quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

A cruel indústria de bile de urso chega ao fim no Vietnã


No Vietnã, assim como em outros países asiáticos, como Mianmar, Laos e Coreia do Sul é tradição extrair bile da vesícula biliar de ursos selvagens, criados em cativeiro, para o tratamento de simples males como resfriados e hematomas! 


A China é de longe o maior explorador de bile, abastecido por milhares de ursos em fazendas, segundo a Animals Asia. Inclusive, em março de 2020, o governo chinês promoveu o uso de uma injeção contendo bile de urso como tratamento para casos graves de covid-19.

 

Nas terríveis fazendas de bile, ursos são confinados por uma vida inteira em jaulas para que a bile seja extraída de seus corpos, tendo sua produção forçada, inclusive, pela introdução de pedras em seus estômagos. 


A bile é drenada por meio de cateteres ou agulhas inseridas na vesícula biliar dos animais, um procedimento doloroso por vezes repetido diariamente. Uma vida de sofrimento atroz em condições desumanas, exposta pela Ong Animals Asia, que atua regularmente em prol da libertação dos ursos.

 

Em 2005, o Vietnã proibiu a venda e extração de bile de urso e, desde então, o governo anunciou sua intenção de fechar as fazendas de extração de bile até 2025. 


Apesar da proibição, os produtores foram autorizados a manter seus ursos, desde que possuíssem microchips e houvessem sido registrados antes de 2005. Uma década e meia após a proibição entrar em vigor, mais de 300 ursos ainda são propriedade privada em mais de uma centena de fazendas. 150 deles são mantidos em Hanói, capital do Vietnã.


Alguns dos exploradores desses animais mataram de fome ou abateram os ursos de suas fazendas porque a manutenção era muito cara, de acordo com o grupo de bem-estar animal Free the Bears


Outros mantêm seus ursos para abastecer ilegalmente o mercado de bile, afirma Barbara van Genne, chefe de resgate de animais silvestres e de defesa da Four Paws, organização internacional sem fins lucrativos. No passado, a falta de fiscalização pelo Departamento de Proteção Florestal do Vietnã permitiu que a bile de urso permanecesse disponível para venda, conta ela.

 

Hoje, a bile de urso está ficando escassa no Vietnã. Há maior fiscalização do governo e redução na demanda, que baixou o preço da bile extraída nesses locais e, por conta disso, muitos ursos desses criadouros morreram por negligência ou saúde precária.

“Considerando o longo tempo que esses ursos sofreram em fazendas de bile, seu uso poderia ter acabado há muito tempo, sobretudo diante da indiferença das pessoas com a substância”, observa Crudge. “É um motivo a menos para manter os ursos nas fazendas, já que as pessoas estão dispostas a utilizar alternativas”.

Por mais de uma década, Tuan Bendixsen, diretor da Animals Asia no Vietnã, tem liderado uma campanha para promover tratamentos com ervas em vez de bile de urso. Bendixsen, que não participou do novo estudo, revela que foi bastante reconfortante saber que 15,7% dos entrevistados relataram utilizar uma alternativa vegetal, denominada c mtgu, ou “planta de bile de urso”, para o tratamento de hematomas e inflamações. 


A Animals Asia foi informada desse substituto pela Associação de Medicina Tradicional do Vietnã, que prometeu que seus médicos interromperiam as prescrições de bile de urso, já desde 2020.


A equipe de Bendixsen compilou e divulgou um livro que apresenta alternativas à bile de urso (incluindo canela, cardo da espécie Cirsium japonicum e ruibarbo) para o tratamento de males como resfriados, gripes e dores nas articulações. Foram abertas clínicas de saúde gratuitas e plantados jardins de ervas.

 

O estudo conduzido pela equipe de Crudge “nos encorajou ao indicar que estamos no caminho certo”, conta ele. “Nosso trabalho começa a render bons frutos”.

Diante dos resultados no Vietnã, onde a bile de urso “antes era considerada um remédio essencial nas residências”, afirma Crudge, o potencial para reduzir a demanda por bile deve ser considerado em outros países. 

As pessoas na China estariam dispostas a aceitar substitutos? “Acredito que há potencial para expandir a pesquisa e verificar”, prossegue ele.

Matéria National Geographic Brasil

 

Nota do Blog: 

Nota do Blog: Nenhum benefício à saúde humana pode advir do sofrimento infligido aos inocentes animais. Em nome da “ciência”, esses animais são torturados e adoecem em função dos maus tratos e as pessoas, realmente, acreditam que disso pode resultar um remédio para cura de algum mal?

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Autora dos Livros:

Uma Escolha pela Vida - A Importância de Nossas Escolhas Diárias de Consumo & Veganismo em Rede - Conexões de um Movimento em Expansão

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