Após a justa repercussão do
brutal atentado contra o cavalinho que sucumbiu à exaustão e teve suas patas
decepadas por seu “tutor”, ficamos todos impactados, revoltados e doídos com
tamanha crueldade.
Tratar os animais dessa maneira é
absolutamente inaceitável e não tem lugar em uma sociedade moderna que é, em
grande parte, composta de pessoas que amam os animais, de forma gentil e
compassiva.
Por outro lado, a banalização da
violência tem sido uma preocupante crescente em nossa sociedade, ao vivo ou sob
a proteção de telas, onde esses crimes viram espetáculo.
Não há como considerar um crime
contra um animal como de menor importância. São muitos e recorrentes os casos
de abandono, maus-tratos, tortura e morte de cães, gatos e a exploração sem medida de cavalos, ainda
tão explorados para tração e montaria.
É sabido, por estudos de
inteligência, como o do FBI, sobre a chamada Teoria do Elo, que ressalta que
atos de violência e maus-tratos a animais são a porta de entrada para a
execução de crimes contra crianças, mulheres ou qualquer pessoa que se encontre
em situação de vulnerabilidade.
A educação de mentes e corações é
imprescindível para compreender que todas as formas de vida merecem respeito e
proteção, bem como a condenação tem de ser efetiva para os criminosos.
Quando o autor do referido crime
contra o cavalo mencionou: "eu não sou um monstro, eu sou do ramo, desde cedo, lido com cavalos e
gado", temos uma amostra do comportamento e do que é tolerado na pecuária.
É preciso preservar animais tidos
como de companhia e, também, ampliar a consciência e consideração moral para
aqueles animais considerados de produção.
Diariamente, animais são
brutalmente torturados e mortos na linha de produção. Nos campos, nas fazendas industriais e
abatedouros são incontáveis as formas de torturar animais: procedimentos como castração, retirada
de dentes e caudas sem anestesia, a marcação de ferro em brasa, chutes, pauladas,
marretadas, arremesso de bebês animais contra o chão e paredes, para
que fiquem inconscientes.
A separação de bezerros e cabritos de suas mães, para que elas sejam exploradas na indústria do leite; a debicagem e confinamento para galinhas e as cruéis celas de gestação para porcas, dentre tantas outras barbaridades.
A violência sistêmica com os
animais tornou a humanidade sem compaixão. E, assim sendo, a violência
extrapola espécies e se torna presente, também, nas relações humanas.
É preciso denunciar, punir e
mudar padrões de comportamento.
O abuso de animais, muitas vezes, atua como uma porta de entrada, tornando futuros atos de violência mais fáceis
de racionalizar e de serem cometidos.
Os animais estão aqui conosco e
não para serem maltratados e mortos, seja para qualquer fim.
Redatora, Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos |
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