes em animais tem sido pauta permanente da Humane Society Internacional em todo mundo e que vem conseguindo bons resultados.  Recentemente, a organização lançou a campanha #Save Ralph, um curta-metragem que viralizou nas redes sociais e que apresenta, de forma irônica e comovente, o sofrimento dos animais por causa desses testes. 

Confira aqui 

https://acaopelosdireitosdosanimais.blogspot.com/2021/04/campanha-global-save-ralph-da-human.html


A demanda por produtos de beleza cruelty free tem aumentado bastante na última década. A empresa de pesquisas Marketglass projetou que o mercado global de cosméticos veganos vai passar de US$ 21 bilhões até 2027. Com governos locais se mobilizando em direção a esse modelo livre de crueldade, os Estados Unidos poderão instituir uma proibição nacional, em breve, o que mudaria os rumos do mercado de cosméticos, mundial, nos próximos anos.


No Brasil, estados como Santa Catarina já proibiram testes em animais para cosméticos. A lei catarinense, de outubro de 2020, determina punições que vão desde advertência e multas até a suspensão parcial ou total da atividade de empresas que não cumprirem as normas de produção sem crueldade animal. A legislação ainda precisa ser regulamentada, mas o texto, assinado pelo governador do estado, prevê que os valores arrecadados com as multas devem ir para o custeio de ações de conscientização sobre os direitos dos animais e para abrigos e santuários.

Fonte: umsoplaneta.globo.com

 

Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Exploração de petróleo em SC pode afetar meio ambiente e turismo em mais de 30 cidades do estado

Entidade tenta evitar leilão da costa catarinense por apontar riscos

A Associação Nacional do Petróleo (ANP) prevê para outubro um leilão de 92 novos blocos para exploração de petróleo em todo o país. Será a 17ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás. Neste pacote, estão áreas marítimas situadas na costa catarinense.

Segundo o Instituto Arayara, a atividade de exploração de petróleo nessas áreas representaria, em caso de vazamentos ou desastres ambientais, risco para 35 cidades do Litoral de SC – praticamente toda a costa catarinense.

A preocupação motivou uma reunião com deputados estaduais, representantes de prefeituras e governo do Estado. Uma das definições foi a convocação de uma Audiência Pública marcada para 30 de agosto, às 14h, solicitada pela deputada Paulinha (sem partido), para discutir o tema na Assembleia Legislativa (Alesc).

É possível acompanhar a transmissão online e fazer perguntas pelo canal do Youtube da Câmara Municipal de Florianópolis. A audiência contará com as entidades Observatório do Petróleo e Gás, a organização Arayara, Coletivo Bem Viver Florianópolis do Psol, junto ao vereador Marquito, em mandato agroecológico, no intuito de informar a população e convidar os cidadãos catarinenses a debater a venda de áreas litorâneas para exploração de petróleo e os impactos dessa exploração no meio ambiente e economia da região.

Uma reunião com representantes da pesca e empresários do turismo deve discutir os possíveis impactos da medida no Estado. A entidade, também, promoveu uma manifestação na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, alertando sobre o tema.

A diretora de educação e projetos do Instituto Arayara, Suelita Racker, explica que o risco decorre tanto da possibilidade de grandes vazamentos acidentais, como ocorreu no Nordeste do país em 2019, com forte impacto sobre as praias e o turismo, quanto de vazamentos inerentes à própria atividade de exploração de petróleo.

A entidade denuncia que um estudo chamado Avaliação Ambiental de Áreas Sedimentares (AAAS) não teria sido feito. Pareceres de órgãos como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), também, teriam sido desconsiderados no processo de autorizações do leilão de concessão.

Sem esses estudos, afirma a diretora do Arayara, não haveria informações sobre o risco envolvido às regiões a serem leiloadas, em especial na Bacia de Pelotas, que abrange a costa do Rio Grande do Sul e do Litoral Sul de Santa Catarina, até a altura de Florianópolis.

– À medida que as atividades começam a se instalar, com testes sísmicos, peixes, tainhas, tudo que tem nessa área vai para outros locais. A exemplo de outras áreas em que há exploração de petróleo e gás, onde o impacto direto é de até 70% na pesca. Sem contar o impacto de vazamentos como o que ocorreu no Nordeste, que é possível de acontecer aqui – alerta Suelita.

Mapa mostra blocos a serem leiloados na 17ª Rodada de Licitações da ANP (Foto: Poder Judiciário, reprodução)

A deputada Paulinha aponta impactos à fauna e flora marinha, o risco de vazamentos e, também, impactos ao mercado imobiliário e ao turismo, responsável por 12% do PIB do Estado.

– Não consigo ver com bons olhos porque não houve estudos que pudessem salvaguardar a preservação da natureza nesse processo, mas a ideia da audiência pública é para trazer luz e fazer as autoridades entenderem e discutirem esse assunto – afirmou.

As áreas de exploração de petróleo em SC

A área Norte da costa catarinense, de Florianópolis até a divisa com o Paraná, integra a Bacia de Santos. A parte Sul, da Capital até o Rio Grande do Sul, está inserida na Bacia de Pelotas. É nessa segunda parte que estão os blocos que tiveram decisão da Justiça Federal de SC, vetando a oferta no leilão previsto para outubro.


Nota do Blog: Na contramão, mais uma vez, o Brasil segue com a intenção de seguir investindo em combustíveis fósseis, quando o mundo todo está discutindo alternativas para a geração de energia limpa e renovável. Um total absurdo e uma ameaça terrível para uma extensa faixa litorânea, como a de Santa Catarina, com danos que se é incapaz de mensurar.

O absurdo completo é que os interessados pretendem fazer a exploração sem avaliação prévia, julgando que a mesma possa ser feita ao longo do processo, e nem mesmo estão seguros de que há petróleo na região, senão que pretendem perfurar para, então, avaliar se sim ou não.

Fica evidente quantos mais prejuízos do que ganhos se pode obter com tal iniciativa. O governo federal nem mesmo garante royalties ao estado de Santa Catarina, simplesmente, almeja sacramentar os leilões, explorar, lucrar para si e sujeitar toda população catarinense aos danos que por certo virão. 

Responsável por diversas reservas de preservação ambiental, de fauna e flora, com presença de praias exuberantes, a Santa e bela Catarina não pode ser refém de tamanho desatino. Todos saem perdendo, a não ser, única e exclusivamente, a união e os que irão lucrar com os leilões e a concessões.

É triste ver a cegueira causada pela ganância e ambição desmedidas, em nome de um falso progresso, colocando em sério risco a verdadeira riqueza.   

Que o clamor de entidades e cidadãos catarinenses possa ser ouvido e a natureza preservada.

Foto Divulgação: Prefeitura de Bombinhas/SC

Fonte: matéria de jean.laurindo@somosnsc.com.br e dados divulgados no jornal local NSC, com informações acerca da Audiência Pública compartilhadas no Instagram, pelo Instituto Arayara.


Dizy Ayala

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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Reino Unido proíbe o cruel comércio de barbatanas de tubarão


O Reino Unido irá mais longe do que qualquer outro país para impedir essa prática cruel, graças à nova legislação, anunciada pelo Ministro Internacional dos Oceanos, Lord Goldsmith, que proíbe a importação e exportação de produtos de barbatanas de tubarão.

Assim que a proibição entrar em vigor, qualquer barbatana destacada, importada ou exportada para o Reino Unido, será ilegal, como medida para promover a conservação dos tubarões. A proibição comercial se estenderá a produtos de barbatana de tubarão, incluindo sopa de barbatana e tubarão em lata. As espécies ameaçadas de extinção e sobre pesca, incluindo o tubarão-mako e o tubarão-azul, estão entre as que se beneficiam de maiores proteções.

Muitas espécies de tubarão têm sofrido perdas populacionais significativas. De mais de 500 espécies de tubarão, 143 estão listadas como 'sob ameaça' pela União Internacional para Conservação da Natureza - com diferentes espécies variando de 'vulneráveis' à 'criticamente ameaçadas'. A presença e variedade de tubarões nas áreas marinhas atua como um indicador chave para a saúde do oceano, enquanto os animais, também, desempenham um papel vital nos ecossistemas marinhos, ajudando a manter níveis saudáveis ​​de peixes, abaixo deles, na cadeia alimentar.

A demanda por produtos de barbatana de tubarão é um fator significativo para essas pressões, juntamente com a pesca excessiva. Proibir que as barbatanas soltas sejam trazidas para o Reino Unido ajudará a proteger as populações selvagens de espécies de tubarões, como o ameaçado tubarão-mako e o tubarão-azul, super explorado, que diminuíram, rapidamente, como resultado de práticas de pesca insustentáveis.

A proibição manterá a posição do Reino Unido como líder mundial na proteção do bem-estar animal, pressionado o setor em prol de uma ação internacional mais forte para proteger os tubarões de práticas de pesca insustentáveis, como a da retirada de barbatanas de tubarão, que consiste em remover as barbatanas de um tubarão no mar e jogar o corpo do mesmo, sem barbatana, de volta na água.

 

O ministro do Bem-Estar Animal, Lord Goldsmith, disse:

A retirada da barbatana de tubarão é, indescritivelmente, cruel e causa mortes terríveis para milhares de tubarões. Também é um desperdício imperdoável. A prática foi, corretamente, proibida nas águas do Reino Unido, mas o comércio continua, com sérias implicações para o futuro dessas criaturas magníficas.

É por isso que, agora, estamos proibindo a importação de barbatanas de tubarão separadas e produtos de barbatanas de tubarão. Nossa ação não só ajudará a aumentar o número de tubarões, bem como enviará uma mensagem clara de que não apoiamos uma indústria que está levando muitas espécies à beira da extinção.

O Reino Unido é um líder global em proteção marinha, com nosso programa 'cinturão azul' protegendo uma área do oceano ao redor dos Territórios Ultramarinos Britânicos do tamanho da Índia, bem como planos para pilotar Áreas Marinhas Altamente Protegidas em nossas águas domésticas. O Reino Unido, também, está liderando uma campanha global, apoiada por mais de 80 países, para que pelo menos 30% das terras e oceanos do mundo sejam protegidos até 2030.

Ali Hood, Diretor de Conservação do Shark Trust disse:

É encorajador ver o Reino Unido abordando o comércio de barbatanas como um elemento da sobrepesca: a principal ameaça aos tubarões e raias. E estamos observando que país está aumentando seu envolvimento nas questões domésticas e internacionais de conservação dos tubarões, atualmente defendendo o conselho com base científica para a proibição do mako na pesca em alto mar no Atlântico Norte. 

O conservacionista de tubarões James Glancy disse:

Novas medidas do governo do Reino Unido para proteger os tubarões do comércio cruel de barbatanas de tubarão são bem-vindas pelos conservacionistas.

A taxa insustentável em que os tubarões são capturados por frotas pesqueiras globais, como captura acidental ou, deliberadamente, por suas barbatanas e carne, causou um declínio significativo nas populações mundiais de tubarões.

Os tubarões existem há milhões de anos e desempenham um papel crucial para a saúde dos nossos oceanos, mas, como consequência da atividade humana, muitas espécies de tubarões estão, criticamente, ameaçadas de extinção.

Continuaremos a defender medidas de conservação para tubarões por meio de Organizações Regionais de Gestão de Pesca (as organizações internacionais que regulam as atividades de pesca em alto mar) e de acordo com a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES), que proíbe ou exige que o comércio seja, cuidadosamente, regulamentado. Essa proibição representa outro passo importante em nossa jornada para oferecer uma melhor conservação dos tubarões em todo o mundo.

...

O anúncio dessa medida faz parte do chamado Plano de Ação para o Bem-Estar Animal do governo britânico para erradicar práticas cruéis e melhorar padrões, tanto no mercado interno quanto no exterior.

 

Informações a partir do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido.

Dizy Ayala

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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

ONG tenta desesperadamente retirar centenas de cães e gatos do Afeganistão

Foto divulgação Nowzad

Enquanto chegam notícias alarmantes da tomada do Afeganistão pelo grupo extremista Talibã, quanto a violações dos direitos civis, particularmente das mulheres, também os animais estão em perigo.

O alerta foi dado por entidades de proteção animal, dentre elas, a ONG Nowzard, criada pelo ex-fuzileiro britânico Pen Farthing. Ele, dentre outros tantos ocidentais, resolveu permanecer em Cabul, mesmo após a invasão. Farthing é responsável pela construção de um abrigo e de uma clínica veterinária para atender cães, gatos e outros animais em Cabul, um dos lugares mais perigosos do mundo. Por conta disso, ele se comprometeu a permanecer junto a sua equipe para defender os animais.

O nome da organização veio do nome dado ao cãozinho Nowzad, que Pen resgatou e, posteriormente, doou para uma família responsável, como ocorreu com vários outros animais acolhidos pela ONG. A entidade, até os dias de hoje, já promoveu 1.600 reencontros entre cães e militares, que os conheceram durante a guerra.

Com a retirada das tropas americanas, após 20 anos de ocupação, a fragilidade quanto à segurança se instalou e, com isso, Pen Farthing fez um apelo no Facebook para angariar recursos necessários para alugar um cargueiro para retirar os animais e as equipes veterinárias do Afeganistão.

Os seguidores do Talibã consideram os cachorros impuros e por onde passam eles os matam e proíbem as pessoas de tê-los em casa.

A atitude de Farthing rendeu repercussão mundial e muitas pessoas têm contribuído com doações para ajudar a organização Nowzad, que tem algumas celebridades dentre seus colaboradores, como o comediante Ricky Gervais e a atriz Judi Dench.

“Um enorme e extremamente sincero agradecimento de toda a equipe da Nowzad pela generosidade incrível de nossos apoiadores e amigos. As últimas 48 horas foram muito estressantes. Há muitos de vocês para agradecer pessoalmente e faremos isso por muitos anos, mas queremos que todos saibam como somos eternamente gratos a cada um de vocês”, foi a mensagem publicada pela ONG Nowzad em seu site oficial.

Pen Farthing escreveu três livros contando sobre sua trajetória no Afeganistão, seu trabalho em prol dos animais e histórias especiais de cães. Já recebeu várias premiações e foi nomeado CNN Hero em 2014.


Dizy Ayala

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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Abuso com cavalo nas Olimpíadas gera revisão do hipismo no pentatlo moderno

  


Acredite, em uma competição de pentatlo moderno, no hipismo, os atletas ganham vinte minutos para se acostumar com um cavalo que nunca foi guiado por eles antes.

 

Nas Olimpíadas 2020, a forma como a equipe alemã reagiu para superar as dificuldades com Saint Boy gerou diversos questionamentos acerca da modalidade no mundo todo.

 

Nota do Blog: Contrariando todas as evidências de que o hipismo não representa um exercício de superação do atleta, senão do cavalo, a federação deixa claro que pretende manter a prova em competições. Isso, possivelmente, por contas de todo o dinheiro envolvido nesse, considerado, “esporte de elite”, desde os criadores de cavalos, cuidadores, equipes e “atletas”. Há muito dinheiro envolvido. Afora, a ideia de uma falsa beleza plástica, sejamos sinceros que isso que deve pesar, fundamentalmente, para manter o dito esporte em ação.

 

Digo falsa beleza plástica, porque, ao contrário do que somos levados a enxergar como interação cavalo/cavaleiro, o hipismo trata-se de uma competição onde o animal é submetido com comandos e uso de arreios, a que ele é treinado desde sempre para OBEDECER, ou seja, não se trata de um ato voluntário.

 

Aliás, basta um olhar mais atento para perceber a baba, os dentes arreados, resultado da resistência do animal aos comandos. O quanto balança a cabeça, puxando os freios.

 

E mais, ao cavalo não interessa ganhar medalhas e sim ter direito à vida digna e liberdade. O hipismo, nesse sentido, por si só, já não pode ser considerado esporte, pois o cavalo não decide participar da prova, não está ali por vontade própria.

 

No caso do pentatlo, em que nem mesmo a um treinamento prévio do cavalo com determinado cavaleiro, é ainda mais absurdo. Considero um verdadeiro rodeio “de elite”. O animal fica à disposição de uma equipe aleatória, definida no momento da prova, como se fosse montaria de peão de boiadeiro.

 

Queremos assistir a Jogos Olímpicos em que a superação seja do atleta humano para com seus próprios limites físicos e psicológicos, sem o uso e exploração animal.

 

O caso: Nas Olimpíadas de Tóquio, Saint Boy era guiado pela amazona Annika Schleu, que liderava a competição. Diante da recusa do animal em saltar, a treinadora Kim Raisner foi flagrada dando um golpe no animal. Por conta disso, foi expulsa pela União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM), que anunciou que está formando um grupo de trabalho para revisar a etapa equestre da modalidade.

 

A fim de fortalecer a proteção e o bem-estar dos cavalos, a UIPM pretende realizar alterações em seu código de ética. A entidade, também, revelou que fará uma revisão abrangente da prova realizada nos Jogos Olímpicos.

 

Um Painel Disciplinar deve ser determinado para rever o ocorrido na prova feminina em Tóquio, de acordo com a UIPM. A entidade, também, informou que conversou com os donos de Saint Boy e que o cavalo retornou para a cidade de Shiga, no Japão, com "boa saúde, embora cansado da competição".

 

- A UIPM continua totalmente comprometida com a equitação como parte integrante do Pentatlo Moderno, com base na visão do Barão Pierre de Coubertin (criador dos Jogos Olímpicos). Nosso sindicato já adaptou o Pentatlo Moderno de muitas maneiras inovadoras com base em conselhos e feedbacks de especialistas de dentro e de fora de nossa comunidade esportiva global - disse o presidente da entidade, Klaus Schormann

 

Ele, também, antecipou que se reunirá com o presidente da Federação Equestre Internacional (FEI), Ingmar de Vos, para implementar adequações ao novo formato de pentatlo moderno de 90 minutos, com a introdução de obstáculos mais baixos e permitindo menos saltos durante o percurso.

 

Bem-estar animal em foco

 

O próximo congresso internacional, a ser realizado de maneira virtual entre os dias 26 e 28 de novembro, irá debater a questão do bem-estar animal e ouvir recomendações sobre as medidas a serem tomadas. Módulos dedicados ao bem-estar animal, também, serão adicionados ao Programa de Certificação de Treinadores e ao Programa de Certificação de Juízes da UIPM.

 

ONG pede exclusão do hipismo das Olimpíadas

 

Diante de diversas recusas de cavalos em saltar e acidentes já ocorridos em outros eventos, ativistas de diversos países buscam uma mudança concreta na modalidade. A ONG People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), por exemplo, foi mais além e pediu que todas as competições equestres fossem removidas do programa olímpico.

 

Ainda nas Olimpíadas de Tóquio, a brasileira Ieda Guimarães chamou a atenção ao sofrer um tombo durante a prova de hipismo. Já o cavalo suíço Jet Set, montado por Robin Godel foi sacrificado após sofrer lesão em prova de Hipismo CCE. O animal, que já tinha 14 anos de idade, se lesionou no último obstáculo aquático da prova, o que o deixou manco.

Cavalo Jet Set competindo nas Olimpíadas de Tóquio 
Foto: Leon Neal/Getty Images

Com efeito, os casos expostos diante das câmeras expõem apenas um pequeno flash do que ocorre nos bastidores. Tendo em vista que o preparo para as provas é diário e a sujeição também.


Dizy Ayala

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Recebi uma notificação do Youtube sobre restrição ao vídeo Pare com os Testes em Animais

Recebi uma notificação do Youtube sobre restrição ao vídeo Pare com os Testes em Animais com relação à faixa etária, por conta de julgarem que o conteúdo não é adequado para menores de 18 anos.

O que, a princípio, me pareceu mais uma restrição como muitas vindas, recentemente, no Instagram e Facebook, no compartilhamento de conteúdo, percebi como uma grata notícia. A de que, 7 anos depois de tê-lo produzido, com a assessoria de meu filho Mikael, o vídeo segue sendo assistido, ou seja, seguindo o propósito. (Esteve por muito tempo bloqueado e, mesmo hoje, liberado, segue com o contador de visualizações travado).

Idealizei a produção do vídeo Pare com os Testes em Animais, confira aqui, no ano de 2014, na ocasião em que organizei uma manifestação pública pacífica em frente à UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que sediou a Toxi-Latim, encontro internacional para, justamente, definir novos rumos para a experimentação animal.

O evento foi idealizado por um grupo de ativistas de São Paulo, um braço dos ativistas do caso do Instituto Royal, cuja representante aqui no RS foi a ativista Ju Coube, que me chamou para a organização do evento, que contou com centenas de manifestantes, simpatizantes, protetores e defensores dos animais. 

Para quem se lembra, o caso do Instituto Royal teve repercussão mundial, quando um grupo de ativistas invadiu o laboratório e resgatou diversos cãezinhos beagles que eram usados para testes.

O episódio revelou o que era desconhecido da maioria do público, inclusive eu, os testes cruéis e macabros realizados em laboratórios, com cachorros, gatos, ratos, coelhos, macacos, porcos, dentre outros animais, para aprovação de produtos de consumo diário, totalmente desnecessários, ainda mais na era tecnológica em que vivemos.

O assunto tomou tamanha proporção que passaram, desde então, a circular inúmeras listas de produtos não testados em animais, já que comprovadamente, por pesquisa da Humane Society, um terço da população brasileira, já na época, é contra os testes em animais e está comprometida a fazer um consumo sem crueldade (cruelty free). De lá para cá, muitas marcas surgiram e mesmo as grandes corporações vêm desenvolvendo linhas com o selo de não testado em animais.

Confira aqui lista atualizada de produtos cruelty free e veganos


Enfim, todo esse movimento foi um marco para a causa animal e segue repercutindo pelas redes. E você pode fazer parte dele também, através das escolhas diárias que faz dos produtos de higiene, beleza e limpeza que compra todo dia.

 

Nota: Passados esses sete anos, tive, ainda, a grata surpresa de ver que a música usada na manifestação, Why Does My Heart do Moby, ganhou, nesse ano de 2021, uma releitura e uma nova edição de vídeo, com cunho animalista, confira aqui. Moby que, além de músico, é um grande ativista da causa animal.


Dizy Ayala

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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Governo do Brasil autoriza o abate de vacas prenhas e profissionais do setor pecuário discordam


Novas regras ampliam período máximo de gestação permitido para abate de fêmeas grávidas e preveem protocolo para o descarte dos bezerros

Matéria de CLEYTON VILARINO veiculada na ed. online de Globo Rural

 

Uma portaria publicada pelo Ministério da Agricultura no dia 23/7, atualizando as normas técnicas federais de manejo pré-abate e de abate humanitário, pegou de surpresa fiscais agropecuários e órgãos de proteção animal ao incluir, entre os protocolos de bem-estar animal, parâmetros para o abate de animais prenhes.

Embora já fosse autorizado o abate das vacas em qualquer tempo de gestação, a prática regulamentada pelo novo protocolo de bem-estar animal é para fêmeas que estejam com até 90% da gestação completa – o que no caso de vacas, equivaleria ao oitavo dos nove meses de gestação.

“O que a gente esperava de uma portaria de abate humanitário é que fosse proibido o abate de vacas na fase final de gestação. Mas, para a nossa surpresa, a portaria regulamentou o abate de vacas em fase final de gestação”, comenta a fiscal estadual agropecuária do Rio Grande do Sul, Raquel Cannavô.

Com seis anos de atuação na fiscalização de frigoríficos, ela lembra que até 2017, a legislação vedava a destinação de carcaças de fêmeas abatidas prenhes para o consumo in natura, o que desestimulava a prática.

Desde 2017, o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) permite, então, o abate de vacas prenhas. A mudança, segundo Cannavô, gerou um aumento no envio de vacas prenhas para abate no Rio Grande do Sul, que praticamente triplicou.

“Na prática, tornou-se comum, ocorre quase todo o mês, de uma vaca parir no curral do frigorífico, momentos antes do abate”, relata a fiscal estadual agropecuária ao lembrar que, durante o transporte do animal prenhe, também ocorre sofrimento.

“Na verdade, essas vacas não deveriam nem ser transportadas porque isso, por si só, já é um desrespeito ao bem-estar animal. Inclusive, as recomendações da OIE são de que essas vacas, em fase final de gestação, só sejam transportadas em caso de atendimento veterinário”, explica Cannavô.


Surpresa

Publicada em edição extra do Diário Oficial, a atualização das normas de abate humanitário surpreendeu o coordenador de Agropecuária Sustentável da World Animal Protection, Daniel Cruz.

Segundo ele, que há dez anos participa de grupos de estudos junto com o setor privado e com o Ministério da Agricultura para discutir as normas de bem-estar na fase final de vida dos animais de produção, o governo chegou a fazer uma consulta pública sobre o tema, mas as discussões estavam paradas.

“Ninguém ficou sabendo muito o que aconteceu porque a gente não estava esperando mesmo o lançamento dessa nova normativa”, comenta Cruz, ao destacar que a portaria também trouxe avanços positivos relacionados ao detalhamento sobre o processo de insensibilização prévia dos animais antes do abate e a inclusão de regras de transporte nas práticas de manejo pré-abate.

Em relação aos protocolos para o abate de fêmeas prenhas, Cruz acredita que o Ministério da Agricultura tenha sofrido algum tipo de pressão para incluí-lo na portaria, já que foi o ponto que gerou maior insatisfação entre os setores envolvidos no assunto.

“Com certeza, ela sofreu pressão de algum setor ou de alguém para que isso fosse aprovado. Porque, hoje, isso é unânime quando você vai conversar com o pessoal de bem-estar. Até os próprios veterinários que trabalham em frigoríficos estão super contrariados porque quem é que gostaria de abater um animal prenhe? Existe também uma questão ética”, completa Cruz.

A cena realmente não é das melhores, segundo descreve a fiscal estadual agropecuária, Raquel Cannavô. “A mãe é insensibilizada, mas o feto não é insensibilizado – o que já contraria as regaras e abate humanitário. E esse feto fica se debatendo dentro do útero durante toda a etapa de sangria da vaca, que dura três minutos", conta.

E complementa: "Quando termina a sangria, esse feto é retirado de dentro da barriga da mãe ainda dentro do útero inteiro, onde ele continua vivo por mais alguns minutos até morrer de asfixia, de forma agônica”, relata a veterinária ao destacar que a situação também gera mal-estar para os próprios trabalhadores do frigorífico.

“Muitos não sabem que essas vacas estão prenhas, outros por questões econômicas precisam do dinheiro do gado e mandam o quanto antes. E ainda tem aqueles que acreditam que há um maior rendimento de carcaça com uma vaca gestante”, relata a fiscal agropecuária. 

O mesmo relato já foi ouvido por Cruz, da World Animal Protection. “Muitos produtores cobrem (emprenham) essa vaca que vai ser mandada para abate porque acham que quando ela entra no cio ela perde capacidade de ganhar peso. Isso já foi desmascarado, só que a gente ainda tem muitos produtores com essa cultura na cabeça”, pontua Cruz.

Segundo Cannavô, o rendimento de carcaça de uma vaca gestante é, inclusive, inferior ao de uma vaca que não está prenhe. “O que você tem de peso ali é o peso do útero, peso de líquido. E na fase final de gestação, os nutrientes em si vão para o feto em grande parte, e não para a carcaça”, pontua a veterinária o ressaltar que a prática é antieconômica.

“Isso tudo pode ser facilmente evitado, toda essa questão de bem-estar animal e de prejuízo econômico, com o diagnóstico de gestação antes de enviar esses animais para o abate. Uma apalpação que qualquer peão treinado pode fazer consegue detectar que a vaca está na fase final de gestação”, completa a veterinária.

Nota do Blog:

O abate de animais em si é desnecessário, pois podemos obter proteína de fontes vegetais, sem o sacrifício e morte de qualquer animal. Já é conhecido o quanto os animais tidos como de produção sofrem, particularmente as fêmeas, que são induzidas ao cio e inseminadas para geração de filhotes.

No caso das vacas, em específico, elas têm de estar constantemente grávidas para produção do leite. O desgaste contínuo da ordenha e sucessivas gravidezes fazem com que a mãe vaca, que viveria em torno de 25 anos, fique debilitada a tal ponto que é, então, enviada para o matadouro, no máximo, em 5 anos.

Também já foi divulgado que, justamente, por conta das sucessivas gravidezes, 50% das vacas eram mortas grávidas. Um horror! Ao que o setor pecuário e, particularmente, o de bem-estar animal já exigia fiscalização.

Pois, agora, esse ato criminoso passa a ser regulamentado e choca a todos, defensores dos animais ou não.

A você que leu essa matéria até aqui, eu clamo:

Mais do que ficar indignado com o governo e a bizarra regulamentação, faça você a diferença e retire a violência do prato! Há tantas opções nutritivas e saborosas! É preciso parar o holocausto animal, para que não se perca, por completo, nosso senso de ética, humanidade e compaixão.


Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão.