Intoxicação alimentar é responsável pela morte de mais de mil bois no Mato Grosso do Sul.
Intoxicação alimentar é responsável pela
morte de mais de mil bois neste mês em uma fazenda do Mato Grosso do Sul, conforme
anúncio da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do mato
Grosso do Sul).
"A fazenda produz 80% dos animais da categoria de novilho
precoce, colaborando para produzir no estado a melhor carne do Brasil",
diz o comunicado, assinada por Persio Ailton Tosi.
*Leia-se
“novilho precoce”: bezerro. Hoje, na indústria um bovino com idade média de
seis meses segue para o abate, conforme descrição acima, por conta da maciez da
carne. Ou seja, uma interferência total no ciclo de vida do animal, que na
natureza, viveria 25 anos.
Tudo
indica que os animais morreram por botulismo, que é uma toxinfecção, causada
pela ingestão de toxinas produzidas por uma bactéria presente na ração. A
toxina atua na musculatura, causando paralisia e levando à morte. Os sintomas aparecem
até duas semanas após a ingestão do alimento contaminado. Há ocorrência de casos de botulismo também em aves e suínos.
Seja
feita a ressalva que a dieta natural de bovinos é o pasto e não ração de milho,
altamente modificado e, nesse caso, ainda com problemas de armazenagem, o que
ativa potencial toxicológico. O mais alarmante é a informação de que essa doença
não é rara entre os bovinos, conforme O departamento de saúde Animal (DSA),
ligado ao MAPA. Como vivem em confinamento e tem seus hábitos alimentares
alterados, estão mais propensos a desenvolver doenças.
Apenas, “este chamou a atenção, devido ao grande número de
animais mortos”. O Departamento diz, no entanto, que como não se trata de uma
doença transmissível, "não é desencadeada uma ação de emergência. Somente
a propriedade fica interditada até solução do problema".
O fato é
que os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já se caracterizaram por
atividades de pecuária extensiva com bovinos, em um passado recente, o que
incorreu em sérios danos ambientais. Porém, a opção pelo confinamento acaba por
gerar outros problemas.
Cabe
refletir sobre o porquê de seguir explorando animais para o consumo diante de
tantos revezes, somados ao sacrifício animal, que revelam reais problemas do
ponto de vista da saúde animal e humana. Qual o nível de intoxicação de animais
de produção que não vem a óbito? As carcaças que foram rapidamente enterradas
em vala comum, como que pretendendo empurrar pra debaixo do tapete a ocorrência
destes episódios que eventualmente tomam maior proporção, mas que não são exceção,
senão a regra, nas fazendas de produção intensiva.
Uma
alimentação saudável, saborosa e sem crueldade é possível com a vasta variedade de alimentos vegetais,
incluindo industrializados, com substituições de carnes vegetais.
Saiba
mais em
Modelo de Alimentação Saudável, sem carne, recomendado pelo Departamento de Saúde da ONU
Modelo de Alimentação Saudável, sem carne, recomendado pelo Departamento de Saúde da ONU
Dizy Ayala |
Blogueira, Revisora, Escritora, Vegana.
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Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
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