Por Dizy Ayala
É importante
ressaltar que as expressões couro sintético, couro vegetal e couro ecológico,
muito usadas no país, na verdade estão em desacordo com a legislação
brasileira. No Brasil, existe a lei 4.888/65, que determina que apenas produtos
feitos em pele animal podem receber a denominação “couro”.
Por
esses tecidos terem uma aparência e, às vezes textura, semelhantes ao couro,
passaram a ser associados à palavra, porém com processos de produção mais sustentáveis. Pela legislação, se o couro não é legítimo, ou seja, feito de pele animal, não
pode receber essa denominação.
O fato é que independentemente da denominação, alinhar sustentabilidade e moda se tornou um
importante motor na indústria de tecelagem.
A matéria-prima vegetal pode ser usada para roupas, sapatos, bolsas, uma vasta gama de acessórios de moda e estofamentos. Não só é mais rentável, mas também
mais forte, como uma alternativa mais durável e sustentável ao couro animal.
O Látex é uma matéria-prima obtida da seiva da seringueira, na Amazônia.
Começou a ser produzido a partir de
projetos sociais de sustentabilidade.
Assim que é feita a coleta a partir do tronco das árvores, o látex é transformado em tecido. Na floresta, os seringueiros usam a defumação. Em um barracão fechado, acende-se a fornalha e a fumaça sobe, aquecendo o ambiente.
O látex é derramado sobre uma
manta de algodão. A partir do calor, se fundem os dois materiais em um tecido
emborrachado e a fumaça ajuda na coloração. Com auxílio técnico, foi possível eliminar o forte odor do tecido, característico da vulcanização da manta, com a defumação com coco de babaçu.
A produção foi ampliada, com apoio de
entidades como o Sebrae, difundindo para além das comunidades, com distribuição
para outros estados, como São Paulo.
É possível produzir pastas, bolsas e
sapatos a partir desse material que se parece com o couro e possui ótima
qualidade.
Exemplos de belos calçados artesanais produzidos na Amazônia que vem conquistando mercados internacionais!
A Ananas Anam Ltda, empresa criada pela designer de acessórios Carmen
Hijosa, acaba de desenvolver o Piñatex, um material feito a partir das folhas
do abacaxi, que pode substituir o couro na fabricação de sapatos, bolsas e até
estofados.
Macio, leve, flexível, moldável e de fácil tingimento, o produto, que
começou a ser desenvolvido nas Filipinas, já foi testado de acordo com as
normas internacionais de ISO para ruptura, costura, resistência ao rasgo,
resistência à tração, luz e solidez da cor e resistência à abrasão.
As fibras são extraídas das folhas, em comunidades agrícolas, por
agricultores que ainda podem utilizar o subproduto desse processo como
fertilizante orgânico.
"Segundo a designer Carmen, o
produto pode ser tingido, impresso e tratado, conferindo a ele diferentes
texturas."
Toda
a pesquisa e desenvolvimento desse material ecológico foi feito nos laboratórios da Royal College of Art, de Londres,
em uma parceria com a Camper, Puma e o designer Ally Capellino, para lançar
produtos utilizando o Piñatex.
Outro grande passo está sendo dado com Richard Wool, engenheiro de
pesquisa nos Estados Unidos, que desenvolveu o que ele chamou de eco-couro artificial. O eco-couro é produzido a partir de
fibras naturais tais como: algodão ou linho misturado com milho, soja e outros
óleos vegetais. As fibras são montados em camadas múltiplas. O resultado é muito convincente e
muito semelhante ao do couro dos animais.
A boa notícia é que o interesse nesse material aumenta
exponencialmente e empresas como Nike, Puma e Adidas solicitaram amostras a fim
de experimentar esta inovação verde, que irá fornecer produtos livres de
matéria animal.
O produto ainda está em fase de testes. De qualquer forma, é
certo que esta inovação é muito promissora para o futuro dos animais.
Como Richard mesmo diz, "nós podemos projetar um couro
de qualidade muito melhor do que o de um animal. É realmente uma situação ganha-ganha
para os homens e para os animais".
Agora só cabe à criatividade dos designers desenvolver
peças inovadoras com matéria-prima ecológica e sustentável, livre de sofrimento animal, e as empresas aderirem e fomentarem essa inovação no mercado!
Acre Latex Design Lab
O Látex que vem do Acre produz roupas, calçados e acessórios
que agradam mercado interno e estrangeiro
O Látex que vem do Acre produz roupas, calçados e acessórios
que agradam mercado interno e estrangeiro
Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Páginas no facebookUma Escolha pela Vida dizyayala@gmail.com
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Parabens pelo post e esperamos que este tipo de iniciativa cada vez mais seja divulgado!!!
ResponderExcluirGratidão! Sim, nosso próprio futuro depende de práticas conscientes que preservem o planeta, sua fauna e flora!
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