sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Jovem brasileiro inventa filtro para microplásticos que é considerado o melhor do mundo.

 


Gabriel Fernandes Mello Ferreira, de apenas 16 anos, desenvolveu um sistema – simples e barato – para filtrar microplásticos da água e, por sua invenção, deu ao Brasil seu primeiro Stockholm Junior Water Prize, prêmio sueco bastante concorrido que reconhece as melhores iniciativas do mundo, criadas por jovens, para resolver desafios globais relacionados à água.

A inovação vencedora começou a ser desenvolvida por Gabriel depois que ele mergulhou no universo dos microplásticos e descobriu que, semanalmente, um brasileiro ingere – por meio da água que bebe e pelo consumo de sal e peixes – uma quantidade de plástico similar a que existe em um cartão de crédito, por exemplo.

Alarmado, ele recorreu ao Colégio São José, onde estuda, para desenvolver algo que pudesse ajudar a combater o problema e recebeu o apoio de sua professora de Ciências, Fernanda Poleza. Sob sua orientação, Gabriel desenvolveu um sistema de filtragem capaz de reter os microplásticos presentes na água por meio de uma malha de nylon.

A inovação – que se mostrou, por meio de testes, 100% eficiente na retenção de microplástico – custa cerca de R$ 450 para ser instalada em Estações de Tratamento de Água e já foi, inclusive, incorporada com sucesso na Estação de Tratamento de Água da cidade de Itajaí, SC, onde Gabriel mora.

Agora, com o sucesso do Stockholm Junior Water Prize – que Gabriel levou com mais de 26 mil votos populares -, o jovem trabalha no patenteamento da tecnologia e sonha em levá-la para o maior número possível de cidades Brasil afora.

Fonte: The Greenest Post

Nota do Blog: Com certeza que tal iniciativa, além de melhorar a qualidade da água e de vida das pessoas, certamente, irá impactar positivamente também na qualidade da vida marinha, sabidamente vítima de todo o plástico e microplástico descartado na água, a poluir os oceanos.

 Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
Defensora dos Animais e do Meio ambiente.
Comunicadora Formada em Publicidade e Propaganda -  
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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Projeto ReabilitaCÃO promove reintegração de presos através do cuidado de cães vítimas de abandono.

 


Redução de estresse, melhoras na autoestima e na saúde, desenvolvimento de habilidades afetivas, aumento da capacidade de se socializar são alguns dos benefícios alcançados com o convívio com animais. Por isso, o Poder Judiciário de Santa Catarina está apostando nessa relação para garantir o sucesso do processo de reintegração social de seus presos.

A Penitenciária de Canhanduba, localizada na cidade de Itajaí, construiu um canilcom a ajuda dos próprios detentos! – onde abriga animais em situação de rua que entram nas dependências do presídio em busca de comida. Os bichinhos, até então abandonados, passam a ser cuidados pelos presos do local que se encontram em regime semiaberto.

Entre as atividades estão: banho e tosa, alimentação dos animais, limpeza das dependências do canil e muito carinho aos animais – que já chegam ao local castrados, vacinados e vermifugados.

Atualmente, 10 presos participam da iniciativa, acompanhados por uma equipe multidisciplinar de profissionais, que conta com psicólogos e assistentes de veterinário, que compartilham seus conhecimentos técnicos com os detentos. Entre os critérios para seleção dos internos que participam do projeto – batizado de ReabilitaCÃO -, estão aqueles que apresentam bom comportamento e possuem algum quadro de depressão ou ansiedade.

A ideia é que os animais sejam cuidados pelos detentos em caráter temporário! Para tanto, aos finais de semana, em parceria com ONGs locais, os bichinhos são levados para feiras de adoção responsável para que ganhem lares permanentes – e ofereçam suas vagas no canil da penitenciária para animais que ainda estão nas ruas. Mais de 80 cães já ganharam um novo lar com a iniciativa!

Com o projeto, os animais conseguem um novo lar e os presos avançam em seu processo de reintegração social. E todos saem ganhando! 

Nos EUA, um centro de detenção na Flórida, também, mantém com sucesso uma iniciativa parecida!

Fonte: The Greenest Post

 Dizy Ayala

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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Avanço da ciência? Primeiro transplante de rim de porco em humano é realizado.

 


A manchete enaltece que uma cirurgia “inédita e revolucionária” ocorreu num hospital em Nova York e que esse pode ser o passo inicial para mudar a realidade de quem espera por um transplante de rim. O procedimento aconteceu no dia 25 de setembro, quando uma equipe médica realizou um xenotransplante, o transplante de um órgão entre animais de espécies diferentes. Neste caso, o corpo de uma mulher recebeu o rim de um porco geneticamente modificado para apagar uma molécula que provoca rejeição em humanos.

 

Já nesse primeiro quesito, foi considerado o fato de que os porcos são os animais que mais se parecem com os seres humanos quanto à anatomia e ao funcionamento de órgãos. Prontamente, me recordo da questão ética levantada quanto à contradição do princípio dos testes em animais: “fazemos testes em animais porque eles se parecem conosco”, mas, quanto ao sofrimento a que são expostos, “eles são apenas animais”. Ou seja, os consideram insensíveis, meros objetos de estudo e, nesse caso, produção.

 

Pois bem, aqui traço um paralelo quanto ao uso de órgãos de porquinhos bebês, sim, a própria matéria se refere aos “porquinhos”, que serão mortos por um propósito exclusivamente humano, mais uma vez.

 

Sem pudor, exibem as cruéis celas de gestação, onde ficam confinadas as porcas mães a gerar, constantemente, pencas de filhotes para o abate, na indústria da carne, agora, para serem mortos por seus órgãos, para a ciência.

 

Em plena era digital, com o avanço da manipulação de células tronco e impressão 3D de órgãos, até mesmo do cérebro, é sério que é preciso movimentar uma cadeia de produção terrível que custe a exploração e morte de animais? Simplesmente por se tratar de animais, que também são seres sencientes, com direito à vida e seus próprios propósitos. 


Mesmo em se tratando da questão animal, a opinião pública ficaria tão confortável se o tal rim fosse retirado de um cão ou de um gato? O fato de ser um porco faz com que seja socialmente aceito? É cientificamente comprovado que porcos tem inteligência similar a crianças humanas de 04 anos, com noção de identidade e fortes laços afetivos e parentais. Mais uma vez, o que se apresenta é o especismo (julgar um ser por sua espécie).

 

É bem verdade que doentes renais, que precisam realizar regularmente procedimentos dolorosos e invasivos como a hemodiálise, estão em franco sofrimento. Diante disto é justo tentar promover a cura deste mal, no caso o transplante.

 

Mas, mais uma vez considero, não terão esses cientistas optado pelo caminho mais fácil, talvez mais barato, quando há uma gama de possibilidades.

 

Quando carnes são produzidas a partir de células animais, também os órgãos podem ser. E por que não produzir órgãos a partir de células humanas?

 

Não sou cientista, mas tenho algum conhecimento básico de muito do que vem sendo estudado sobre corpos humanos, produção de órgãos, inclusive transhumanismo.

 

Como defensora dos direitos dos animais, devo considerar ainda o fato de quantos humanos, com dietas à base de produtos de origem animal, tem problemas cardiovasculares, renais, dentre outros, e, quando adoecem recorrem, mais uma vez, à exploração animal, para encontrar a cura?

 

Quantos mais iram descuidar da prevenção por conta de uma possibilidade de reparo? Um ciclo vicioso de exploração que a mim não soa bem, não sem explorar outras possibilidades que permitam deixar os animais em paz e romper com o paradigma de que estão aqui ao nosso dispor, e para nosso proveito.


Informações técnicas a partir de matéria exibida no programa Fantástico da rede Globo. Considerações da redação do Blog.

  Dizy Ayala

Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Uma chance para os oceanos e vida marinha! Jovem cria imã para atrair e retirar microplásticos da água.

Fionn Ferreira, jovem irlandês de apenas 18 anos, desenvolveu uma nova tecnologia capaz de retirar microplásticos da água por meio do magnetismo.

A ideia surgiu durante um passeio de caiaque no mar. Fionn avistou uma rocha, coberta por óleo descartado, incorretamente, e reparou que havia incontáveis pedacinhos de plástico grudados nela. Ao pesquisar o fenômeno, o garoto descobriu que óleo e plástico se atraem por serem ambos apolares – termo químico para substâncias que interagem entre si, por não terem polos positivos e negativos.

Assim, decidiu recriar o fenômeno, usando óleo vegetal e óxido de ferro magnetizado. O resultado foi um imã que, após inúmeros testes, provou ser bastante eficiente – entre 87% e 93% – para atrair partículas de plástico da água e, então, removê-las.

Por sua invenção, Fionn foi premiado na Google Science Fair e ganhou uma bolsa de estudos de US$ 50 mil, que está usando para cursar Química e aprimorar a tecnologia que inventou. Agora que a técnica já foi validada pela comunidade científica, o jovem se dedica a encontrar maneiras de aplicá-la em dispositivos – tais como dutos de encanamentos domésticos, canos de Estações de Tratamento e barcos – capazes de filtrar os microplásticos da água que por eles passarem.

   Dizy Ayala

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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Argentina é o primeiro país no mundo a proibir a criação de salmão

A Assembleia Legislativa da Terra do Fogo aprovou, por unanimidade, uma lei que proíbe a criação de salmão na província, uma decisão que é histórica por ser o primeiro país do mundo a legislar contra esta atividade nociva ao meio ambiente. Assim sendo, fazendas de salmão são proibidas no Canal de Beagle. 

Fazendas de salmão são geradoras de grandes impactos sociais e ambientais por conta da poluição dos mares e em decorrência da introdução de uma espécie exótica. Exemplo disso são fazendas instaladas nos canais da Patagônia, uma área ainda intocada da América do Sul.

As fazendas de salmão não são contestadas apenas no Hemisfério Sul. Também no Canadá elas são igualmente perigosas e controversas.

Projeto que proíbe criação de salmão é de 2018

Segundo o Página 12Pablo Villegas foi autor do Projeto de Lei que baniu a criação dos canais da Patagônia, apoiado por organizações ambientais locais e nacionais desde 2018, quando começou a ser debatido o possível estabelecimento de fazendas de salmão no Canal de Beagle. 

De acordo com o site Página 12, em 2018, a Argentina assinou um acordo com a Noruega para desenvolver a criação no canal. Imediatamente, ONGs e entidades acadêmicas como a Universidade Nacional da Terra do Fogo (Untdf) passaram a lutar por uma lei que proibisse a atividade.

O site explica que chefes de prestígio, como Francis Mallmann, dentre outros, aderiram à causa e, em 2019, conseguiram que as gaiolas com salmões instaladas naquele ano em Puerto Williams (território chileno) fossem declaradas ilegais.

Estefanía Gonzales, do Greenpeace argentino, declarou ao Página 12: “A Argentina está fazendo história. Isso é muito importante porque uma vez instalada essa indústria é muito difícil combatê-la, mesmo quando cometem ilegalidades e desastres ambientais. Os impactos que deixam podem ser irreversíveis. No Chile, vimos mortes de baleias, de outras espécies marinhas e a poluição do fundo do mar que deixa verdadeiros desertos”.

A introdução de espécies invasivas

Por conta dos exemplos desta prática em outros países, a atitude do governo brasileiro de criar tilápias nas represas de 73 hidrelétricas do Brasil é considerada irresponsável. A tilápia, oriunda da África, a exemplo do salmão, é uma agressiva espécie exótica ou invasiva.

Com relação aos salmões, Estefanía Gonzales afirma: “Não existe uma forma correta de fazer a coisa errada. O salmão é uma espécie exótica nos mares da Argentina e do Chile, não é uma espécie presente naturalmente, por isso, a quantidade de produtos químicos e antibióticos que são necessários para sua produção e, além disso, o impacto que geram no ecossistema torna, praticamente, impossível que esta atividade seja realizada sem impacto”.

Os peixes são criados em tanques cercados no mar. Imagem, Página 12.


O problema das espécies invasivas é um dos três piores para a perda de biodiversidade do planeta.

Já o autor do projeto, Pablo Villegas, comemorou ao declarar ao site infobae.com: “A sanção desta lei é uma definição institucional clara e contundente que destaca a importância para o povo da Terra do Fogo da proteção e conservação de nossos recursos naturais, do patrimônio genético de nossos seres vivos e de seu meio ambiente para o desenvolvimento econômico sustentável”.

Mar da Terra do Fogo é sumidouro de carbono

O site infobae.com destaca em sua matéria que ‘as águas da Terra do Fogo concentram 50% das florestas de algas existentes na Argentina, um dos grandes sumidouros de carbono do planeta e lar de um grande número de fauna associada’.

E mostra que ‘a introdução de espécies invasivas como o salmão (oriundo do Hemisfério Norte) altera os ecossistemas naturais ao predar espécies nativas e competir com elas por alimento, como aconteceu no Chile’.

E mais: ‘após oito anos, a gaiola de salmão acaba destruindo toda a biodiversidade do setor onde foi instalada, matando todos os seres vivos e deixando uma zona morta que é muito difícil regenerar’.

A atividade de “cultivo” de camarão também tem esse mesmo impacto, sendo responsável por grandes concentrações de mercúrio nas áreas onde se concentra tal atividade.

Nota do Blog: Tais considerações acerca da produção de peixes vale para reflexão de que, ao contrário do que alguns pensam, peixe não dá em árvore, portanto, a ideia de “cultivo” em si mesma já está equivocada. Ela irá sim, fortemente, impactar o meio ambiente, gerando zonas mortas em biodiversidade, na fauna e flora marítima. E eu não há necessidade de nos alimentarmos de animais, tendo tantas opções vegetais ao nosso dispor.

Muitas algas, inclusive, são comestíveis, com sabor de peixe e propriedades nutricionais tanto ou mais relevantes para a saúde humana.  

Fonte: Mar Sem Fim

Foto: Getty Images/ Time/ Reprodução

 Dizy Ayala

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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Vitória para a natureza e vida marinha! Ação de ambientalistas frea leilão do petróleo e santuários são preservados.



Leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis)) teve apenas 5 de 92 blocos de petróleo e gás arrematados na bacia de Santos. A 17ª rodada de Licitações foi alvo de mobilizações por parte de ambientalistas, entidades sociais e sociedade civil por envolver blocos próximos de importantes áreas de preservação ambiental do país, incluindo o Parque Nacional de Fernando de Noronha e a reserva biológica do Atol das Rocas.

 

Os 92 blocos ofertados estavam distribuídos em 11 setores das bacias Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. Nove empresas se inscreveram para participar da disputa, mas apenas duas fizeram ofertas. Apesar de inscrita, a Petrobras não fez nenhuma proposta.

 

Estavam inscritas para participar da disputa 9 empresas: Petrobras; Chevron Brasil Óleo e Gás Ltda.; Shell Brasil Petróleo Ltda.; Total Energies EP Brasil Ltda.; Ecopetrol Óleo e Gás do Brasil Ltda.; Murphy Exploration & Production Company; Karoon Petróleo e Gás Ltda.; Wintershall Dea do Brasil Exploração e Produção Ltda; e 3R Petroleum Óleo e Gás S.A.

 

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, destacou a importância da mobilização da sociedade civil para "evitar o 'passar da boiada' do governo federal".

 

Já o presidente da Associação Nacional de Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) afirmou que “as incertezas jurídicas e impactos socioambientais não considerados pela ANP, fazendo de forma açodada e sem as devidas licenças, contribuíram para o fracasso da rodada”.

 

A Shell arrematou sozinha 4 dos cinco blocos e formou consórcio com a Ecopetrol para arrematar o quinto, todos na Bacia de Santos, litoral de São Paulo.

 

Demais blocos ofertados:

 

Bacia de Pelotas, litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

Bacia Potiguar, litoral do Rio Grande do Norte, Ceará e Fernando de Noronha;

Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

 

Os ativistas ambientais das organizações que protestaram contra o leilão, em frente ao hotel onde a ANP realizou a disputa, também comemoraram o resultado. “Às vésperas da COP26, esse foi um claro recado aos governos do Brasil e do mundo inteiro de que a sociedade civil não tolera mais os danos que o petróleo e o gás representam para o meio ambiente e as comunidades”, disse Ilan Zugman, diretor da 350.org na América Latina.


Mobilizações para frear o Leilão do Petróleo:

 

- Foram realizadas diversas audiências públicas em vários municípios do estado de SC, promovidas pelo instituto Arayara e Observatório do Petróleo e Gás, para discutir os impactos ambientais da exploração do petróleo no litoral catarinense.

 

- Ação civil pública, movida por várias entidades que representam o meio ambiente, que pedia a suspensão da licitação da ANP.

 

- Manifestação realizada em frente ao hotel onde aconteceu o leilão, na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no dia de hoje, 07/10.

 

Segundo ambientalistas, não há estudos conclusivos sobre o impacto ambiental da exploração do petróleo e que qualquer vazamento poderia destruir patrimônios naturais. Sendo que alguns dos blocos estão em áreas consideradas sensíveis e importantes para o ecossistema, inclusive de recifes, que são berçários de vida marinha, como no caso do Parque Nacional de Fernando de Noronha e da reserva biológica do Atol das Rocas.

 

Ao menos 4 ações civis públicas já foram protocoladas na justiça nos estados de Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, na tentativa de barrar o leilão.

 

Riscos ao meio ambiente

 

A possibilidade de exploração petroleira na região provocou reação de autoridades e especialistas de Pernambuco. Uma nota técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) afirmou ser “temerária” a inclusão dessa área no leilão desta quinta.

 

“Considerando a propagação por longas distâncias de ondas sísmicas, a grande mobilidade de algumas espécies marinhas, a ação das correntes marítimas sobre a propagação do óleo e o histórico de invasão de espécies exóticas, associadas às atividades de exploração de petróleo e gás, toma-se temerária a inclusão dos blocos exploratórios da Bacia Potiguar”, disse o texto.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou pelas redes sociais que não reconhecer as recomendações técnicas “é uma atitude temerária”.

 

“É preciso ter em vista os impactos que são gerados nessa fase, com significativa influência sobre a biodiversidade marinha. Principalmente quando uma das áreas escolhidas para a prospecção fica próxima ao Arquipélago de Fernando de Noronha, uma zona de proteção ambiental de importante significado para Pernambuco e para o Brasil”, disse o governador.

 

Do mesmo modo, estudo realizado pelo instituto Arayara revela que ao menos 33 cidades catarinenses seriam impactadas pelos impactos da exploração de petróleo no litoral de Santa Catarina.

 

Segundo a ANP, os blocos que não foram arrematados deverão ser incluídos na Oferta Permanente, que consiste na disponibilidade contínua de campos ofertados em licitações anteriores que não foram arrematados ou, então, que foram devolvidos à agência. “Os blocos não arrematados integrarão a Oferta Permanente, com exceção dos localizados além das 200 milhas, que dependem de autorização do CNPE”, afirmou Saboia.

 

O ministro Bento Albuquerque disse que “provavelmente” serão realizados mais dois leilões este ano, um relativo ao excedente da Cessão Onerosa, com campos de Sépia e Atapu, previsto para 17 de dezembro, e o terceiro leilão da Oferta Permanente "dependendo do interesse da indústria para que ele se realize".

 

Assim sendo, tivemos hoje uma grande vitória, mas a luta em defesa do mar do Brasil continua!


Informações G1 de O Globo e Instituto Arayara

Foto: Ricardo Moraes/Reuters 

 Dizy Ayala

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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

STF aprova ação da OAB e proíbe abate de animais resgatados de situação de maus-tratos

 


Supremo Tribunal Federal decide por unanimidade proibir o abate de animais silvestres ou domésticos apreendidos de situação de maus-tratos, em que a OAB Nacional figura como amicus curiae, ou seja, “amigo da corte”.

 

O resultado inédito pelos animais de 10 X 0 (unanimidade) fez com que o presidente da Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais, que realizou a defesa oral perante o STF, Reynaldo Velloso, acredite em mudanças pelos animais.

 

“Ao permitir o abate de animais resgatados, é explícita a crueldade a eles infringida e há desrespeito à sua integridade, por privá-los do direito à vida sem qualquer justificativa plausível ou autorização normativa para tal”, afirma a OAB na defesa escrita que os membros da Comissão realizaram.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional o abate de animais apreendidos em razão de maus-tratos. No entendimento dos ministros, se não há casos comprovados de doenças e pragas ou outros riscos sanitários, o sacrifício destes animais não é justificável.


Para o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, cuja posição prevaleceu, a permissão para o abate de animais apreendidos em situação de maus-tratos viola a Constituição, que impõe um dever de proteção à fauna, seguindo normas constantes da Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) e do Decreto 6.514/2008.

 

"No caso, observa-se que a interpretação da legislação federal proposta pelos órgãos administrativos e adotada pelas autoridades judiciais, ao possibilitar o abate de animais apreendidos em condições de maus-tratos, ofende normas materiais da Constituição", afirmou.


"Destaque-se que o caso em análise não se refere às situações concretas de abatimento de animais quando constatada a contaminação por doenças ou pragas infectocontagiosas, mas sim à eliminação a priori da fauna apreendida em situação de maus-tratos, sob a alegada e hipotética possibilidade da ocorrência desses riscos ou em virtude de falhas do poder público na destinação dos animais às entidades previstas em lei", completou.

O ministro afirmou que os problemas em relação aos custos de manutenção dos animais são relevantes, mas não podem ser usados como justificativa para a medida.

 

"É certo que os problemas estruturais e financeiros mencionados nas decisões judiciais e nas manifestações administrativas são relevantes. Contudo, tais questões não autorizam o abate dos animais apreendidos em situações de maus-tratos, mas sim o uso dos instrumentos acima descritos, quais sejam a soltura em habitat natural ou em cativeiros, a doação a entidades especializadas ou a pessoas habilitadas e inclusive o leilão", afirmou.

 

Com a publicação do resultado final nenhum gestor público, seja Prefeito, Governador, Secretário, Coordenador ou magistrado pode emitir ordem neste sentido.

 

Viramos uma página na história, comemora Reynaldo Velloso.

 Dizy Ayala

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