Com total apoio do Senado e da Câmara dos Deputados, o México aprovou uma lei
que proíbe o uso de golfinhos em shows, terapias, entretenimento, pesquisas e
qualquer outra atividade não relacionada à conservação. A lei também proíbe a
reprodução de golfinhos em cativeiro.
Os golfinhos atualmente mantidos em delfinários e instalações de entretenimento
marinho permanecerão em cativeiro, mas devem ser cuidados sob rigorosos padrões
de bem-estar até sua morte natural.
As autoridades, agora, são responsáveis por garantir que esses animais vivam
suas vidas em condições que atendam às suas necessidades físicas e
comportamentais.
Esta vitória legislativa ocorre pouco depois da suspensão dos shows em um
polêmico delfinário na Riviera Maya, após indignação pública e pressão de
ativistas.
O sofrimento oculto dos golfinhos em cativeiro
Por anos, cientistas, ativistas e organizações de bem-estar animal têm feito
campanhas para expor a crueldade por trás do entretenimento com golfinhos.
Nossa investigação "O sofrimento por trás do sorriso" revelou
descobertas alarmantes:
Mais de 300 golfinhos foram explorados em instalações mexicanas nas últimas
décadas; muitos desses golfinhos nasceram em cativeiro, confinados em tanques
artificiais e submetidos a treinamento forçado; golfinhos em cativeiro sofrem
de estresse crônico, comportamentos anormais e doenças relacionadas ao
confinamento.
A nova lei é uma resposta direta às evidências avassaladoras de sofrimento
animal e à crescente demanda pública pelo fim do uso de golfinhos para
entretenimento.
A Estrategista de Campanha da Proteção Animal Mundial, Eugenia Mora, celebra
essa decisão.
“Este é um enorme avanço para os animais e um marco histórico que outros países
devem seguir. Há muito tempo documentamos o sofrimento de golfinhos em
cativeiro, não apenas no México, mas também na Espanha e em todo o mundo. Com
esta lei em vigor, instamos as autoridades mexicanas a garantir um
monitoramento rigoroso dos golfinhos que permanecem em cativeiro e a garantir
que sejam mantidos em ambientes que atendam às suas necessidades específicas”.
Em 2022, mais de 100 cientistas, apoiados pela Proteção Animal Mundial,
condenaram publicamente o cativeiro de golfinhos, destacando os danos
psicológicos e físicos causados pelas indústrias do turismo e do
entretenimento.
Progresso na América Latina, mas os desafios permanecem
O México se junta à Costa Rica e ao Chile como um dos três únicos países
latino-americanos a proibir espetáculos com golfinhos e a reprodução em
cativeiro de cetáceos.
Na Espanha, embora os animais selvagens tenham sido banidos dos circos, os
delfinários continuam operando.
Em recente protesto, a Proteção Animal Mundial pediu a libertação de golfinhos
mantidos em cativeiro no parque marinho Oceanografic, em Valência.
Turismo responsável é a alternativa ética.
Observar animais na natureza é a maneira mais respeitosa e gratificante de
vivenciar a vida selvagem.
Ao contrário dos espetáculos em cativeiro, o turismo responsável não causa
sofrimento aos animais e contribui ativamente para a conservação do habitat.
Os viajantes podem apoiar experiências éticas, escolhendo operadoras de turismo
que priorizem o bem-estar animal e a sustentabilidade. Iniciativas como as
Áreas de Patrimônio da Vida Selvagem, incluindo Sítios de Patrimônio de Baleias
designados, ajudam a proteger a biodiversidade e, ao mesmo tempo, oferecem
encontros inesquecíveis com a vida selvagem.
Fonte: World Animal Protection
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |